A relatora Eliziane Gama e o presidente da CPMI, Arthur Maia

A senadora Eliziane Gama (PSD) , autora do relatório da CMPI dos Atos de 8 janeiro que indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro, entre militares, agentes públicos e empresários, pediu proteção de vida ao presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco. 

Eliziane ressaltou que tem 16 anos de vida pública e que nunca tão agredida, tão violentada como foi nas últimas 24 horas. As agressões e ameaças de morte incluem também a família da senadora maranhense. 

“Dizem que estão me esperando em aeroportos ou que eu não posso mais sair na rua porque vão me atacar”, denuncia. 

A senadora ressalta que a ameaças partem de pessoas sem nenhum senso de humanidade e subestimá-las é colocar em colocar em risco a própria vida, inclusive de sua família.  

Na sessão dessa quinta-feira Eliziane foi praticamente linchada pelos senadores e deputados bolsonaristas revoltados com o indiciamento do ex-presidente. 

No entanto, ela manteve-se firme, dura e serena.  Disse que os ataques sórdidos e covardes demonstram um lado doentio do caráter de alguns deputados.  

Filha de pastor com mais de 50 anos de Ministéio, Eliziane também lamentou não ter recebido o apoio da bancada evangélica na CPMI. 

Ressaltou a sua formação religiosa e sua condição de mulher nordestina. E concluiu o pronunciamento citando Nelson Mandela e a Bíblia, para deixar bem claro que triunfará sobre o medo e que bem-aventurados são aqueles que têm sede de Justiça.

“A tentativa de me encurralar é inócua por parte de vocês, vocês não conseguiram. Verdade como disse, aliás, Nelson Mandela,  a coragem não é ausência de medo, mas é triunfar sobre o medo e eu triunfarei, como tenho triunfado ao longo da minha vida?  

Eu fui forjada na luta. No embate diário, como mulher brasileira e Nordestina… e evocando o que diz o evangelho, a quem eu sigo, quando ele diz, bem-aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos em cima dessa justiça”. 

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