
O pedido de indicação a pré-candidatura ao governo do Estado protocolado pelo presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça (SINDJUS/MA) Aníbal Lins não será sequer examinado pela Comissão Executiva Estadual do PT, caso ele não apresente nesta sexta-feira uma lista com assinaturas de 10% do número de delegados eleitos no último PED, Processo de Eleição Direta para a escolha dos dirigentes da legenda, conforme exige o artigo 142 do Estatuto do Partido dos Trabalhadores.
No Maranhão, o PED ocorreu em abril de 2017 com a participação de 10.938 filiados, e a eeição de 260 delegados, o que obrigaria Aníbal Lins a recolher 26 assinaturas em 48 horas, de acordo com o prazo estabelecido em reunião na última quarta-feira pelo diretório estadual da legenda.
Sem as assinaturas, Aníbal perde a condição de pré-candidato, com a qual pretendia ocupar espaço na mídia, especialmente a controlada pelo grupo Sarney, até o Encontro Estadual de Tática Eleitoral marcado para o dia 27 de julho, quando o PT decide suas alianças e candidaturas às eleições de 2018, para propagar a fake news, entre tantas montadas nos porões da oligarquia, de que Flávio Dino estaria abandonando Lula para apoiar Ciro Gomes do PDT.

Em Carta aberta (Leia Aqui) aos militantes e dirigentes do PT/MA. o sindicalista reproduz a denúncia do golpe e a armação de setores do judiciário à serviço do grande capital para defender a liberdade do ex-presidente e condicionar a aliança com o PCdoB ao apoio, desde o primeiro turno das eleições, à candidatura de Lula; como se essa fosse um fato consumado, imune ao atropelo judicial promovido pelas forças antidemocráticas, à exemplo do ocorrido no último domingo, para manter na cadeia e fora das urnas o nome preferido pela grande maioria do povo brasileiro.
O próprio Lula , em carta lida no dia 3 de julho pela presidente do PT, Gleice Hoffman, embora garanta que por não ter cometido nenhum crime vai registrar no dia 15 de agosto sua candidatura na Justiça Eleitoral, reconhece que poderá ser impedido de disputar às eleições.
“Tudo isso me leva a crer que já não há razões para acreditar que terei Justiça, pois o que vejo agora, no comportamento público de alguns ministros da Suprema Corte, é a mera reprodução do que se passou na primeira e na segunda instâncias”, diz. (Leia a íntegra da carta de em defesa da democracia Aqui)
É o mesmo sentimento que motivou a reflexão de Flávio Dino em entrevista à Folha sobre a necessidade de se traçar estratégias para vencer a eleição, caso Lula não consiga ser candidato, e uma delas seria a unidade do campo da esquerda em torno de Ciro Gomes.
Foi aí que a porca torceu o rabo, e os editores do matutino paulista desvirtuaram descaradamente as palavras do governador, transformando-as em uma declaração contrária ao projeto eleitoral do PT.
Tamanho despropósito só encontra amparo na distorção sistemática da realidade para atingir objetivos escusos, xerocopiado sordidamente por Aníbal Lins em sua carta aberta.
Presidente de um sindicato que às vésperas da eleição para o comando do Tribunal de Justiça do Maranhão promoveu uma consulta entre os servidores, vencida por Nelma Sarney com 95,09% dos votos, Lins, ao considerar o apoio a Lula à redução do arco de alianças do governador Flávio Dino, almeja tão somente beneficiar o projeto eleitoreiro das combalidas candidaturas da oposição.
Cavalo de Tróia
Não é preciso ter mais do que dois neurônios para entender o que passa na cabeça de quem duvida do apoio do governador a Lula e ao PT, diante das inúmeras manifestações que fez em defesa do líder petista e da ex-presidente , inclusive, quando se exigia coragem para enfrentar a “opinião pública” manipulada pela poderosa Rede Globo e denunciar o golpe ainda em seu princípio.
O discurso de Aníbal não passa de uma retórica furada com o intuito de impedir que o governador reproduza em 2018 a mesma estratégia vitoriosa de 2014, com a formação de uma coligação plural, que teve dois candidatos a presidente em seu palanque, (PSDB) e Marina Silva (então PSB). Desta vez serão o ex-presidente Lula (PT) ou outro nome do partido, Ciro Gomes (PDT) e Manuela D’Ávila (PCdoB).

Mas foi na entrevista à Difusora AM, que o eterno presidente do Sindjus/MA mostrou a sua cara dura ao criticar as alianças com o PSDB e PPS em 14, partidos que deram sustentação ao golpe, e condenar a de 18 por reunir além do PPS, o DEM, dentre outras legendas que votaram pela usurpação do mandato de (PT).
Se por falta de memória ou ignorância, fez questão de colocar embaixo do tapete a sua participação na banda petista que apoiou Edinho Lobão e do PMDB, a coordenadora do impeachment, e a fatídica eleição municipal de outubro de 2016, no mesmo ano do golpe, quando saiu candidato a vereador pelo PROS, agremiação então com seis deputados federais, dos quais quatro votaram pela cassação da presidente legitimamente eleita.
Aliás, alguma vez ele mobilizou o seu sindicato em defesa do estado democrático de direito, da liberdade e da candidatura de Lula?
A mentira tem pernas curtas e o calcanhar de Aquiles!