Além de Roberto Rocha, D. Pedro I também proclamou a República do líder do governo Temer

Roberto Rocha e o líder do governo Temer André Moura: em comum a República proclamada por um imperador
Dois dias depois das provas do Enem, não foi só o senador Roberto Rocha (PSDB) que demonstrou em redes sociais completa ignorância pela história ao publicar uma cena da Independência para comemorar a proclamação da República, ocorrida 67 anos depois em um 15 de novembro de 1889.
O líder do governo no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-CE) foi outro deu um exemplo do obscurantismo que marca a gestão de Michel Temer ao também postar nas redes uma imagem da declaração da Independência, para referir-se à data da proclamação da República, comemorada na última quarta-feira.
As publicações dos dois políticos aliados não podem ser classificadas como eventuais gafes, que seria o caso de confundir Deodoro da Fonseca com Floriano Peixoto, mas com D. Pedro I, é um sintoma grave que vai além das bronquices não superadas no ensino fundamental.
Ao desconhecer o mais famoso personagem da história do Brasil, que ocupa com o seu “Independência ou Morte” o imaginário escolar desde à antiga alfabetização, a dupla reflete o destino do País, cujo as decisões estão sujeitas à incompreensão das diferenças e particularidades conquistadas pela sociedade ao longo do tempo.

Homenagem do senador Roberto Rocha publicada nas redes sociais com quadro “Independência ou Morte”, do artista brasileiro Pedro Américo
A falta de conhecimento histórico impede que se extraia lições do passado para orientar nas soluções dos problemas do presente. O resultado é um debate medíocre e intolerante sobre temas polêmicos, como aborto, igualdade de gênero, combate à violência, etc.
Pensar que D. Pedro I ao erguer a espada às margens do Ipiranga estava proclamando a República é consequência do entendimento de que o Estado serve aos interesses do poder econômico, garantindo a uma minoria privilegiada as regalias do Império.

Publicação nas redes sociais do líder do governo Temer, deputado André Moura, com quadro “A Proclamação da Independência” do artista francês François-René Moreau
Não é à toa que o deputado e o senador são defensores do desmonte na Saúde, na Educação e em várias atividades públicas promovidas pela facção de Michel Temer, de acordo com a definição de Carl Landé.
O cientista político alemão diz que as facções são grupos que se caracterizam por “membros instáveis, duração incerta, liderança personalística, ausência de organização formal e um interesse maior por poder e espólios do que por ideologia ou política”.
E se brincar, assim como reestabeleceram o trabalho escravo, são capazes de acabar com as cotas para negros!
Quem ignora o passado, pouco se importa como será julgado pela História no futuro!