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    Sarney prepara autobiografia reveladora a ser lançada somente após a sua morte, diz a Folha

    A coluna Painel do jornal Folha de São Paulo diz que o ex-presidente Sarney fechou contrato secreto com uma editora nacional para publicação de sua “Autobiografia”, após a sua morte.

    Segundo a Folha, pelo acordo, a obra não sairá em vida porque Sarney fez “um relato minucioso, sem poupar aliados, nem desafetos”.

    Só quem não conhece a vaidade de Sarney que acredita nessa. Não é à toa que sequer o mercado reagiu diante do tremor de terra anunciado!!!

    O cara passa vida mentindo e vai escrever uma autobiografia revelando detalhes dessa sua ‘vitoriosa’ trajetória ao poder?

    E o curioso é a divulgação de que ele escreveu a autobiografia, e com um detalhe, o contrato com uma editora nacional – são tantas! – que não teve o seu nome revelado.

    Com 92 anos, ele passou recluso durante a pandemia e trabalhou diariamente, no livro.

    Sarney talvez consiga entrar pra história, além do que já lhe cabe: chefe de uma oligarquia que dominou o Maranhão por 40 anos em troca de continências e serviços prestados ao regime militar.

    Sarney inaugura a autofake!

    Autos do crime da baronesa considerados desaparecidos estavam com Sarney há mais de 20 anos

    A notícia de que os autos do julgamento da Baronesa de Grajaú, considerados perdidos no tempo até reapareceram em 1975 no livro Os Tambores de São Luís de Josué Montello, estavam guardados há mais de 27 anos na casa de Sarney em Brasília, não é nova, mas é uma novidade.

    Apesar do sucesso do romance e do próprio Montello encaminhar os autos do processo ao Museu Histórico e Artístico do Maranhão acompanhado de declaração escrita à mão, onde diz que “o senador José Sarney, que possuía estes autos, teve a bondade de nós oferecer”,  não houve nenhum questionamento público sobre a razão pela qual Sarney tomou posse desses autos.

    Quem autorizou ou o nomeou fiel depositário de documento histórico de tamanha relevância?  

    Nada, nenhum pio. Ministério Público, Tribunal de Justiça, Imprensa, sociedade civil organizada, nada.  Era como se a cegueira do ensaio de José Saramago fosse congênita no Maranhão, quiçá no Brasil.

    No penúltimo sábado, 12 de março, vários jornais e sites de visibilidade nacional republicaram uma extensa matéria sobre o crime da Baronesa produzida pela BBC News Brasil, sem se atentar para o que publicavam.

    O episódio, na verdade, é tratado com indiferença pela BBC. É apenas parte da narrativa.  

    Com a maior naturalidade do mundo, ainda mais em se tratando de veículos de imprensa, a reportagem faz referência ao reaparecimento dos autos em Os Tambores de São Luís e ao que revelaria Josué Montello em Diário do Entardecer, lançado em 1991. 

    “Sarney teria recolhido os documentos em uma pilha de processos antigos do Tribunal de Justiça do Maranhão, onde trabalhou na juventude, que seriam jogados fora”, diz o texto assinado por Juliana Sayuri, ‘de Toyohashi (Japão) para a BBC News Brasil.

    Será que não fizeram as contas dos anos que separam a juventude da maturidade de Sarney, então no seu primeiro mandato de senador?

    O prestígio da BBC não é suficiente para averiguar com o próprio Sarney sobre a veracidade do relato de Josué e, se confirmado, saber por qual motivo ele teria ficado tanto tempo de posse de documentos de valor histórico incomensurável?

    Parquet obnubilado

    O problema jornalístico da BBC, no entanto, é problema da BBC.

    O que não se pode dizer o mesmo, quando o Ministério Público reproduz a versão do achados e perdidos.

    Responsável pela acusação, prisão e julgamento de Anna Rosa Viana Ribeiro, uma escravocrata da alta sociedade maranhense, o jovem promotor Celso Magalhães pagou um alto preço por sua ousadia.

    Pouco mais de um ano após o julgamento, em março de 1878, ele é demitido “a bem do serviço público”. O esposo de Anna Rosa, Carlos Fernando Ribeiro, assumiu a presidência da província do Maranhão e não perdeu tempo, passou a caneta colocando na rua o responsável por tamanha afronta.

    Em 1991, mais de um século depois do caso, Celso Magalhães seria consagrado como patrono do Ministério Público do Maranhão.

    O parquet conseguiu em 2009 que o governo do estado repassasse a guarda dos autos, que estavam no arquivo público desde 1976.

    Os documentos originais foram digitalizados e colocados à disposição do público nas redes sociais. A iniciativa do MPMA foi finalista do Prêmio do Conselho Nacional do Ministério Público em 2021, contemplada com o Selo Respeito e Diversidade.

    As apresentações, prefácios e artigos que acompanham a primeira e segunda edições dos autos em livro, apesar de ressaltarem a importância do acesso de pesquisadores e da sociedade em geral aos documentos, ignoram por completo o tempo que  estiveram na casa de Sarney e, por consequência, o dano provocado à história.

    Enxergam tão somente os 35 anos que os autos passaram “trancados em um arquivo de aço do Museu Histórico de Artístico do Maranhão”.

    Vaidade anticiência

    A cegueira saramaguiana também contaminou a Ciência; embora não tenha prejudicado por completo a excelente pesquisa que sustenta a tese de doutorado em História, Celso Magalhães e a Justiça Infame apresentada em 2017 por Yuri Michael Pereira à Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos.

    O pesquisador faz meia-boca (pág.61) ao citar que o episódio de salvamento dos autos foi confirmado por Sarney. “Nesse sentido, exaltar a figura de Celso passa também pela autovalorização da imagem de Sarney como intelectual e mesmo como visionário, já que, ainda bastante jovem, teria percebido a relevância histórica de se preservar os ”autos-crime da baronesa de Grajaú”, escreve.

    Aliás, em nota de rodapé ele tem um acesso de vaidade desnecessário e sem cabimento em um trabalho científico.

    “A informação foi confirmada por José Sarney a partir da provocação deste pesquisador”, anota.

    Questionar sobre quais os motivos de guardar os autos em casa, por tanto tempo , necas de pitibiriba.

    E o que é pior, Yuri Pereira completa o rodapé revelando que o contato com Sarney foi feito através do presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, amigo pessoal do ex-presidente, “que com ele conversou pessoalmente sobre a presente pesquisa, sugerindo-o que escrevesse sobre o tema”.

    A manifestação de Sarney, continua Pereira, “confirmando a versão de que teria ele salvo o processo judicial de sua destruição, veio através de dois artigos em O Estado do Maranhão, intitulados Celso Magalhães e o processo-crime da baronesa (Sarney,2016ª.p. 1) e O processo da baronesa de Grajaú (SARNEY,2016bp. 1)”.

    Sociedade contaminada

    Só conseguimos localizar o segundo artigo, republicado no blog do Gilberto Leda, em 30 de março de 2014. Mas já é o suficiente para dimensionar o ego e o despropósito da leitura enviesada dos fatos. Suas próprias palavras entregam o jogo.

    Ao contar sobre o “processo e sua sobrevida, capaz de dar aos historiadores a oportunidade de manuseá-lo e a salvo”, o velho morubixaba chega ao ponto de afirmar que considerava um crime, o descarte de documentos históricos. Lembra que tinha 19 anos e que a época o Tribunal de Justiça, onde trabalhava, funcionava na Rua Afonso Pena. E que com a construção da nova sede do TJ na praça Pedro II, o então presidente do tribunal, desembargador Joaquim Santos, para facilitar a mudança, determinou que os processos velhos, os anteriores a 30 anos, fossem jogados fora.

    “Fui designado para ajudar. Numa das carroças [havia poucos caminhões] eu, já intelectual [aos 19 anos!] e jornalista […] comecei a tentar salvar alguns daqueles papéis que eu julgava um crime irem terminar na maré. Encontrei o processo da Baronesa. Eu conhecia o caso. Exultei. Salvei outros processos que doei a Arnaldo Ferreira. Não sei se constam de sua grande biblioteca, hoje pertencente ao Senac”, pontua.

    Sarney testemunha o que considera um crime, se cala e ainda leva consigo o objeto do crime!

    E ainda por cima “doa” parte desse acervo!

    Ele explica que ficou com os autos da baronesa, “na esperança de escrever um romance com aquele repositório de informações”!!!

    Sarney nasceu em 24 de abril de 1930. Se ele tinha 19 anos, o ato ‘heroico’ de Sarney aconteceu entre março e abril de 1949.

    Na sua biografia autorizada, escrita pela jornalista Regina Echeverria, não há qualquer alusão ao episódio.

    Uma das poucas referências que Echeverria faz na biografia à passagem de Sarney pelo TJ-MA, é que um mês após o início (março/49) do trabalho como oficial do judiciário ele foi (abril/49) colocado à disposição da Biblioteca Pública. De onde só retornou à “secretaria do Tribunal de Justiça em 53 na presidência do desembargador Trayahú Rodrigues”. 

    A biógrafa fez questão de grafar o nome do presidente do Tribunal à época. Mas ignora que neste mesmo ano, Sarney Costa, o pai do biografado, assumiu o cargo de desembargador no TJ.

    Com a palavra o atual presidente do TJ/MA Lourival Serejo, que na última quinta-feira, 17, em entrevista à TV Mirante, ressaltou que o acervo jurídico de documentos históricos colocados à disposição do público pelo museu no tribunal, não só resguarda parte fundamental da evolução da cultura e da sociedade maranhense, como, também, revela a evolução da Corte, considerada a terceira mais longeva do Brasil, em atuação desde o século XIX.

    “Este museu tem uma importância muito grande para a história do Maranhão […] da evolução da sociedade maranhense, dos litígios; dos inventários; dos testamentos […] isso representa uma conquista muito grande de conservação daquilo que precisa ser conservado”, disse o presidente.

    Não há o que discutir sobre o fim do domínio da família Sarney no Maranhão.

    No entanto, restou uma sociedade contaminada…

    Assista a entrevista do presidente do TJ Lourival Serejo

    ACESSE OS AUTOS 

    Isto É: Sarney tenta salvar o clã sacrificando o neto Adriano com candidatura ao Senado em 22

    O jornalista Leandro Manzzini publicou na sexta-feira em sua coluna na Revista Isto É, que o ex-presidente Sarney estar há dois meses em São Luís “cuidando do futuro do clã”.

    Segundo Mazzini, depois de num ano recluso em casa em Brasília, precavendo-se contra a Covid-19, “o cacique articula para realocar Roseana Sarney no Congresso. Ela quer se candidatar a deputada federal, e o neto Adriano (filho do aposentado Zequinha) ao Senado”.

    Pera aí. Quer dizer que os planos do velho morubixaba de guerra é sacrificar o deputado estadual Adriano Sarney em 22?

    Não deixaram disputar a prefeitura em 2020 e agora querem que ele cumpra uma missão suicida?

    Sem qualquer possibilidade visível de vitória em uma disputa majoritária contra o governador Flávio Dino, a candidatura ao Senado é uma imolação forçada pelas circunstâncias ou forma de aproveitar a oportunidade para forjar a liderança futura de Adriano, hoje com 41 anos, em todo o estado?

    Reeleito deputado estadual e único sobrenome da família que sobreviveu ao terremoto comunista em 2018, esta será a primeira eleição que ele disputa sem estar agarrado às barbas do pai Zequinha, oito vezes deputado federal e duas ministro do meio ambiente.  

    Além dos riscos de disputar uma eleição sem o suporte dos cargos públicos de poder; um terceiro mandato na Assembleia Legislativa do Maranhão vai definitivamente moldá-lo aos limites da própria aldeia.

    Ao abrir mão de chance real de renovar seu mandato, Adriano, é bem verdade, reunificaria os agregados da família, distendendo a pressão que afasta o braço político da desembargadora Nelma Sarney e seu deputado-genro, Edilázio Júnior.

    Com as bênçãos da deusa Thêmis, Júnior tem carreira solo. Mas enfrenta sempre obstáculos na feitura de suas dobradinhas com candidatos a estadual, quando estes competem com Adriano o eleitor do mesmo terreno. Temem que apoiar o genro da desembargadora cunhada de Sarney, seria o mesmo que alimentar o próprio inimigo.

    Por esse viés, o sacrifício do neto Adriano dar asas ao sonho da tia Roseana. Como uma fênix ressurgiria das cinzas pra graça e glória de toda família desolada.

    O difícil é Adriano está convencido de tudo isso. Ainda mais em se tratando de uma pessoa que não compartilha, faz favor.

    No entanto, mesmo que o seu sacrifício seja apenas um simulacro para favorecer alianças eleitoreiras, é inegável que qualquer projeto de reerguer politicamente o nome da família, passa por uma eleição excepcional de Roseana em 22.

    O risco é Adriano colocar a corda no pescoço e Roseana espocar urna!

    Bolsonaro foi à casa de Sarney pedir apoio contra relatoria de Renan na CPI do Covidão

    Bolsonaro, Renan e Sarney (montagem Arte UOL)

    Carla Araújo Do UOL

    Em um compromisso fora da agenda, o presidente Jair Bolsonaro foi até a residência do ex-presidente José Sarney em Brasília na última terça-feira (27), mesmo dia em que a CPI da pandemia estava sendo instalada no Senado. O encontro durou cerca de um hora e apenas Bolsonaro e Sarney participaram. A reunião teve como um dos articuladores o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), que aconselhou o presidente a buscar uma aproximação maior com o MDB.  

    Segundo Bezerra, tanto Bolsonaro como o ex-presidente Sarney saíram da conversa com uma boa impressão. “O presidente Bolsonaro me falou que a conversa foi muito franca e amistosa e o presidente Sarney também achou muito positiva”, disse….  

    O principal problema de Bolsonaro com o MDB é justamente a presença do senador Renan Calheiros como relator da CPI.

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    Globo: Braide é a aposta de Sarney e Bolsonaro para derrotarem Dino

    O jornal O Globo fez extensa reportagem este domingo, de página inteira, sobre o cenário eleitoral de São Luís sob o título: “Em crise, clã Sarney se aproxima do bolsonarismo”. O texto da repórter Juliana Castro explica que, diante da fraqueza atual do grupo, buscam uma alternativa para disputar a eleição da capital.

    O nome mais certo é de Eduardo Braide, que já contaria também com a simpatia dos bolsonaristas. Braide é do Podemos, partido do Congresso Nacional que mais votou a favor dos projetos do governo Bolsonaro ao longo de 2019, primeiro ano de gestão do atual presidente. O levantamento foi feito pelo Congresso em Foco.

    A revista Veja já havia destacado que o desejo de Roseana Sarney era apoiar Braide – apesar de seu sobrinho também pleitear a vaga pelo PV.

    Ainda segundo O Globo, o objetivo dos Sarney é se aliar ao bolsonarismo para derrotar Dino na capital, que terá seu PCdoB representado pelo candidato Rubens Jr.

    DEU EM VEJA – Único Sarney com cargo eletivo, Adriano flerta com bolsonarismo

    O deputado estadual Adriano

    Por Edoardo Ghirotto

    O sobrenome Sarney evoca um dos mais longevos e conhecidos clãs políticos do país. A família iniciou sua trajetória de poder em 1955, quando José Sarney assumiu uma cadeira de deputado federal pelo Maranhão. Desde então, o patriarca enfileirou outros dois mandatos na Câmara, cinco como senador — presidiu a Casa quatro vezes —, um como governador (1966-1970) e foi o presidente da República (1985-1990) que comandou a transição da ditadura militar para a democracia. Por ser o principal líder de seu estado, teve forças para emplacar a filha, Roseana, como governadora por quatro mandatos e o filho Zequinha como deputado federal por nove, que também foi duas vezes ministro do Meio Ambiente, nos governos de FHC e Michel Temer. Como se não bastasse, tutelou uma série de governadores alinhados à família, que prolongaram o domínio dos Sarney no Maranhão por quase cinco décadas.

    INDIGNAÇÃO – José Sarney: segundo ele, Adriano envergonhou a família

    Essa oligarquia vive hoje um processo de declínio, e o único membro do clã atualmente com cargo eletivo prefere manter distância do sobrenome famoso. A “ovelha negra” é o deputado estadual maranhense Adriano Sarney (PV), neto do ex-presidente e um dos três deputados de oposição numa Assembleia tomada por aliados de Flávio Dino (PCdoB). O comunista impôs aos Sarney, em 2014, o fim do domínio no Maranhão, período no qual o estado ostentou alguns dos piores indicadores sociais do país e condição que o governador, hoje no segundo mandato, está longe de conseguir reverter. Filho de Zequinha, também derrotado na eleição ao Senado em 2018, Adriano sonha com voos mais altos e já contratou um marqueteiro para preparar sua candidatura à prefeitura de São Luís, em outubro. A tentativa de reformular sua imagem começou no ano passado, quando enviou ofício à mesa diretora da Assembleia para pedir que o sobrenome fosse retirado de sua alcunha pública — a placa do gabinete ostenta apenas o nome Adriano. “Não tenho vergonha de dizer que sou do grupo Sarney, mas quero construir uma identidade própria. Muita gente tem preconceito, acha que todos são iguais e pensam igual”, afirmou o deputado a VEJA. Na época, a iniciativa provocou a fúria de José Sarney, que a considerou vergonhosa para o clã.

    Casado desde 2012 com a assessora do Tribunal de Contas do Estado Maria Fernanda Del Rey e pai de dois filhos, Adriano tem 39 anos — cinquenta menos que o avô. Formado no exterior em economia e gestão, ele apareceu pela primeira vez no noticiário em 2009, quando veio à tona o escândalo dos atos secretos do Senado. O esquema envolveu a concessão, na surdina, de uma série de benefícios a um grupo seleto de servidores. Uma empresa da qual Adriano era sócio intermediou a contratação de créditos consignados e seguros de vida para funcionários do Senado quando José Sarney presidia a Casa. Adriano declarou à época que era um profissional qualificado e que não tinha havido favorecimento. Chegou à Assembleia do Maranhão na primeira tentativa, em 2014, mas viu Dino derrotar Lobão Filho (MDB), o candidato apoiado pela família. Restou a Adriano fazer oposição à gestão do comunista. Segundo ele, Dino é “o maior perseguidor da história do Maranhão” (uma ironia, sendo neto de uma dinastia conhecida por ser impiedosa com os adversários). Como parlamentar, ele tem um desempenho discreto. São de sua autoria leis que vão desde o combate ao assédio sexual no transporte público até a criação do Dia da Poesia.
    RETORNO – Roseana Sarney: a ex-governadora pode se lançar a deputada

    Enquanto Adriano sonha com a prefeitura de São Luís, outros membros do clã encontram-se em uma fase modesta da carreira política. Roseana estuda lançar-se a deputada federal em 2022 pelo MDB, e Zequinha é atualmente secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal. “Estou com mais energia do que eles”, garante Adriano, cuja candidatura ainda não foi apoiada por ninguém do grupo Sarney. Por uma questão de sobrevivência, ele esboça uma tentativa de colar sua imagem à de Jair Bolsonaro. Em 2018, o presidente obteve em São Luís uma proporção de votos bem acima da média estadual: 42% na cidade, em comparação a 26% no Maranhão. “É um erro Bolsonaro não ter investido num contraponto ao Dino no Maranhão. Vou aproveitar a oportunidade para me apresentar”, diz Adriano, que assegura nunca ter conversado com o presidente. Dino deverá se manter neutro no primeiro turno, para não prejudicar a coalizão de dezesseis partidos que sustenta seu governo, mas vai apoiar o candidato da base que avançar ao segundo turno. Um dos nomes que despontam é o deputado estadual Duarte Júnior, do Republicanos. Na oposição, quem ganha força é o deputado federal Eduardo Braide, do Podemos. Por enquanto, o Sarney que não quer mais ser Sarney é zebra na corrida à prefeitura.

    Publicado em VEJA de 11 de março de 2020, edição nº 2677

    Senado pagou R$ 108 mil em reembolso médico para Sarney

    O ex-presidente José Sarney

    Entre os reembolsos que somam mais de R$ 1,8 milhão para consultas médicas e odontológicas de ex-senadores, o maior valor encontrado foi destinado ao ex-senador e ex-presidente da República José Sarney (MDB). Pagos em 16 de agosto deste ano, os R$ 108 mil corresponde à maior rubrica de reembolso a ex-senadores até o início de outubro.

    Sarney afirmou, por meio de nota, que o reembolso “corresponde a honorários médicos pelo tratamento, durante mais de quatro meses, em home care, de minha mulher, vítima de gravíssima embolia pulmonar”. Os documentos, prossegue a nota, foram entregues ao Sistema Integrado de Saúde (SIS) do Senado, que analisa os reembolsos.

    O Portal da Transparência do Senado não indica detalhes sobre os reembolsos – quais tipos de consulta ou quaisquer outras informações e os identifica apenas como “indenizações e restituições”, dentre outras várias despesas classificadas neste grupo.

    Além de Sarney, a lista de reembolsos engloba ex-senadores que ocupam cargos públicos – como Marcelo Crivella (Republicanos) e Iris Rezende (MDB), prefeitos do Rio de Janeiro (RJ) e de Goiânia (GO), respectivamente; o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) e até o ex-senador e presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

    Machado, que recebeu R$ 829,83 em reembolso em janeiro deste ano, fez delação premiada com a Operação Lava Jato em maio de 2016. O ex-senador ficou especialmente conhecido ao ser o interlocutor do à época senador Romero Jucá (MDB) em uma das célebre gravações da Lava Jato.

    Em 2016, quando o país estava às voltas com o impeachment, uma das gravações que veio à tona na operação capta um diálogo entre Machado e Jucá. Machado afirma que era necessário um impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), e que a solução era colocar Michel Temer, então vice-presidente, “num grande acordo nacional” para “delimitar” a Lava Jato. Foi então que Jucá respondeu com a frase: “Com Supremo, com tudo”.

    Como funciona

    Os reembolsos e assistência médica são regulamentados pelo Ato da Comissão Diretora nº 9, de 1995. A redação da regra foi modificada ao longo dos anos e só em 2014 passou a prever os reembolsos “mediante pagamento direto e posterior solicitação de ressarcimento de despesas” para senadores e ex-senadores que sejam atendidos “por profissionais liberais ou instituições não credenciadas”. O pedido precisa ser feito em até 60 dias e o ressarcimento fica limitado a 20 vezes o valor da tabela adotada pelo SIS, para consultas e visitas hospitalares ou domiciliares, e a 15 vezes o valor da tabela adotada para os demais procedimentos.

    Os ex-senadores, informou a assessoria de imprensa da Casa, têm um limite anual para reembolso de despesas de suas famílias no valor de R$ 32.958,12, podendo também “ser usufruídos os saldos remanescentes de três exercícios anteriores”.

    Além de assistência médico-hospitalar e médico-ambulatorial, o programa de prevenção, recuperação e manutenção da saúde prevê cobertura a assistência domiciliar de emergência, urgência, traslado terrestre ou aéreo, assistência odontológica, assistência psicoterápica, assistência fisioterápica, assistência terapêutica complementar e de urgência, assistência obstétrica, assistência de enfermagem e exames complementares para elucidação de diagnóstico ou tratamento. As contribuições mensais variam por idade e por vinculação familiar, com valores entre R$ 221,50 e R$ 603,14.

    Até Sarney dá lições a Bolsonaro sobre a Amazônia

    Bolsonaro e o ex-presidente Sarney

    José Sarney*

    Nos meus primeiros meses como Presidente da República, tive que aprender a rotina das solenidades militares, sempre muito bem organizadas, com fórmulas estabelecidas há décadas e impecável respeito a horário e cerimonial. Justamente neste aprendizado, cometi uma das maiores gafes ao ser recebido no Corpo de Fuzileiros Navais de Brasília, no Dia da Marinha.

    Diante da tropa formada estava o Ministro da Marinha, Almirante Henrique Saboia, um dos melhores homens públicos que conheci, grande profissional, mas sobretudo personalidade de honradez, cultura e sensatez. Devo-lhe grande ajuda de conselhos, recomendações e solidariedade.

    Quando cheguei, ele, com grande garbo, deu a ordem a sua tropa, conforme os costumes navais, seguida pelo toque dos apitos dos marinheiros, e abriu a solenidade, anunciando: — Está quem Manda!

    Eu, novato em ser o Comandante em Chefe das Forças Armadas, entendi a saudação do Almirante Saboia como “Está queimando.” Abandonei a postura solene de Comandante para me voltar, à procura de onde vinha o fogo. Fui socorrido por meu ajudante de ordens, Major Heitor, a explicar-me que não havia fogo e sim a saudação naval. Até hoje conto com vergonha minha gafe aos almirantes amigos.

    Essa foi a exclamação que me veio à cabeça quando recebi a trágica notícia do que acontece na Amazônia, lembrando-me daquele tempo. Desta vez está queimando mesmo, e muito, e escandalosa e catastroficamente fora de controle a nossa Amazônia.

    Quando caiu o muro de Berlim, com o fim da utopia socialista, nasceu a ideologia do Meio Ambiente. O Brasil foi colocado no banco dos réus sob a alegação de que destruía a Amazônia, pulmão do mundo — por produzir uma sobra de oxigênio, o que não é verdadeiro, o papel pertence às algas marinhas. A Amazônia é fundamental para a humanidade porque é a maior floresta úmida, tem a maior diversidade e faz, aí sim, a regulação do clima mundial.

    Respondi à comunidade internacional reivindicando para o Brasil a Conferência Mundial do Meio Ambiente, com os embaixadores Paulo Tarso, Ricúpero e Seixas Corrêa pedindo apoio para a candidatura do Rio de Janeiro. A Conferência Rio-92 foi um sucesso e cumpriu sua finalidade. Assim saímos do banco dos réus.

    Agora, devemos fazer uma mobilização nacional contra o fogo. Começar pelos municípios, com brigadas de voluntários, chamar os Estados à colação e fazer um grande mutirão nacional.

    Vamos dar uma resposta correta. Nada de retórica, tudo de trabalho.

    Como eu entendi o que disse o Ministro Saboia:

    — Está queimando!

    • Ex-presidente da República, jornalista, escritor
  • Deu no D.O

    • A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar. 
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