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  • Crônica de uma morte anunciada: Roberto Rocha trai Alckmin e afunda PSDB no MA

    Enquanto o partido afunda, Roberto Rocha…

    No início do ano, com ameaça de sofrer uma intervenção nacional no diretório estadual do PSDB/MA, o então presidente do partido, o vice-governador Carlos Brandão, foi obrigado a renunciar a Presidência e até mesmo a se desfiliar do partido. Isso, após ter feito o partido crescer bastante no Estado, elegendo o vice-governador, o primeiro suplente de senado, um deputado federal, dois deputados estaduais e, em 2016, dezenas de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

    O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, e então pré-candidato a presidente da República, entregou o destino do partido no Maranhão para o senador Roberto Rocha. A ideia seria construir um palanque para Alckmin no Estado.

    Logo em seguida, José Reinaldo Tavares (ex-PSB) também entrou no PSDB, viabilizado diretamente pela Nacional com a garantia de que teria uma vaga na chapa majoritária para disputar o Senado. Como eles estavam rompidos desde o fim do Governo Tavares, em 2006, Rocha boicotou Tavares desde o início, tentando, sem êxito, negar legenda. Para isso, prometia fazer o deputado federal Waldir Maranhão (ex-PP) e o deputado estadual Alexandre Almeida os candidatos ao Senado. Só não conseguiu por conta de ingerências nacionais, e acabou rebaixando Waldir para a disputa pela reeleição à Câmara dos Deputados.

                        Grande comício de Roberto Rocha em Tutóia para 30 pessoas

    A gestão de Roberto Rocha e do novo time do PSDB no Maranhão tem se revelado desastrosa politicamente. E tanto em relação a política local quanto a política nacional.

    Não satisfeito, Roberto Rocha inviabilizou a candidatura de José Reinaldo Tavares ao Senado, desfazendo acordos que ele havia feito para a composição de sua chapa. Tavares havia convidado uma grande liderança do leste maranhense para ser primeiro suplente em sua chapa, tendo feito um grandioso ato em Caxias para celebrar a pré-candidatura em junho de 2018. Na véspera da convenção, porém, Rocha interviu na chapa e indicou para a primeira suplência o filho do neo-tucano Waldir Maranhão, que sequer tinha 35 anos e por isso mesmo acabou sendo vetado pelo TRE/MA e foi substituído. Qualquer neófito na Presidência do PSDB/MA não teria cometido erro tão grotesco, mas Rocha não estava muito preocupado em dar força ao rival dentro da legenda. Muitos dizem que fez de caso pensado, embora há quem acredite que foi realmente incompetência de Rocha.

    O resultado do desastre político tem se refletido na campanha. Em suas pouquíssimas andanças pelo Maranhão, Rocha não tem conseguido reunir mais que uma dezena de eleitores para ouvir suas propostas. Em Tutoia, por exemplo, cidade de quase 60 mil habitantes, Rocha só conseguiu fazer um pequeno pronunciamento onde todo o público coube na sombra do telhado de uma igreja. Entre assessores da campanha e transeuntes que ali passavam no momento do discurso de Roberto Rocha não havia mais que trinta pessoas.

          Na propaganda do PSDB/MA, patrocinada com recursos do Fundo Especial e da                                           Campanha de Alckmin, só aparecem Lula e Dilma

    A consequência da desastrosa gestão política de Rocha no PSDB/MA tem sido revelada nos números das pesquisas. Na primeira rodada do Ibope (MA-00502/2018), em 23/08/2018, Rocha apareceu com vergonhosos 3% das intenções de voto na pesquisa estimulada. Na segunda rodada do Ibope (MA-06667/2018), em 19/09/2018, Rocha oscilou para baixo, apresentando apenas 2% das intenções de voto, na quarta colocação e em empate técnico com o candidato da extrema esquerda, Ramon Zapata (PSTU). O PSDB/MA nunca passou por situação tão vexatória.

    Na disputa ao Senado, ainda segundo os números do último Ibope, o ex-governador José Reinaldo Tavares já é o quinto colocado, com apenas 12% das intenções de voto, e Alexandre Almeida ocupa a sexta posição, com irrisórios 4%, tecnicamente empatado com os candidatos dos partidos nanicos, inclusive os de extrema esquerda, como o PSTU.

     Propaganda do PSDB/MA diz que impeachment foi um golpe

    Roberto Rocha pode reclamar de tudo menos de falta de apoio da Direção Nacional. Desde o início o presidente Geraldo Alckmin hipotecou todo o apoio a Rocha, garantindo-lhe a legenda para disputar o Governo do Estado e a presidência do partido no estado e convidando o ex-presidente e atual vice-governador Carlos Brandão a deixar o partido.

    Além disso, a quinze dias antes das eleições, Rocha já recebeu em doação eleitoral R$ 2,4 milhões da cúpula nacional, sendo R$ 1,2 milhão de Fundo Especial, além de R$ 1,2 milhão como doação financeira da própria campanha presidencial de Geraldo Alckmin.

    E Rocha ainda conseguiu que a direção nacional enviasse também recursos às campanhas dos senadores, já tendo recebido R$ 1 milhão para cada. E ainda conseguiu recursos da direção nacional do partido para o notório Waldir Maranhão, o homem que tentou revogar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que foi aquinhoado pelo PSDB nacional com R$ 500 mil. Ou seja, o PSDB nacional e a campanha de Alckmin já investiram R$ 5,4 milhões no PSDB/MA. E Rocha tem anunciado a aliados e credores de sua campanha que ainda receberá mais recursos até o dia da eleição, já tendo inclusive contratado mais despesas que as receitas recebidas, segundo ele com o aval nacional.

           Madeira faz comício para multidão de dez pessoas

    E acredite se quiser, mesmo com todo esse recurso repassado pela cúpula nacional, Rocha tem permitido a que Waldir Maranhão utilize do horário eleitoral para fazer propaganda do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, e até para sustentar que a cassação da ex-presidente Dilma Rousseff foi um golpe: “O impeachment foi um golpe!”. E completou: “Esse golpe mostrou que a elite brasileira estava equivocada. Levei em consideração a realidade do meu país, onde as pessoas menos favorecidas foram beneficiadas por programas sociais, de um governo que vinha fazendo acontecer” (https://youtu.be/eItXv3OudMw). Pior ainda, propaganda paga pelo Fundo Especial do PSDB. Quem imaginaria que a propaganda eleitoral do PSDB um dia reconhecesse êxitos do Governo do PT e ainda defenderia Lula e Dilma?!

    O ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que também pretende voltar à Câmara dos Deputados, também aquinhoado com meio milhão de reais do Fundo Especial do PSDB, tem feito comícios para meia dúzia de gatos pingados. E desesperado para se eleger, tem evitado colar sua imagem com a do presidenciável Geraldo Alckmin.

    Será que a Direção Nacional continuará investindo para o PSDB/MA fazer campanha contra Alckmin e a favor de Lula no Maranhão?!

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