
O desembargador Guerreiro Jr., que em maio do ano passado foi alvo de procedimento investigatório aberto pelo Conselho Nacional de Justiça por uso indevido das redes sociais, voltou à carga nesta quinta-feira. Desta vez, ao alto magistrado fez do Twitter uma espécie de tribunal de exceção ao comentar post do deputado federal Josimar do Maranhãzinho, insinuando que operação do Ministério Público e da Polícia Civil do Maranhão, que cumpriu mandato de busca e apreensão em sua casa e no seu escritório, possui conotação política.
Maranhãozinho, que possui foro especial na condição de membro do Congresso Nacional, fez questão de ressaltar que a operação foi executada pelo Estado e autorizada por um juiz de 1a instância.
“”Tempos estranhos”. Operação executada pelo Estado, autorizada por juiz de 1a instância buscando evidências que não existem, dentro de minha casa e escritório. Isso, “coincidentemente” após os eventos que mostraram nossa força e afastarmos(sic) do governo. Qual seria a motivação?”, questionou Maranhãozinho em sua página pessoal no Twitter.
Provocado, nada haveria além de um post ‘educativo’, se o tivesse feito por ‘ofício’ em sua própria conta pessoal, o desembargador respondeu.
“Segundo julgamento da Corte Suprema do Brasil a competência do STF, quando da possibilidade de envolvimento de parlamentar federal em ilícito penal, alcança a fase de investigação, materializada pelo desenvolvimento do inquérito (STF.Ing. 2842-DF)”.

Não deu outra, rapidinho virou manchete de blogs e sites.
Desembargador cita STF para divergir de juiz que ordenou operação
Desembargador Guerreiro Júnior questiona operação contra Josimar Maranhãozinho
Desembargador aponta possível falha em operação contra Josimar
Desembargador questiona Operação contra Josimar
A reação dos sites foi jornalística, sem que se possa inferir qualquer motivação escusa ou mesmo de utilizar o comentário do desembargador fora de contexto. Guerreiro Jr. respondeu diretamente ao deputado Maranhãozinho.

Resolução do CNJ 305/2019 (Aqui) que estabelece as regras para uso das redes sociais, veda em seu art, 4o, entre outras, o magistrado manifestar opinião ou “juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras teóricas ou no exercício do magistério”.
Na quarta-feira, dia 06, um dia antes do comentário do desembargador, com direito a jurisprudência do STF, o Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do e a Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Secor) cumpriram mais de 60 mandatos de busca e apreensão, expedidos pelo juiz Ronaldo Maciel, da 1a Vara Criminal de São Luís.
Batizada de Maranhão Nostrum, a operação é resultado de investigações iniciadas em 2018, que terminaram por envolver empresa do deputado Josimar em fraudes em processos licitatórios. Entre 2014 e 2018 o esquema, segundo o MP, amealhou 160 milhões de reais.
De imediato a assessoria de Maranhãozinho disparou notas dizendo, dentre outras, que o deputado foi surpreendido com “uma ação orquestrada pelo Estado”.
Nada que fugisse à regra das manifestações protocolares de defesa, quando o caso envolve a classe política. Até que um desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão resolvesse se manifestar sobre o assunto na página pessoal do deputado suspeito de comandar todo esquema.
Santa inocência…










Uma resposta
Mas se o cabra é ladrão, pode investigar mesmo, quem não deve não teme e, se não deve, nem deveria se manifestar, aguardaria as investigações e no fim apareceria a verdade, como é pilantra, logo se acusa ao afirmar que é perseguição política, todo bandido quando é pego ataca pra tentar se defender…