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    Braide mete o pé na jaca e abre carnaval neste domingo com Bloco da Imprensa na Feirinha São Luís

    A prefeitura de São Luís resolveu colocar o carro na frente do gado. 

    Enquanto o resto do país ainda discute a conveniência das festividades carnavalescas em 2022, devido ao risco de retomada na pandemia de Covid, o prefeito Eduardo Braide mete é o pé na jaca e promove um verdadeiro carnaval neste domingo com a concentração do Bloco da Imprensa na Feirinha São Luís, no centro histórico da capital. 

    Várias cidades brasileiras de maior tradição e de valor de mercado o futuro do carnaval é incerto. Salvador e Recife, por exemplo, ainda dependem de um parecer favorável das autoridades sanitárias. Apesar do significado da festa para a economia formal e informal das duas capitais nordestinas.

    “No momento ainda é cedo para tomarmos decisões sobre esses eventos, especialmente o carnaval, que este ano será no final de fevereiro, período de sazonalidade para a ocorrência de doenças respiratórias. Nós precisamos chegar em fevereiro com as melhores condições de segurança sanitária possíveis”, disse ao Estadão, o secretário de saúde de Pernambuco, André Longo.

    Não só o pernambucano, mas todos secretários estaduais de Saúde são unânimes na reprovação à realização do carnaval 2022. Em entrevista à Folha, Carlos Lula, secretário do MA e presidente do Conselho Nacional de Secretários Saúde, explicou que por mais que o número de casos, óbitos e de ocupação de UTI tenham diminuído consideravelmente, há o temor de que as aglomerações provoquem uma nova onda de contaminação. 

    A Organização Mundial de Saúde compartilha da mesma opinião. E ainda faz um alerta de que o mundo está entrando em uma nova onda. Vários países europeus estão adotando medidas restritivas. 

    O Bloco da Imprensa é um programa de auditório do autêntico carnaval maranhense. É o palco por onde passam os batuques e os enredos gravados na memória afetiva do maranhense.

    O abre alas na João Lisboa não se trata de uma programação igual as outras que aninam o domingo na praça. Com patrocínio das secretarias municipal e estadual de cultura e as graças do deputado Roberto Rocha e do ex-diretor do Detran, André Campos, a concentração do Bloco é nos padrões dos grandes shows.

    Até o início da manhã desta sexta, a prefeitura de São Luís ainda não tinha se manifestado se adotará alguma medida sanitária para proteger quem vai à festa e quem fica em casa, que é quem acaba pagando o pato.

    Não basta arrotar os 90% de vacinados , pois o carnaval atrai muita gente de outros estados e do próprio interior do Maranhão, com índices vacinais bem abaixo do registrado em São Luís.

    O perigo nessas situações é o surgimento de novas cepas do vírus, resistentes aos efeitos dos imunizantes.

    Aliás, de acordo com o vacinômetro da prefeitura, a diferença entre quem tomou a 1a e a 2a dose, é de quase 100 mil pessoas.

    Festival BR135 alimenta a alma em troca de cesta básica neste domingo na escadaria do Giz

    Isaias Alves é uma das atrações do BR 135 neste domingo

    Há oito anos na estrada, o Festival BR135 não para na pista e por onde chega provoca uma miscelânea, um redemoinho surpreendentemente harmonioso. É o que a meteorologia com seus braços de radiola prevê para este domingo, às 16 horas, na Escadaria do Giz, na Praia Grande.

    Em dobradinha com a feirinha criativa no Casarão Entrenós, O BR apresenta Samambaia Trio, Isaías Alves Quarteto e Sulfúrica Billi. E no BR do dia 27 estarão o Boi de Maracanã, Enme, Criola Beat e a banda paraense Os Amantes. 

    Este ano, a edição do Festival é solidária, Um encontro responsável e cuidadoso com a saúde e a segurança de todos: público, artistas e todos os profissionais da cadeia da música e dos eventos culturais.

    Tudo de acordo com as orientações legais vigentes a respeito de controle de acesso, limite de público, uso de máscaras, comprovação de vacina etc. 

    “A edição 2021 reflete sobre o tema Música é Alimento, por entender que a arte, e em especial a música, cumpre um papel fundamental para a saúde de corpos e mentes, mas pode ir além, contribuindo para melhorar a situação daqueles que mais precisam, por isso a ação solidária para arrecadação de cestas básicas”, afirma Luciana Simões, uma das realizadoras do festival.

    A expectativa é arrecadar pelo menos 1.000 cestas para distribuição a instituições de apoio a pessoas em situação de insegurança alimentar, dentre as quais artistas e profissionais da cadeia produtiva da música que foram mais impactados pela pandemia.

    Isaías Alves é uma das atrações do outro mundo, ouça

    O BR Instrumental foi contemplado com recurso da Lei Aldir Blanc e o Festival BR135 tem a chancela da Lei Estadual de Cultura do Governo do Maranhão, com patrocínio da Equatorial.

    “Em tempos normais nós enchemos as praças da cidade, mas agora é diferente. A epidemia de covid-19 nos afastou e estamos voltando, mas precisamos voltar devagar, com muita atenção. Nosso chamado é para a música como forma de unir, mobilizar, viver e alimentar”, diz Alê Muniz.

    A expectativa é arrecadar pelo menos 1.000 cestas para distribuição a instituições de apoio a pessoas em situação de insegurança alimentar, dentre as quais artistas e profissionais da cadeia produtiva da música que foram mais impactados pela pandemia.

    BR Instrumental

    Domingo, 21, a partir das 16h, na Escadaria do Giz

    Feirinha criativa no Casarão Entrenós

    16h Selecta Groove 

    17h Forró do Mel

    18h Samambaia Trio

    19h Isaías Alves Quarteto 

    20h Sulfúrica Billi

    20h40  Luh Del Fuego & Las Pupilas Dilatadas

    21h DJ Leonor (Aconselho)

    Nos 50 anos do Dia da Consciência Negra, a luta sem trégua por um SUS antirracista

    Neste 50° aniversário do Dia da Consciência Negra as desventuras nacionais estarão no centro de manifestações que articularão as demandas das populações negras às dos brasileiros em geral. Espera-se que em mais de 60 cidades, o grito de “Fora, Bolsonaro racista!” simbolize o protesto nacional contra o desemprego, os preços abusivos e as perdas de direitos. Mas a jornada destacará as consequências duradouras do colonialismo e da escravização. Entre elas, está o fato de que os negros continuam excluídos de direitos – inclusive na área da saúde.

    “No contexto da pandemia, a discussão sobre o subfinanciamento do SUS (Sistema Único de Saúde), ficou muito mais nítida”, destaca, por exemplo, com muita propriedade, a pesquisadora Fernanda Lopes, do Grupo de Trabalho Racismo e Saúde da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva). “E para a população negra ainda mais, porque é ela que mais depende dos serviços que compõem a rede do SUS”. Fernanda menciona um risco quatro vezes maior de mortes por covid para negros, em comparação à população branca.

    Em vista disso, cresceu muito a reivindicação de uma atenção especial para os negros no âmbito do SUS, como meio de enfrentar a perda efetiva de direitos que deveriam estar garantidos. Esse parece ser o sentido da criação, pela Câmara dos Deputados, de uma comissão de juristas negros, tendo em vista a observação permanente das consequências do chamado racismo institucional. O que inclui a discussão de políticas de saúde, assim como de assistência social e segurança alimentar da população negra. Às vésperas do 20 de novembro, a comissão se diz pronta para apresentar seu relatório final.

    SAIBA MAIS

    Por que a COVID-19 é mais mortal para a população negra? – Artigo de Edna Araújo e Kia Caldwell

    Governo lança a 1ª Feira MA Preta para promover o afroempreendedorismo no Maranhão

    A despeito das virtudes do SUS, muitos pesquisadores tendem, no momento, a priorizar a necessidade de aprimorá-lo. Uma das especialistas em racismo institucional ouvida pela Câmara, a médica Jurema Werneck, disse a Outra Saúde que considera a situação crítica. “A política nacional de saúde integral da população negra, aprovada há anos, foi engavetada”, resume ela, exemplificando o nível de dificuldade existente. Ex-conselheira nacional de Saúde, ela acrescenta que o SUS “precisa ser abertamente antirracista, como determinam a política nacional de saúde integral da população negra e a política nacional de saúde integral da população indígena”.

    Diversas entidades jurídicas salientaram a questão dos direitos anunciando manifestações para amanhã, como o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo. Pretende unir, na cidade, o “Fora Bolsonaro” à denúncia “do racismo governamental, que fez crescer mortes e perdas de direitos da população negra”. Esses dois aspectos estão associados, muito especialmente, no primoroso livro eletrônico com o qual o Grupo de Trabalho Racismo e Saúde da Abrasco subsidiou o debate sobre as mudanças nas políticas públicas necessárias para mitigar o efeito da pandemia na população negra.

    Lançado em setembro, População Negra e Covid-19 – Rebelião Negra, procura mostrar que a pandemia tem cor e afirma que 133 anos após a “Abolição”, negros ainda lutam por direitos. No capítulo com esse nome, Fernanda Lopes, citada acima, e Lúcia Xavier, também do Grupo de Trabalho Racismo e Saúde da Abrasco, resumem seu pleito: “A saúde é o resultado de um conjunto de condições individuais e coletivas influenciado por circunstâncias de ordem política, econômica, ambiental, cultural e social. Logo, em muitas situações, a doença e a morte não são obras do destino ou fatalidade, mas, sim, de violação dos direitos”.

    Morreram 4 vezes mais pretos e pardos do que brancos no MA

    Embora Enem possa ter a cara do Governo Bolsonaro, Felipe Camarão diz que genocídio e rachadinha não estão no conteúdo do Simulado 2021

    O secretário Felipe Camarão

    Embora o presidente Bolsonaro tenha dito que o Enem teria a cara de seu governo, o secretário de estado da educação, Felipe Camarão garantiu que os simulados online não terão questões sobre rachadinha, genocídio, milícias, etc. A Seduc promove nos próximos sábados, dias 20 e 27 de novembro, o Simulado Online Enem 2021, voltado para estudantes de todo o Maranhão, que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares, testarem seus conhecimentos. 

    O simulado iniciará às 8h e ficará disponível até as 17h. No primeiro sábado (20), abrangerá as áreas de Linguagem, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Neste dia, o estudante deverá escolher a opção de Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol), além de responder questões envolvendo leitura e interpretação textual, gramática, figuras de linguagem, literatura, teoria da comunicação, arte, educação física, conhecimentos de história, geografia, sociologia e filosofia.

    Já no segundo sábado, 27 de novembro, as áreas de conhecimento serão biologia, física, química e matemática.

    Cada simulado contará com 90 questões selecionadas das últimas edições do Enem e de vestibulares tradicionais do país. Para participar do simulado, o estudante deverá acessar o link que estará disponível no site da Seduc e nas redes sociais oficiais da Secretaria.

    O simulado servirá como autoavaliação do desempenho das habilidades previstas na matriz de referência do Enem e para ter acesso ao resultado, o estudante participante deverá informar uma conta de e-mail válida no início dos testes. Ao final de cada aplicação, o estudante receberá sua nota e o gabarito do simulado.

    Os links de acesso ao simulado estarão disponíveis no site da Seduc: www.educacao.ma.gov.br

    Sem reduzir CO2, avanço do mar deixará São Luís parcialmente submersa nas próximas décadas, diz pesquisa

    Segundo o Climate Central, grupo de pesquisa sem fins lucrativos, um aumento de apenas 3°C na temperatura global deixará São Luís parcialmente submersa.

    O grupo publicou estudo com magens e vídeos impactantes que mostram o quanto o mar pode avançar sobre cerca de 50 cidades consideradas vulneráveis nas próximas décadas, caso não se cumpram as metas de redução das emissões de carbono.

    Isso porque, diz matéria publicada pelo O Globo nesta sexta-feira, conforme o planeta aquece rapidamente e derrete as calotas polares, o nível dos oceanos consequentemente aumenta, podendo avançar sobre cidades e engolir populações costeiras”.  

    Com uma costa de mais de 7 mil km no Oceano Atlântico, o Brasil aparece na 17ª posição entre os mais vulneráveis na lista da Climate Central. As cidades apontadas como mais suscetíveis a inundações pela maré são o Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Santos (SP) e São Luís (MA).  

    Publicadas na revista Environmental Research Letters em colaboração com a Universidade de Princeton, dos EUA, e o Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, na Alemanha, as imagens do estudo da Climate Central fazem comparações que vão desde cenários considerados mais otimistas, com o aumento de 1,5°C na temperatura média do planeta — limite proposto pelo Acordo Climático de Paris —, aos mais pessimistas, caso nenhuma medida seja tomada para reduzir a zero as emissões de carbono até 2050.

    Nesse cenário, a temperatura média do planeta pode chegar a 3°C ainda neste século.O trabalho pode ser visto no site Picturing Our Future (“Retratando nosso futuro”), em que os usuários podem selecionar centenas de imagens de locais de risco em todo o mundo, incluindo centros financeiros, estádios, museus, templos e igrejas e outras construções históricas ou culturalmente significativas

    Apostador de Benedito Leite (MA) entre os 5 acertadores da Mega-sena fatura R$ 18 milhões

    Um apostador de Benedito Leite (MA) está entre os cinco sortudos que vão dividir a bolada de R$ 90,9 milhões da Mega-Sena, sorteado nesta quarta-feira (10), totalizando R$ 18,18 milhões para cada um. O valor foi o segundo maior prêmio já sorteado pela loteria neste ano e estava acumulado por sete concursos.

    De acordo com a Caixa, entre as apostas vencedoras, uma delas é do Interior de São Paulo, de Borborema, localizada a aproximadamente 380 quilômetros da região central da cidade. As demais são de Angical (Bahia), Benedito Leite (Maranhão) e Goiânia (Goiás). A quinta aposta foi feita por canal eletrônico e a cidade não é informada.

    Confira os números sorteados: 03 – 19 – 25 – 37 – 44 – 56

    Além do prêmio principal, 680 apostas fizeram cinco acertos, levando R$ 11.418,47 cada e 19.557 acertaram a quadra, faturando a quantia de R$ 567,17,

    Governo atende moradores do centro histórico e recupera casarão para instalar creche em tempo integral

    Obras da primeira creche em tempo integral no centro histórico já estão bastante adiantadas

    O casarão 404, localizado na Rua Rio Branco, esquina com a Rua dos Afogados, está sendo revitalizado para ser uma creche de tempo integral. A ação visa beneficiar os trabalhadores, trabalhadoras e moradores da região do Centro Histórico de São Luís, além de gerar emprego, renda e preservação do patrimônio histórico.

    A reforma do prédio é fruto do Programa Nosso Centro. A iniciativa do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), tem por objetivo garantir o desenvolvimento sustentável, a conservação e a valorização da história de São Luís.

    De acordo com o secretário das Cidades e Desenvolvimento Urbano, Márcio Jerry, a destinação do casarão para a instalação de uma creche, surge em um momento em que o Governo do Estado articula políticas públicas e um conjunto de ações estratégicas de valorização do Centro da capital.

    “Será um novo espaço que vai garantir, ainda mais, a efetivação das políticas públicas que assegurem os direitos da população esquecida por anos. O Programa Nosso Centro é mais uma forma do Governo revitalizar a área e incentivar a geração de renda por meio da ocupação dos espaços subutilizados ou ociosos”, destacou.

    O local da futura creche é um dos quatro prédios públicos que estão sendo restaurados, no Centro Histórico de São Luís, por meio da parceria do Governo do Estado com a Vale. O investimento total é de R$ 15 milhões. Todos os espaços terão finalidades de uso para atividades pública e social.

    A assessora especial do Programa Nosso Centro na Secid, Josy Gomes, acentuou a importância da instalação de uma creche no Centro. “É uma demanda antiga dos moradores, e o Governo do Estado ao colocar um equipamento social na área onde existe um grande número de trabalhadores, em sua maioria mulheres e mães, é um avanço muito significativo. É uma oportunidade para de mais educação, atendimento multidisciplinar em um ambiente saudável e seguro. Essa ação do governo vai trazer uma série de impactos positivos e ganhos no setor social e econômico para a região”, disse.

    Revitalização

    A obra está gerando dezenas de empregos formais e informais. Os trabalhos no imóvel 404 da Rua Rio Branco incluem a fundação do prédio e a limpeza para dar início à instalação da estrutura da cobertura. As paredes de pedra e de blocos estão sendo recuperadas com técnicas de reboco. O imóvel está recebendo, ainda, serviços para garantir condições de segurança, conforto e acessibilidade. Todos esses serviços são executados para dar uso ao prédio sem deixar de preservar seu valor histórico, que possui forte influência da colonização portuguesa.

    Atualmente, estão sendo realizados os trabalhos de montagens dos elevadores, acessibilidade, instalações elétricas e hidráulicas. Depois de pronto, o equipamento social terá seis salas de aulas, consultório, sala de recreação, lactário, playground, banheiros e refeitório.

    Ruy Castro: Bolsonaro destrói órgãos de controle do Estado para não ser expelido como um tumor

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    Ruy Castro tem os olhos de lince que o faz reconhecido pela capacidade de produzir biografias sem deixar de situar o biografado no mundo que o cerca e consome.  

    É com essa a mesma precisão que identifica os sintomas do ‘tumor Bolsonaro’, publicados em sua coluna desta semana no jornal Folha de São Paulo. 

    O diagnóstico justifica a infestação maciça de si mesmo que Bolsonaro está impondo à PGR, ao STJ, à CGU e à Polícia Federal.  

    “ Os órgãos de controle legal são o sistema imunológico do Estado. É este que, para não ser expelido como um tumor, Bolsonaro precisa destruir. Está conseguindo”, explica Ruy Castro.

    A boa notícia é que o cancro, por mais terrível que pareça, não se espalhou no STF além dos 10% representados na figura do ministro Kassio Nunes Marques. 

    “Por enquanto”, adverte o biógrafo de Nelson Rodrigues, O Anjo Pornográfico.


    Tenho 10% de mim dentro do STF“, disse Jair Bolsonaro, referindo-se sem nenhum pejo a Kassio Nunes Marques, seu indicado ao Supremo Tribunal Federal, em 2020, na vaga de Celso de Mello, aposentado por idade. O abismo entre Celso de Mello e seu substituto já sugeria o quanto pioramos como país, mas a prática é ainda mais deprimente. Kassio Nunes Marques escuta uma frase dessas, que o humilha diante da nação e de seus supostos pares, e não se ofende. Apenas murcha as orelhas.

    “Não é que eu mande no voto do Kassio”, continuou Bolsonaro. Mas quem disse que ele manda no voto do Kassio? E precisa? Kassio Nunes Marques foi escalado justamente por sua natural presciência do que convém a Bolsonaro em qualquer votação. Ao afirmar que tem 10% de si no STF —seu preposto é um dos dez titulares atualmente no cargo—, Bolsonaro está dizendo que, por baixo daquela toga, não importa a miragem que ela projete, encontra-se ele próprio, Bolsonaro.

    E não se furta a descrever o que Nunes Marques faz para favorecê-lo. Sabendo-se voto perdedor numa questão do interesse de seu amo, o ministro usa o recurso de “pedir vista” do processo —um tempo para lê-lo e se inteirar melhor, durante o qual o caso fica parado. Faz parte. Mas quando Kassio Bolsonaro, digo Nunes Marques, pede vista é para “empatar o jogo”, exclamou um eufórico Bolsonaro. Empatar no sentido de “dificultar, atrapalhar, embaraçar, impedir, prejudicar, tolher”, segundo o “Houaiss”.

    Por mais terrível que pareça, é um alívio saber que, por enquanto, só haja 10% de Bolsonaro no STF. Já é suficiente para comprometer a higidez e a higiene do ambiente, mas ainda não se compara à infestação maciça de si mesmo que ele está impondo à PGR, ao STJ, à CGU e à Polícia Federal.

    Os órgãos de controle legal são o sistema imunológico do Estado. É este que, para não ser expelido como um tumor, Bolsonaro precisa destruir. Está conseguindo.

    Bolsonaro e Kassio Nunes Marques no dia em que este tomou posse no STF – Marcos Corrêa – 5.nov.2020/PR
  • Deu no D.O

    • A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar. 
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