Donos de hospitais exigem mais UTI’s públicas em SL para evitar que Covid ameace privilégios de seus clientes
É correta a preocupação do setor privado em preservar o próprio negócio. No entanto, a nota oficial (leia abaixo) do Sindicato dos Estabelecimentos Prestadores de Serviços de Saúde de São Luís (SINDHOSP/SL) utilizar premissas verdadeiras para fazer crer defender o serviço público de saúde, tem cheiro de formol, no que conserva privilégios, e aspecto de cara limpa, no que não consegue dissimular o gato em lebre.
A bem da verdade, a nota é honesta até demais, no que abertamente defende sem o pudor.
O presidente do sindicato, Pedro Wanderley de Aragão ressalta o temor que o tradicional aumento em São Luís dos números de casos de doenças do trato respiratório em geral, no início do período chuvoso nos primeiros meses do ano, associado com a expansão do número de casos de Covid-19, ameace gravemente o atendimento promovido pela rede privada de saúde.
A situação, “deve exigir intervenções rápidas, efetivas e constantes para evitarmos um colapso. Deve haver um esforço das três esferas para a disponibilização de leitos clínicos e de UTI em prol da população maranhense, conforme as diretrizes do SUS para enfrentamento da pandemia”, alerta Aragão, deixando-nos à princípio até comovido. Afinal, o uso da primeira pessoa do plural é uma clara demonstração de união entre o setores privado e público no enfrentamento da uma calamidade sanitária, ora assustadora.
No entanto, no parágrafo seguinte, ao contrário do que se espera, a relevância do fortalecimento do SUS não é para garantir a vida de todos, independente da situação financeira. É, vejam só, servir de combustível para que “a rede privada de saúde possa prosseguir com os atendimentos de excelência aos seus clientes em quantidade e qualidade adequadas”!
Ele finge ignorar que no final das contas, quem arca, e por isso mesmo paga, com as consequências da compensação fiscal dos gasto com plano de saúde ou atendimento privado, é o conjunto de toda população brasileira. Muitos dos quais jamais botaram os pés sequer nos tapetes da porta de entrada de um dos hospitais que o sindicato representa.
Outra coisa não se poderia esperar de um sujeito que não distingue pelo trabalho e compromisso do governador Flávio Dino, as atitudes criminosas do presidente Jair Bolsonaro e o descaso de aparência singela do prefeito Eduardo Braide no combate à pandemia.
Pedro Wanderley Aragão encerra a nota rogando que “as autoridades competentes das três esferas tomem as providências cabíveis com vistas aos fortalecimento da rede públicas de saúde, dando-lhe ênfase à abertura de novos leitos especializados, de maneira a evitar que haja uma sobre carga da rede privada no atendimento de Covid-19 e de outras enfermidades”.
É de matar!