O secretário de educação Felipe Camarão continua bastante entusiasmado com a possibilidade de disputar o governo do estado nas eleições de 22. A ‘notícia’ de que Lula teria descartado a sua candidatura aos Leões, não lhe causou o menor dano. Sequer revolta contra os mandantes e autores da tentativa de degola.

Em contato por telefone, Felipe demonstrou muito mais perplexidade do que mesmo indignação com a guerra suja que domina os bastidores pré-eleitorais. A deturpação do que foi dito em entrevista do ex-presidente Lula à TV Mirante não é a mesma coisa de revelar uma conversa de bastidores ou tornar público uma informação repassada por uma fonte ‘segura’. É criar um fato inexistente, facilmente verificável na própria entrevista. Algo como botar o rótulo de uma marca de cigarro em uma garrafa de cerveja.

O que Lula diz, e cita o Maranhão, é que nos estados onde o PT não tem chances de lançar um candidato ao governo, a orientação é formar alianças e reforçar as candidaturas ao Senado e à Câmara Federal. Na mesma entrevista, também ressalta que nem ele mesmo sabe se sairá candidato à presidência. E que essa decisão só ocorrerá no final do ano. No Piauí, Maranhão, Pernambuco, Ceará e agora no Rio Grande do Norte, ele tem feito questão de destacar que o importante é iniciar o diálogo com todas as forças políticas com vistas ao embate contra Jair Bolsonaro.

Assista a íntegra da entrevista de Lula à TV Mirante

É evidente que se as eleições fossem hoje, o PT não teria candidato ao governo e Felipe Camarão sairia candidato à deputado federal. Como, aliás, é a sua pretensão inicial. Ainda na entrevista, Lula diz que o partido está dialogando com outros partidos a composição de coligação para disputar o governo do Maranhão.

Seria uma contradição Lula anunciar que o PT teria candidato ao governo. Seja porque, neste momento, realmente ainda não tem um nome competitivo; seja porque o diálogo é uma via de mão dupla.

Recém filiado ao PT, Felipe traz consigo o trabalho frente à Secretaria de Educação do Estado, a competência técnico-administrativa e o respeito do governador Flávio Dino, hoje filiado ao PSB. O governador é peça chave na definição da candidatura que possa sucedê-lo, sem interromper o processo de transformação do estado, iniciado com sua posse em janeiro de 2015.

– A candidatura não é minha; tampouco é um objeto de desejo pessoal ou exclusivamente partidário. Ela, caso se confirme e isso ainda depende de certos fatores, representa um projeto político. Um projeto que nos últimos 7 anos vem transformando a realidade do Maranhão, explica Camarão.

Sobre o que teria motivado essa campanha falaciosa contra sua candidatura, foi sucinto:

– Não sei, eles que sabem