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    Na contramão da crise Porto do Itaqui movimenta R$ 7,3 bilhões em mercadorias

    Porto do Itaqui: novo recorde

    Porto do Itaqui: novo recorde

    A Empresa Maranhense de Administração Portuária – EMAP segue a tendência de 2015, quando foram registrados recordes de operação e lucratividade no Porto do Itaqui, e mantém o crescimento movimentando aproximadamente R$ 7,3 bilhões em mercadorias nos quatro primeiros meses do ano. Foram R$ 4,3 bilhões em exportações e R$ 3 bilhões em importações.

    O lucro líquido do quadrimestre (janeiro a abril) ficou 84,6% acima da previsão orçamentária e 12,3% maior que o resultado alcançado no mesmo período de 2015, fechando em R$ 17,6 milhões, valor equivalente à soma do lucro total da empresa nos anos de 2013 e 2014. Já a receita operacional bruta obteve crescimento de 11,5% sobre o mesmo período do ano anterior e de 7,1% em relação ao previsto. O indicador financeiro que mede a rentabilidade (Margem EBITDA) fechou em 42,2% ao final de abril (leia mais sobre o indicador no box).

    Se pensarmos na gestão de 2015, primeiro ano do governo Flávio Dino, o número é ainda mais expressivo. No ano passado a EMAP registrou lucro líquido de R$ 68,2 milhões, valor superior à soma do lucro dos quatro anos anteriores (2011 a 2014), que foi de R$ 55,9 milhões. Esses resultados ampliam a capacidade de investimento do Itaqui, com aporte de R$ 255,55 milhões em recursos próprios para o biênio 2016/2017. No mesmo período serão investidos no porto outros R$ 1,093 bilhões, da iniciativa privada, totalizando R$ 1,348 bilhões.

    Mesmo em um cenário de crise econômica e retração da safra de grãos, foram registrados aumento de movimentação nas cargas especificas de soja (16%), milho (65%), trigo (157%) e fertilizantes (19%) e pequena redução de aproximadamente 1% na movimentação total de granéis líquidos em relação ao mesmo período de 2015. Destaque para a consolidação da exportação de gado vivo, com o embarque de mais de 11 mil cabeças de gado maranhense exportados para Venezuela e Líbano.

    Reconhecido como um dos principais portos públicos do Brasil, o Itaqui tem, desde 2015, uma gestão austera, focada em resultados, respeito aos recursos públicos e trabalho em equipe, atuando na contramão da crise política e econômica. “O Porto do Itaqui, além de ser patrimônio do povo do Maranhão, tem importância vital na dinamização da economia de todo o corredor centro-norte do Brasil. Impactamos positivamente as receitas de oito estados e a vida de cerca de 50 milhões de pessoas”, afirma o presidente da EMAP, Ted Lago.

    O foco da gestão neste ano está voltado para a consolidação e o avanço das conquistas de 2015, o que tem gerado interesse dos mercados externos, motivados pelos extraordinários números alcançados em pouco mais de um ano. A implementação de sistemática de acompanhamento de indicadores de performance, aliada a um refinado planejamento estratégico e ao uso de ferramentas de gestão como o Balanced Scorecard (BSC), impulsionam a EMAP rumo à sua nova visão que é “ser, até 2018, a empresa pública referência em gestão portuária no Brasil”.

    Infraestrutura e novos negócios

    Os resultados financeiros obtidos vêm possibilitando investimentos e melhorias na infraestrutura portuária. Neste ano foram finalizadas as obras civis do berço 108 e iniciadas as obras de manutenção estrutural do berço 105. Foram ainda implementadas melhorias e manutenção preventiva tanto na área de atracação de navios quanto nas vias de circulação e acesso ao porto.

    A equipe do Itaqui também vem trabalhando para diversificar e ampliar o portfólio de clientes externos. Destaca-se nesse cenário o passo importante que será dado em junho, quando uma missão do Governo de Singapura virá ao Maranhão para formalizar a parceria entre os dois governos. O convênio prevê o desenvolvimento de melhorias nas atividades do Porto do Itaqui, na relação do porto com sua hinterlândia (área de influência) e no incremento das relações comerciais entre empresas maranhenses e de Singapura.

    Entre os negócios internos destaca-se a parceria que vem sendo desenhada com o Porto Seco de Anápolis e as empresas Brado e VLI para fomento da movimentação de contêineres, trazendo e levando cargas para o Centro-Oeste do país. As negociações estão avançadas e são previstos embarques teste de grãos conteinerizados que serão movimentados pela Norte Sul e Estrada de Ferro Carajás.

     

    Refinaria: Justiça determina que Petrobras pague ao Estado compensação ambiental

    Além de escândalos que tem no epicentro Edison Lobão, Paulo Roberto Costa e Roseana Sarney, a refinaria Premium deixou impacto ambiental e prejuízo ao Estado

    Além de escândalos que tem no epicentro Edison Lobão, Paulo Roberto Costa e Roseana Sarney, a refinaria Premium deixou impacto ambiental e prejuízos ao Estado

    A Justiça determinou, em decisão divulgada nesta segunda-feira (30), que a Petrobras tem 15 dias para pagar, ao Estado do Maranhão, as parcelas restantes referentes à compensação ambiental da construção da Refinaria Premium 1, em Bacabeira. A decisão deverá beneficiar o estado e reverter impactos ambientais já gerados na implantação, interrompida, da Refinaria. A Petrobras foi condenada a pagar as sete parcelas restantes da compensação, totalizando a ordem de R$ 53,7 milhões.

    A decisão é resultado da ação civil pública proposta pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), com a intenção de que a Petrobras termine de pagar a compensação ambiental acordada no ato do licenciamento para construção da Refinaria Premium 1 e indevidamente suspensa quando a empresa decidiu não mais concluir a implantação da refinaria, no início de 2015. O pedido foi deferido pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.

    De acordo com o Procurador-Geral do Estado, Rodrigo Maia, a suspensão da instalação do empreendimento não justifica a interrupção do pagamento da compensação ambiental. “Essa decisão é de grande relevância, primeiro, para o Estado, e também para o meio ambiente. O objetivo é tentar balancear e minorar os impactos ambientais causados com a instalação da refinaria. E, comprovadamente, houve danos ambientais decorrentes da terraplanagem”, defendeu o Procurador-Geral.

    A Petrobras lançou em 2010 o projeto de construção da Refinaria Premium 1, em Bacabeira, com promessas de grandes investimentos na área. Na ocasião, assinou com o Governo do Estado um termo de compromisso com a finalidade de compensar os impactos ambientais que seriam gerados com a implantação da refinaria – o valor deveria ser investido em unidades de conservação. Em janeiro de 2015, a empresa, unilateralmente, decidiu não mais construir a refinaria e, por conseguinte, suspendeu os pagamentos da compensação.

    De acordo com a Procuradora do Estado, e chefe da assessoria do Procurador-Geral, Lorena Duailibe, o Estado ainda tentou administrativamente retomar o pagamento, mas, sem êxito, a PGE ajuizou a ação civil pública, na qual foi deferido, liminarmente, pela Justiça do Maranhão, o pedido de prosseguimento no pagamento da compensação ambiental. “A compensação faz parte da responsabilização ambiental. Este é o Princípio da Prevenção e da Precaução, ou seja, não é preciso o dano acontecer para ele ser reparado”, explicou Lorena, sobre a importância da compensação a ser paga pela Petrobras.

    Com a decisão da Justiça, a empresa deverá pagar as sete parcelas restantes da compensação ambiental. Destas, duas que estão em atraso deverão ser pagas em 15 dias, a contar da data de intimação. As cinco últimas serão pagas conforme o prazo acordado inicialmente, com a celebração do Termo de Compromisso entre o Estado do Maranhão e a Petrobras.

    Deu no D.O.

    Concreto bravo – Para compra de material de construção a Prefeitura de Grajaú precisou de quatro contratos com a empresa Cana Brava Material de Construção Ltda – ME no valor total de R$ 1.665.719,41. A papelada foi assinada em 22 de fevereiro, com prazo de execução de onze meses.

    Da pesada – Em Nova Colinas a Prefeitura tem contrato assinado desde 12 de fevereiro com a empresa M L R Ibiapino & Cia Ltda para compra de combustíveis e lubrificantes de máquinas pesadas. O serviço saiu por R$ 843.130,00 e o edital publicado não especifica prazos de execução nem de validade.

    Bola dividida – A Prefeitura de Pindaré-Mirim firmou dois contratos para compra de material de consumo (didático, limpeza, expediente, utensílios de cozinha e desportivo), com empresas diferentes, pelo valor total de R$ 3.550.959,20. A empresa L.D.P.Cutrim – ME (Abibe Distribuidora) levou os lotes 2, 5 e 6, que somam R$ 1.000,750,00. Os lotes 1, 3, 4 e 7, que juntos custam R$ 2.550.209,20 ficaram com a F D de Menezes – ME. O negócio está formalizado desde 4 de janeiro, com prazo de entrega parcelado.

    Choque elétrico – Saiu por R$ 1.396.464,00 o contrato para compra de aparelhos eletro-eletrônico e equipamentos de áudio e vídeo que a Prefeitura de São Vicente Férrer fechou com a empresa A N Martins Distribuidora – ME. Curiosamente o documento foi assinado em 24 de abril de 2015, válido até 31 de dezembro daquele ano, mas só foi publicado no Diário Oficial em 26 de fevereiro de 2016.

    Pela estrada – Em Santa Helena temos contrato de R$ 986.282,29 que Prefeitura firmou com a empresa Silva & Galvão Ltda EPP em 23 de fevereiro, para obras de infraestrutura rodoviária. O serviço foi fechado pelo sistema de empreitada e vale até 23 de agosto.

    Pílula de ouro – Saiu por nada menos que R$ 3.970.000,00 o contrato firmado entre a Prefeitura de São Vicente Férrer e a empresa Bentes Sousa & Cia Ltda para compra de medicamentos, material médico, hospitalar e laboratorial. O documento foi assinado em 15 de fevereiro, válido até 31 de dezembro.

    Acende a luz – Haja luz em Santa Luzia do Paruá! Por lá a Prefeitura assinou contrato com a empresa J. Gonçalves dos Santos Filhos e Cia Ltda, em 1º de fevereiro, para compra de material elétrico de iluminação pública. A conta saiu por módicos R$ 818.219,16.

    Na prensa – Para fornecimento de materiais impressos a Prefeitura de Santa Rita firmou contrato no valor de R$ 844.719,00 com a empresa M. Mendonça Gráfica e Editora. Formalizado em 15 de fevereiro, o contrato vale até 31 de dezembro.

    De um tudo – A Prefeitura de Santa Rita assinou três contratos, no valor total de R$ 2.873.645,00, com a empresa L.R. Distribuidora Ltda, para objetos diferentes. O primeiro, de R$ 1.085.000,00 para gêneros alimentícios; o segundo, de R$ 827.000,00 para material de higiene e limpeza, e o último, no valor de R$ 961.645,00, para merenda escolar. A papelada toda foi assinada em 16 de fevereiro, válida até 31 de dezembro de 2016.

    Farmácia dos milhões – Em Santa Luzia a Prefeitura tem dois contratos – assinados em 26 de fevereiro – com uma mesma empresa, a Colmed Distribuidora de Medicamentos Ltda. Pelo fornecimento de medicamentos hospitalares e farmácia básica a empresa deve receber um total de R$ 2.825.162,94.

    Ouro negro – Saiu pela bagatela de R$ 2.505.500,00 o contrato para compra de combustíveis firmado entre a Prefeitura de Bacabal e a empresa G. J. Sousa Lacerda & CIA Ltda. O documento foi assinado em 12 de fevereiro e o edital publicado não especifica prazos.

    Coquetel – Para fornecimento de lanches e coffee break a Prefeitura de Bacabal firmou contrato em 18 de fevereiro com a empresa J. T. de Medeiros Junior no valor total de R$ 955.800,00.

    Irmandade e comunhão

    Flávio Dino

    13221461_565167406977370_7655965742607350145_nO mês de maio é marcado por importantes datas para nós cristãos. Há duas semanas, foi a vez do Pentecostes, celebração do mistério do Espírito Santo, e neste feriado de quinta-feira comemoramos o Corpus Christi. Aqui no Maranhão, houve lindas manifestações populares que alegram as datas especiais e nos convidam à reflexão sobre os valores cristãos da solidariedade e sua aplicação em nosso dia a dia.

    Na homilia de Pentecostes deste ano, o Papa Francisco lembrou as palavras de Cristo no Evangelho segundo São João (14,18): “Não vos deixarei órfãos”. Francisco afirmou que o Espírito Santo nos religa ao Pai, tirando-nos da orfandade da solidão e da desesperança. Reunidos novamente sob Deus, nos reconectamos com nossos princípios e nos livramos da “dificuldade de reconhecer o outro como irmão, porque filho do mesmo Pai”. Belas palavras do Papa Francisco para nos lembrar que não estamos sós no mundo, vivemos juntos com outras pessoas em nossa família, nosso estado, nosso país. E com elas devemos viver em comunhão, partilhando as escolhas para construção de condições melhores de vida a todos.

    Vida em comum que também está nos princípios celebrados no Corpus Christi. Neste feriado, os cristãos reverenciam o sacramento da comunhão, momento em que nos unimos ao Corpo de Cristo. Nessa liturgia, reafirmamos a comunhão dos valores do cristianismo. Princípios que são reafirmados em várias passagens da Bíblia, como em Atos 4:31,32 “E, tendo orado, moveu-se ao lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus. E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns”.

    As celebrações cristãs reforçam, portanto, a condição de irmandade em que devemos viver. Não vendo o outro como um inimigo a ser destruído, mas como outro ser humano, com desejos e forças a quem devemos estender a mão. Como cristão, trabalho diariamente para aplicar esses princípios no trabalho do governo do nosso Estado. Acredito que a vivência da solidariedade depende também do correto exercício do Poder Público em prol do bem comum, construindo um estado melhor para todos. Por isso que, quando me perguntam sobre qual obra vai “marcar” o nosso governo, sempre aponto o cuidado com as pessoas, mediante políticas públicas feitas acima de tudo com amor. Este é muito mais forte e importante do que grandes estruturas de cimento e tijolos, que temos feito também, mas jamais perdendo a dimensão daquilo que é o principal: melhorar a vida da população, sobretudo a mais pobre.

    Aí estão os exemplos de irmandade que consideramos importante fazer e destacar: o Plano Mais IDH; o Programa Escola Digna, com construções e reformas de escolas; a Força Estadual de Saúde, já atuando nos 30 municípios mais pobres; os novos hospitais regionais; o Bolsa Escola, que chegou neste ano para 1 milhão de crianças e jovens; a rede de educação profissional e tecnológica (IEMA); a pavimentação de mais de 1.000 km de estradas e ruas; o programa Ninar, para recém-nascidos e crianças. E muito mais, sempre buscando a comunhão justa da riqueza socialmente produzida.

    Advogado, 48 anos, Governador do Maranhão. Foi presidente da Embratur, deputado federal e juiz federal

    Temer negociou ‘certas condições’ com oposição, diz Sarney em gravação

    Folha de s. paulo

     

    Com uma vasta folha corrida na política brasileira, Sarney agora também atua como consigliere dos políticos acusados de corrupção

    Com uma vasta folha corrida na política brasileira, Sarney agora também atua como consigliere dos políticos acusados de corrupção

    O ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) confidenciou ao ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que a oposição no Congresso estava resistindo à ideia de apoiar uma transição com Michel Temer na Presidência da República e que um apoio só foi aceito após “certas condições”, as quais ele não detalhou.

    A resistência dos opositores, segundo Sarney, foi vencida após uma intervenção do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). “Nem Michel eles queriam, eles querem, a oposição. Eles aceitam o parlamentarismo. Nem Michel eles queriam. Depois de uma conversa do Renan muito longa com eles, eles admitiram, diante de certas condições”, disse Sarney a Machado, que assinou um acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República).

    Sarney respondeu: “Eles sabem que não vão se safar”.Sarney fez os comentários após Sérgio Machado dizer que “para o PSDB a água bateu aqui também. Eles sabem que são a próxima bola da vez”, em referência às investigações da Operação Lava Jato.

    “E não tinham essa consciência. Eles achavam que iam botar todo mundo de bandeja”, opinou Machado. Segundo o ex-presidente da Transpetro, agora tinha que ser “construída” alguma “solução”, segundo a qual “Michel tem que ir para um governo grande, de salvação nacional, de integração”.

    Sarney disse que teve uma conversa com Temer e que “tudo isso está na cabeça dele, tudo isso ele já sabe”.

    O ex-presidente também respondeu a uma observação de Sérgio Machado, segundo o qual o Supremo havia “rasgado a Constituição” ao autorizar, em novembro passado, a prisão do então senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), hoje outro delator da Lava Jato.

    Sarney disse que o “pior foi o Senado se acovardar de uma maneira…” Para o ex-presidente, o Senado “não podia” ter concordado com a prisão de Delcídio decretada pelo STF.

    “Não podia, a partir dali ele [Senado] acabou. Aquilo é uma página negra do Senado”, lamentou o ex-presidente. “Porque não foi flagrante delito. Você tem que obedecer a lei”, afirmou Machado. “Não tinha nem inquérito!”, concordou Sarney.

    Três meses depois, o próprio ministro relator do caso no STF, Teori Zavascki,determinou a soltura de Delcídio, que passou à prisão domiciliar. Para Sarney, a decisão agravou ainda mais a moral do Senado. “Agora o Teori acabou de desmoralizar o Senado porque mostrou que tem mais coragem que o Senado, manda soltar.”

    Para Machado, a situação “ficou muito mal”. “A classe política está acabada. É um salve-se quem puder. Nessa coisa de navio que todo mundo quer fugir, morre todo mundo.”

    Falando sobre o desempenho de Renan Calheiros como político, José Sarney contou um episódio de 2006 que, para ele, mostraria a “ingenuidade” do atual presidente do Senado.

    Acusado de ter recebido recursos de uma empreiteira para ajudar sua amante, Calheiros teria decidido entregar os documentos de Imposto de Renda para a TV Globo, o que, segundo ele, provaria sua inocência. Logo depois, porém, a emissora investigou os documentos e as reportagens agravaram um quadro que, meses depois, culminou na renúncia do Renan da presidência do Senado. Sarney contou: “E o Renan cometeu uma ingenuidade. No dia que ele chegou, quem deu isso pela primeira vez foi a [jornalista da TV Globo] Délis Ortiz. Eu cheguei lá era umas 4 horas, era um sábado, ele disse ‘já entreguei todos os documentos para a Délis Ortiz, provando que eu… que foi dinheiro meu’. Eu disse: ‘Renan, para jornalista você não dá documento nunca. Você fazer um negócio desse. O que isso vai te trazer de dor de cabeça’. Não deu outra”.

    Sérgio Machado concordou: “Renan erra muito no varejo”.

    OUTRO LADO

    A assessoria de Renan Calheiros informou que o senador “não tem como avaliar comentários que terceiros façam sobre a sua conduta como político”. Sobre a decisão do Senado que apoiou a prisão de Delcídio, em novembro, a assessoria de Renan disse que sua posição “foi pública e consta das notas taquigráficas daquela sessão”. Naquele dia, segundo registrou a imprensa na época, Renan fez uma reunião com um grupo de senadores e defendeu a soltura de Delcídio, por entender que a prisão não atendia aos requisitos legais, mas sua posição inicial foi vencida.

    Papete: o intérprete da música maranhense que trazia no bolso um colar e uma bola de meia

    Papete entre os tambores que fizeram ele ser considerado um dos cinco melhores percussionistas do mundo

    Papete entre os tambores que fizeram dele um dos cinco melhores percussionistas do mundo

    Quando o São João iniciava no mês de maio com os ensaios do Boi da Madre Deus e a catuaba do Diquinho e me dividia no mês de junho entre os arraiais da Santo Antônio e Apeadouro,  o disco Bandeira de Aço gravado por Papete em 1978 compartilhava com as matracas e pandeirões a singularidade dos festejos juninos do Maranhão.

    Essa sonoridade era a fogueira do nosso São João!

    Capa do disco Bandeira de Aço até hoje o maior sucesso da música maranhense

    Capa do disco Bandeira de Aço até hoje o maior sucesso da música maranhense

    Bandeira de Aço foi o primeiro grande sucesso popular da música maranhense e um marco, embora já tivéssemos o Lances de Agora, de Chico Maranhão,   por registrar pela primeira vez em disco os fundamentais compositores Josias Sobrinho, Ronaldo Mota, Sérgio Habibe e César Teixeira, autor da música que dá nome ao vinil, assinado na capa apenas como Carlos César.

    Em uma época que o prêmio aos dez primeiros colocados nos festivais de música era a gravação de um disco, e o que aqui se produzia era consumido por poucos, o sucesso de Bandeira de Aço provocou polêmicas e brigas dos compositores com Papete por questões de direitos autorais e por ele levar a fama e o reconhecimento dos ludovicenses.

    Embate que se reproduziu na década de 90, quando a Alumar o homenageou e aprofundou o fosso que os separava. Provocou até mesmo o meu afastamento da editoria do Caderno Impar, de O Imparcial, por tomar partido e publicar um manifesto dos artistas contra a multinacional, então a maior anunciante dos nossos matutinos.

    Foi uma semana antes desse ocorrido que conheci Papete ao entrevistá-lo, por deveres de ofício, sobre mais essa polêmica e assim poder justificar uma outra matéria, desta vez com outro lado – essa sim do meu real interesse – publicada sete dias depois com o depoimento de César Nascimento, o que não evitou a ira dos donos do jornal e o meu desligamento da cobertura cultural.

    Homenagem aos 35 de Bandeira de Aço em emocionante show no Teatro Arthur Azevedo

    Emocionante homenagem aos 35 de Bandeira de Aço no Teatro Arthur Azevedo, com a participação de César Teixeira, autor da composição que deu nome ao disco

    Minha cara amarrada foi surpreendida pela simplicidade e uma certa singeleza daquele que levianamente classificava como oportunista.

    Daí em diante comecei a vê-lo com outros olhos e respeito. O mesmo aconteceu, cada um a seu tempo, com os artistas envolvidos na peleja, inclusive César Texeira, que participou em maio de 2013 da emocionante homenagem aos 35 anos de Bandeira de Aço, show produzido pelo projeto BR 135 no Teatro Arthur Azevedo.

    As felicitações de aniversário ainda incluíram um documentário com roteiro e direção do poeta Celso Borges, que você pode assistir logo abaixo.

    Foi como percussionista que Papete alcançou fama internacional. Em 1982 ele foi citado pela revista norte-americana “Dow Beat” como um dos cinco melhores do mundo.

    Por tudo isso é que posso dizer que a sua morte na madrugada desta quinta-feira aos 68 anos, depois de um árduo combate contra o câncer, não apagará a fogueira que ele acendeu e fez do São João uma bandeira de aço com olhos de papel de seda e uma estrela na testa; nos deixando para sempre com essa vontade louca de ver o dia nascer pela boca.

    Ao não precisar de advogado Sarney revela como funciona a Justiça brasileira

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    Com uma vasta folha corrida na política brasileira, Sarney agora também atua como consigliere dos políticos acusados de corrupção

    Com uma vasta folha corrida na política brasileira, Sarney agora também atua como consigliere dos políticos acusados de corrupção

    O grampo telefônico de duas conversas de Sarney com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, revela uma gravidade muito maior do que a sua declaração sobre o caráter bombástico – definido pelo ex-presidente como “metralhadora ponto 100” – da delação premiada que a empreiteira Odebrecht estaria preste a ampliar na Operação Lava-Jato, destacada pelos portais dos chamados grandes jornais do País.

    Desde as prisões de Marcelo Odebrecht, herdeiro e ex-presidente da construtora, em junho de 2015, e do atual diretor presidente, Benedicto Barbosa da Silva, em fevereiro deste ano, que já se fala do seu efeito devastador.

    Condenado a 20 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, além de responder a outras ações penais relacionadas ao escândalo da Petrobras, Marcelo Odebrecht fez um acordo de delação premiada ainda no mês de março.

    O mais grave está na sua promessa de ajudar o ex-presidente da Transpetro para que o seu caso não seja transferido para o juiz Sérgio Moro, mas “sem meter advogado no meio”, preocupação insistentemente repetida pelo cacique peemedebista.

    É aí que Sarney expõe como funciona a Justiça deste País, onde não é necessário um advogado, que só “quer ganhar…”, para se defender e evitar decisões desfavoráveis

    Em 2011 o Superior Tribunal de Justiça anulou as provas da Operação Boi Barrica, que investigou o seu filho, Fernando Sarney, por crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, em um julgamento que tramitou em alta velocidade e foi resolvido em apenas uma sessão com a aprovação do relatório do ministro Sebastião Reis Júnior, que levou apenas seis dias para estudar o processo e elaborar o seu voto.

    A mesma 6ª Turma levou quase dois anos para julgar e anular provas de outras duas grandes operações da Polícia Federal, a Satiagraha e a Castelo de Areia.

    Recurso do Ministério Público Federal contra essa decisão aguarda julgamento no STF desde o início de 2012.

    Com tamanha “hermenêutica” jurídica quem precisa de advogado ?

    O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, acusado de receber propina foi pedir ajuda de Sarney para que o seu caso não seja transferido para o juiz Sérgio Moro

    O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, acusado de receber propina foi pedir ajuda de Sarney para que o seu caso não seja transferido para o juiz Sérgio Moro

    Um outro trecho, logo no início do grampo divulgado, que nenhum veículo de comunicação até às 23h13 desta quarta-feira, véspera de feriado, se preocupou em destacar ou escrever uma linha sequer, é sobre quem é este homem, que está no exterior, referido por Sarney e Sérgio Machado como alguém que pode encontrar uma saída para os problemas com a Lava-Jato.

    – Olha, o homem está no exterior. Então a família dele ficou de me dizer quando é que ele voltava. E não falei ontem porque não me falou de novo. Não voltou. Tá com dona Magda. E eu falei com o secretário – avisa Sarney, logo no início da conversa, no que responde Machado:

    – Eu vou tentar falar, que o meu irmão é muito amigo da Magda, para saber se ele sabe quando é que ela volta. Se ele me dá uma saída.

    Essa conversa foi gravada pelo próprio Machado no mês de março, coincidentemente o mesmo mês em que os ministros do STF, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, participaram de um seminário na Universidade de Lisboa, a capital portuguesa !

    Com uma vasta folha corrida na política brasileira, de deputado federal à presidente da República, Sarney também atua como consigliere dos políticos acusados de corrupção.

    Um dos conselhos que deu ao ex-presidente da Transpetro foi pedir calma.

    – O tempo é a nosso favor – disse..

    Leia Aqui a transcrição das conversas entre Sarney e Sérgio Machado divulgada pela Folha

    Grampo: Renan e Machado dão a entender que Sarney comanda rede de proteção contra a Lava-Jato

    Renan, Sarney e Jucá, os caciques do PMDB alvos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado

    Renan, Sarney e Jucá, os caciques do PMDB alvos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado

    Depois de divulgar as conversas telefônicas do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com o ex-ministro do Planejamento do governo provisório de Michel Temer, Romero Jucá, e do presidente do Senado, Renan Calheiros; a próxima será a do sem mandato, José Sarney.

    Machado grampeou os três caciques do PMDB e encaminhou para a Justiça a fim de obter os benefícios da delação premiada, homologada nesta quarta pelo ministro do STF, Teori Zavaski, após a acusação de recebimento de propina feita por um executivo de empreiteira preso em Curitiba.

    Já na conversa com Renan divulgada nesta quarta-feira o nome de Sarney é citado várias vezes, dando-nos a entender que o velho oligarca utiliza de sua influência para proteger e livrar da prisão os investigados pela Polícia Federal.

    Sérgio Machado e Renan Calheiros: mais um grampo comprometedor

    Sérgio Machado e Renan Calheiros: mais um grampo comprometedor

    A primeira foi por Machado, apavorado com a possibilidade do Ministério Público Federal encaminhar denúncia para o juiz Sérgio Moro, que poderia resultar em sua prisão.

    Depois de xingar o procurador da República, Rodrigo Janot, de “filho da puta da marca maior”, avisou a Renan que as grades quebrariam a sua resistência, e “aí fudeu tudo”.

    – Então a gente precisa {inaudível} presidente Sarney ter de encontro… Porque se me jogar lá embaixo, eu estou fudido – diz (leia abaixo a íntegra da conversa divulgada pela Folha), fazendo questão de ressaltar que estão insinuando que ele deveria fazer delação premiada.

    – E isso não dá, isso quebra tudo isso que está sendo feito – completou.

    A resposta de Renan está inaudível, no que continua Machado:

    – Renan, esse cara (provavelmente Janot) é mau, é mau, é mau. Agora, tem que administrar isso direito. Inclusive eu estou aqui desde ontem…Tem que ter uma idéia de como vai vai ser. Porque se esse vagabundo jogar lá embaixo, aí é uma merda. Queria ver se fazia uma conversa, vocês, que alternativa teria, porque aí eu me fodo – sugeriu.

    Adivinhem o que o presidente do Senado respondeu de bate-pronto ?

    – Sarney

    O que teve a concordância de Sérgio Machado, acrescentando que seria o caso de uma conversa particular.

    Mais adiante, após falarem sobre as acusações contra a filha de Eduardo Cunha e da periculosidade da delação de Delcídio do Amaral, Renan volta a citar Sarney, e da importância dessa conversa, inclusive com a participação de um advogado para traçar estratégia.

    – {inaudível} quanto a isso aí só tem estratégia política, o que se pode fazer – avisou o desesperado Machado.

    No telefonema, Renan defende mudar a lei da delação premiada, o que seria uma espécie de solução para estancar a Lava-Jato, e os dois comentam sobre as situações de Dilma, Aécio Neves e Lula; e da necessidade de conter o juiz Sérgio Moro antes que aconteça alguma morte.

    Em um trecho, diz Machado:

    – E esse negócio só salva se botar todo mundo. Porque deixar esse Moro do jeito que ele está, disposto como ele está, com 18% de popularidade de pesquisa, vai dar merda. Isso que você diz, se for ruptura, vai ter conflito social. Vai morrer gente.

    Antes de desligar, Sérgio Machado avisa que passará na casa do “presidente” para marcar um horário na residência de Romero Jucá, onde chega menos gente, para que os três possam se encontrar.

    Se no grampo entre Calheiros e Machado, as vezes que Sarney foi citado já levanta suspeitas de comandar uma rede de proteção, imagina o que pode surgir quando ele tratar do caso pessoalmente ao telefone?

    É aguardar e esperar que a Folha cumpra o seu papel e divulgue a conversa de Sarney, assim como fizera com Jucá e Renan.

    Leia Aqui a íntegra da conversa entre o presidente do Senado e o ex-presidente da Transpetro.

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    • A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar. 
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