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  • Política

    CNJ instaura processo administrativo contra Nelma Sarney e Clésio Cunha

    O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instaurou processo administrativo disciplinar (PAD) para investigar dois magistrados que teriam dado decisões a fim de viabilizar a aprovação de um ex-assessor no concurso de cartório.

    O corregedor-nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, relatou que a juíza de segunda instância Nelma Celeste Sarney, como corregedora do Tribunal de Justiça do Maranhão, indicou o juiz Clésio Coelho Cunha para assumir, durante as férias do titular, a 5ª Vara de Fazenda Pública.
    Na ocasião, o juiz teria proferido decisões favoráveis a recursos do ex-assessor contra alguns itens da prova de modo que, com a recontagem da pontuação do concurso, um concorrente foi desclassificado e ele acabou sendo aprovado.

    Por unanimidade, os conselheiros entenderam que há indícios suficientes para abrir o procedimento, mas decidiram não afastar nenhum dos dois de suas funções.

    “Existência de indícios leves? Entendo que indícios já estão sendo transformados em indícios fortes. Não são provas, mas elementos iniciais que, se fosse no campo de uma ação penal, já poderia haver a propositura de uma denúncia, da peça primeira, a exordial do Ministério Público”, disse Martins.

    O ministro afirmou que, após a decisão do juiz, o relator do caso em segunda instância deu uma liminar para sustar os efeitos do despacho, mas a então corregedoria local revogou a liminar concedida pelo colega para garantir que seu ex-assessor assumisse o cartório.

    “Existe indício de conduta que merece ser apurada. A desembargadora recebeu liminar que havia interesse direto do ex-assessor e poderia ter levantado questão de foro íntimo. Não estou levantando amizade direta, mas questão de foro intimo na conduta da desembargadora que deu liminar em mandado de segurança em sede de plantão judicial cassando decisão do relator fora da hipótese legal, permitindo ex-assessor assumisse a serventia extrajudicial”, afirmou.

    O conselheiro Marcio Schiefler reforçou o argumento dos advogados dos magistrados de que a jurisprudência não permite abertura de PAD baseada só em denúncia anônima, mas ressaltou que há outros elementos que corroboram com o fato levantado.

    Todos outros conselheiros seguiram na mesma linha e entenderam que há motivos para prosseguir as apurações, mas não para afastar os magistrados da carreira.

    Do Jota.info

    Nelma Sarney autorizou cartório a contratar empresa do próprio sobrinho por R$ 750 mil

                                            Nelma Sarney; Justiça familiar

    A contratação da empresa M.S. Informática e Consultoria pela 1ª Zona de Registro de Imóveis de São Luís em 2014 é mais um carimbo que autentica as suspeitas que recaem sobre a desembargadora Nelma Sarney e o delegatário Ricardo da Silva Gonçalves, nomeado por ela  quando no cargo de corregedora-geral de Justiça para responder interinamente pelo cartório mais rentável do Maranhão, com faturamento médio mensal entre 1 e 2 milhões reais.

    Dos sócios Fábio Henrique Sales Souza, identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) por movimentações bancárias suspeitas vinculadas ao deputado Edilázio Júnior, genro da desembargadora, e Fábio Tito Soares, sobrinho por parte do seu marido, Ronald Sarney, irmão de José Sarney, a M.S. Informática foi contratada por R$ 750 mil para prestar serviços como parte de um projeto de modernização do cartório de imóveis com a autorização expressa da ex-corregedora.

    Decisão de Nelma Sarney aprovando a contratação da empresa que tem como                                       sócio o próprio sobrinho, Fábio Tito Soares

    Além dos laços familiares, a contratação da M.S. chama a atenção pela forma com que foi autorizada. Nelma Sarney se limitou a deferir o pedido de Gonçalves, sem qualquer análise motivada e fundamentada para a escolha da referida empresa.

    Em seu requerimento, Ricardo Gonçalves não apresentou cotação de preço e justificou a indicação por não ter encontrado no mercado uma empresa que tivesse capacidade e aptidão para desenvolver o projeto de modernização tecnológica previsto, além da M.S. “que já desenvolve atividades semelhantes para o TJ/MA, Governo do Maranhão, Detran, Alumar”, etc. (Leia Aqui)

    Gabarito constatado em 2015, quando auditoria da Secretaria de Estado de Transparência e Controle descobriu que em um dos contratos celebrados durante o governo Roseana Sarney, a M.S. teria superfaturado preço, não prestado todos os serviços contratados e não teve impostos retidos na fonte; dentre outras irregularidades que provocaram um prejuízo de R$ 4,2 milhões aos cofres públicos.(Veja Aqui)

    Decisão do TJ datada de 01 de outubro autorizando o projeto de modernização                                               proposto por Ricardo Gonçalves

    Por mais que se considere as “atividades semelhantes” como suficientes para a escolha direta da empresa do sobrinho e do aliado de Edilázio, a contratação da M.S. contraria a determinação do Conselho Nacional de Justiça que só permite contratações ou qualquer outro tipo de gasto realizada pelos designados interinamente, como no caso de Ricardo Gonçalves, com a devida autorização do tribunal de Justiça.

    Nota fiscal de R$ 250 mil emitida no dia 29 de setembro de 2014 referente ao pagamento da primeira etapa realizada 30 dias antes – o projeto foi dividido em três – revela que a “modernização” começou bem antes da Sessão Administrativa do Órgão Especial do TJ/MA, que aprovou o projeto em 01 de outubro.

    Nota fiscal emitida dia 29 de setembro por serviços prestados 30 dias antes pela                                            M.S sem a autorização do TJ

    Se contado os dias, a empresa do parente e do correligionário começou a “trabalhar” tão logo a então corregedora Sarney autorizou a contratação extraordinária de serviços de informática em 25 de agosto, sem sequer esperar o referendo da presidência do tribunal, que no dia 24 de setembro submeteu a questão a julgamento administrativo pelo Órgão Especial.

    Era como se já se fossem favas contadas!

    Suspeito de arapongagem em 2007 aparece no TJ a 21 dias da eleição para presidente do Tribunal

    Com a farta barba ao fundo, o que faz o advogado Wilson Azevedo sair de Goiânia para acompanhar a eleição para no TRE/MA no pleno do TJ, a 21 dias da disputa pela presidência do tribunal, pretendida por Nelma Sarney ? Azevedo é sócio de Heli Dourado em escritório que trabalhou para Sarney no rumoroso caso da cassação de Jackson Lago. Em 2007, a Veja acusou a dupla e Chiquinho Escórcio de tentarem espionar os ex-senadores Demóstenes Torres e Marconi Perillo a mando de Renan Calheiros

    Acusado em 2007 pela revista Veja de participar de um esquema de espionagem em parceria com o seu sócio, Heli Dourado, e o ex-assessor especial do Senado, Chiquinho Escórcio, contra os ex-senadores Demóstenes Torres e Marconi Perillo, o advogado Wilson Azevedo desembarcou em São Luís e foi visto na última quarta-feira, 13, na sessão plenária do Tribunal de Justiça.

    Com uma farta barba branca, a sua presença no TJ deixou muita gente com o cabelo em pé diante do interesse com que acompanhou a eleição para o TRE/MA disputada pelo juiz Clésio Cunha, o candidato da desembargadora Nelma Sarney, que ao final saiu derrotado por 12 votos a 9.

    Azevedo e Dourado possuem escritório em Goiânia e trabalharam para a família Sarney, com o luxuoso auxílio de Escórcio, no rumoroso caso que cassou o

        Wilson Azevedo

    mandato do então governador legitimamente eleito, Jackson Lago.

    O trio também foi acusado na Assembleia Legislativa do Maranhão de montar um dossiê contra Lago. Na sessão do dia 11 de outubro de 2007, o já falecido deputado Pedro Veloso (PDT) citou um trecho do discurso do senador Demóstenes Torres, que relata o aparecimento de Escórcio acompanhado de um repórter da IstoÉ durante o almoço dos senadores no restaurante do Senado, onde “começou a soltar tudo”.

    Segundo Demóstenes, ele alardeou que eles iriam estourar os adversários deles no Maranhão e arrebentar com Jackson Lago, pois o Heli é doido e os senadores precisavam ver o que o ele fez.

    Embora nos dois casos nada tenha sido provado e o trio negue as acusações de arapongagem, o surgimento de Azevedo a 21 dias da eleição para a presidência do TJ, disputada com unhas e dentes por Nelma Sarney, colocou em alerta os contrários à candidatura da cunhada do ex-senador Sarney sobre a possibilidade de manobras subterrâneas para influenciar no resultado do pleito.

    Toma lá, dá cá: Tia de Edilázio e ex-assessora de Nelma receberam do cartório de Ricardo Gonçalves

        Nelma Sarney, Edilázio Júnior e Ricardo             Gonçalves: triângulo sob suspeita

    Recibos que o blog teve acesso revelam que após ser nomeado por Nelma Sarney em junho de 2014 como interino da milionária Serventia do 1º Registro de Imóveis de São Luís, Ricardo da Silva Gonçalves contratou “serviços” de duas pessoas ligadas diretamente à desembargadora, em uma triangulação no mínimo suspeita, cuja a hipotenusa seria o deputado estadual Edilázio Júnior.

    Genro de Nelma Sarney, o deputado é a ligação entre as pontas desses dois catetos, seja pelo grau de parentesco e doações às suas campanhas eleitorais, seja pelos cargos em comissão no gabinete da sogra.

    De um lado do ângulo reto está a sua própria tia, Raimunda Vânia Almeida Lima. Doadora das duas campanhas do sobrinho (2010 e 2014), ela foi recompensada por Ricardo Gonçalves no dia 5 de novembro de 2014 com o pagamento de R$ 6 mil, feito através de um simples recibo e sem a devida nota fiscal de pessoa física, a título de serviços prestados no mês de outubro como Escrevente Autorizada 02.

        Recibo assinado por Raimunda Vânia Almeida Lima, tia do deputado Edilázio Júnior

    Do outro, esse mais extenso, está Marlla Maria Barbosa Arouche, ex-assessora de Nelma que teve carteira assinada pelo tabelião Gonçalves em setembro de 2014, como escrevente substituta e salário de R$ 17.965,00.

    Marlla é irmã de José Mauro Barbosa Arouche, doador de campanha de Edilázio (2010) e também ex-assessor de Nelma, com quem nutre forte amizade que o permitiu protagonizar uma estranha jornada judicial para entrar pela janela no cartório de Buriticupu, após ser reprovado na prova discursiva do concurso público realizada em janeiro de 2009. (Leia Aqui)

        Contracheque referente ao salário de dezembro de 2014 recebido por Marlla Arouche no cartório de Ricardo Gonçalves

    José Mauro ganhou o seu primeiro cargo em comissão da desembargadora em 2001, e entre idas e vindas ficou até 2014, quando foi nomeado com um dos maiores salários da Assembleia Legislativa do Maranhão (símbolo Isolado de Técnico Parlamentar Especial) para assessorar o genro deputado. 

    Já a passagem de Marlla Arouche pelo gabinete de Nelma Sarney é um mistério. Embora o Portal Brasil, site com notícias e serviços do Governo Federal, registre o Ato 392013 da sua nomeação assinado pelo então presidente do tribunal, Antônio Guerreiro Júnior, em 15 de janeiro de 2013, o blog não encontrou o seu nome no Portal da Transparência do TJ.

    Nomeação de Marlla Arouche no TJ, encontrada no Portal Brasil, como assessora de                                                  Nelma Sarney em 2013

         Print do Portal da Transparência do TJ, onde o nome de Marlla Arouche só aparece na                                                      folha de pagamento em 2016

    Somente em 2016 nos meses de fevereiro, março e abril é que o nome de Marlla Arouche consta da folha de pagamento disponibilizada pelo Portal, com salário líquido de R$ 15.224,28.

    Como o teorema de Pitágoras relaciona as medidas dos catetos de um triângulo retângulo à medida de sua hipotenusa, não é difícil calcular a proximidade entre o cartório da Rua do Sol e uma sala acarpetada no Palácio Clóvis Bevilácqua.

    Afinal, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa!

    OBS.Modificado para correção às 12h55.

    Condenado pelo CNJ, tabelião nomeado por Nelma Sarney é suspeito de fraudar o Fisco

    Ricardo Gonçalves, o tabelião Gonçalves, personagem    de folhetim jurídico que pode acabar na mesa da PF

    Embora o Corregedor Nacional de Justiça, Ministro João Otávio de Noronha, em decisão de mérito proferida em 16 de janeiro de 2017, tenha afastado definitivamente Ricardo da Silva Gonçalves da interinidade da 1ª Zona de Registro de Imóveis de São Luís, o afortunado tabelião (registrador) retornou agora em fevereiro ao posto por obra e graça do ministro do STF, Ricardo Lewandowski, que em sede de Mandado de Segurança e ignorando a perda do objeto derrubou liminar da Ministra Nancy Andrighi, que afastara o interino do cargo cautelarmente em maio de 2016 na Reclamação Disciplinar protocolada no CNJ no mesmo ano.

    O ministro corregedor julgou procedente o mérito RD {Leia aqui doc. 02 – Decisão Mérito RD pelo Corregedor – 17.01.2017 ) assinada pelas Associações dos Titulares de Cartório do Maranhão (ATC/MA) e dos Notários e Registradores do Estado do Maranhão (Anoreg/MA) que aponta uma série de irregularidades praticadas por Ricardo Gonçalves, premiado por Nelma Sarney em 2014, quando esta ocupava a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Maranhão, para responder interinamente pelo cartório da 1ª Zona de Registro de Imóveis de São Luís.

    O tabelião Gonçalves foi condenado pelo CNJ por contabilizar despesas pessoais como gastos para a manutenção dos serviços da serventia extrajudicial; realizar pagamentos em contraprestação a serviços não comprovados ou especificados e sem emissão das notas fiscais correspondentes, quebra de confiança, oneração indevida da renda da serventia vaga, dentre outras irregularidades consideradas suficientes para o seu afastamento.

    Para além do aspecto formal e do parapeito do STF, a RD revela uma possível manobra para burlar a Receita Federal, o que pode carimbar o ingresso da PF no caso.

                                           A mistura do público com o privado

    Com um faturamento mensal em cerca de R$ 2 milhões, Ricardo Gonçalves na última vez prestou contas de seus gastos ao Tribunal de Justiça do Maranhão o fez através de recibos, sem apresentação de Notas Fiscais e algumas sem autorização. 

    Os indícios de fraudes fiscais se avolumam nos vários tópicos da representação da ATC/MA e da Anoreg/MA enviada ao CNJ. A contratação de serviços advocatícios de cunho pessoal engendrados na contabilidade como se fora de interesse da serventia é uma das suspeitas de crime contra a ordem tributária.

    A transferência para o cartório de elevadas despesas com advogados autenticaria uma rota de fuga para o tabelião Gonçalves escapar do Imposto de Renda, que é também calculado pela capacidade do contribuinte em arcar com seus compromissos financeiros.

    É o caso do pagamento de R$ 300 mil reais aos advogados José Alves Paulino, Filipe Almeida Alves Paulino e Alessandro Bruno Macêdo Pinto divididos nos meses de agosto, setembro e outubro de 2014, pelos serviços referentes à interposição de Medida Cautelar, com pedido de liminar, no Superior Tribunal de Justiça com a qual pretendia garantir a sua titularidade no cartório do 1º Registro de Imóveis de São Luís, meses depois de ser nomeado como interino.

    A Reclamação Disciplinar ainda apresenta vários recibos – todos feitos em seu nome – de serviços diversos sem especificação e comprovação de que foram efetivamente realizados.  Um exemplo são os assinados em junho, julho, outubro e dezembro de 2014, no valor de 15 mil reais cada, por Milton José Sousa Santos por “serviços de consultoria”.

    De maneira inversa há também os recibos             assinados em nome do cartório para cobrir             suas necessidades e prazeres pessoais.

             Sem que tenha aberto uma sucursal à beira          da praia, a serventia consta como inquilina             nos recibos de mensalidade de aluguel e                caução de imóvel no Chalés e Pousadas                Brumas do Araçagy!

            As nuvens celestiais no céu de brigadeiro

              O rol de suspeitas se estende por várias                 vias contratuais nos serviços de segurança,           informática à compra de passagens aéreas       em nome de inúmeras pessoas, sem qualquer                                                                                 justificativa de interesse para que o cartório de imóveis possa bancar tantas viagens.

    Salta aos olhos, no entanto, o céu de brigadeiro permitido pela Corregedoria Geral de Justiça ao autorizar sem motivação, fundamentação, ou mesmo qualquer explicação, as despesas do tabelião Gonçalves, por mais que o art. 150 do Código de Divisão e Organização Judiciária determine que os encargos durante a interinidade de uma serventia sejam necessários e exclusivamente para a “manutenção dos serviços”.

    Segundo a RD, a falta de controle fomenta a gestão temerária de serventias na medida que um interino, a seu critério, possa fazer uso desproporcional e sem limites da arrecadação a pretexto de custear supostos encargos, que deveriam ser apenas os estritamente estabelecidos em Lei, em patente prejuízo ao erário público.

    Mas mesmo assim não provocou a mínima turbulência, por exemplo, a contratação por R$ 750 mil da empresa MS Informática, envolvida em escândalos de superfaturamento e desvio de dinheiro público durante o governo Roseana Sarney apontados em auditoria, antes mesmo da autorização do CGJ/MA para realização do serviço, conforme atesta a data da nota fiscal de R$ 250 mil referente a primeira parcela, das três que dividiram o pagamento da referida companhia.

                                       Ligações perigosas e rede de sustentabilidade

    Além da decisão atemporal do ministro Lewandowski, a trajetória irregular do tabelião Gonçalves pelo milionário cartório da Rua do Sol foi inicialmente pavimentada em 11 de junho de 2014 pela então corregedora, desembargadora Nelma Celeste Souza Silva Sarney Costa.

        A desembargadora Nelma Sarney: rede de                 proteção?

    Do alto do seu posto, ela revogou a portaria que designava Walkiria Serra Souza Mendes para responder pela 1ª Zona de Registro de Imóveis de São Luís, e designou, sem qualquer critério, segundo entendimento das associações cartoriais, Ricardo da Silva Gonçalves, titular da Serventia Extrajudicial de Passagem Franca e a mais de 500 Km da capital, de modesto rendimento, para responder interinamente pela milionária Serventia da capital.

    Não satisfeito com o valor fixado a título de remuneração pelo CNJ e pela própria portaria celestial, até o limite de 90,25% do subsídio mensal em espécie dos ministros do STF, o tabelião Gonçalves meses depois de fracassar suas milionárias ações nos tribunais superiores, às expensas do cartório solar, conseguiu em surpreendente e incomum rapidez uma liminar na 3ª Vara da Fazenda Pública garantindo-lhe o recebimento integral dos emolumentos.

    O então titular da 3ª Vara, juiz José Jorge Figueiredo dos Anjos, deferiu como “se tratasse de caso de vida ou morte” o pedido de tutela antecipada no dia seguinte ao ingresso da ação no dia 19 de dezembro de 2014, uma sexta-feira, última antes do recesso forense. ( Leia aqui Doc. 99. decisão liminar 3ªVFP – recebimento emolumentos integrais..red )

    Em 16 de setembro de 2015 foi prolatada sentença garantindo ao tabelião Gonçalves o faturamento integral do rendimento mesmo na qualidade de interino de uma serventia, o que provocou espanto do Corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, ao deferir o mérito, da Reclamação Disciplinar interposta pelas ATC/MA e Anoreg/MA.

    “É de causar espanto a liminar deferida pelo douto magistrado titular do juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Luís que – ignorando regra de competência prevista no art.102, I, “r” da Constituição da República, bem como a pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal, no sentido de que as ações ordinárias não mandamentais contra ao do CNJ são de competência da Justiça Federal de 1º grau – autorizou o requerido a descumprir a determinação do Corregedor Nacional de Justiça no que se refere à observância do teto remuneratório, fato este que, nos termos da petição inicial, já teria resultado em prejuízos da ordem de quarenta milhões de reais aos cofres públicos”, diz a decisão do ministro do CNJ.

                                         As verdades do tabelião Gonçalves 

    No Recurso Administrativo de 27 de janeiro de 2017 ao CNJ contra a decisão definitiva do seu afastamento do cartório de imóveis, o tabelião Gonçalves alegou dentre outras que o CNJ já havia negado anteriormente ação idêntica das mesmas associações, e que a atual representação questionava novamente o mesmo fato, não merecendo prosperar. (Leia aqui Recurso Administrativo CNJ – Ricardo Gonçalves v.final )

      Ricardo Gonçalves rindo                       à toa

    Gonçalves também alega que as irregularidades apontadas são absolutamente insubsistentes. Diz que o percebimento de valores excedentes ao teto estava amparado por decisões judiciais proferidas pelo TJ/MA e pela Justiça Federal do Maranhão, e que não houve oneração excessiva da serventia, garantindo que todos os gastos foram devidamente justificados e documentados.

    E destaca que “tais gastos foram realizados com a exclusiva finalidade de promover melhorias no cartório e assegurar a automação completa dos serviços prestados e do acervo…”.

    O celestial tabelião pede ao final que a decisão do corregedor seja reformada pelo Plenário do CNJ, para que seja respeitada a determinação do artigo 71 do regimento interno do próprio Conselho, a fim de que sejam remetidos os autos para a Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Maranhão para providências necessárias antes de determinada qualquer sanção, o que só poderá ocorrer após realizadas as diligências necessárias e comprovadas as irregularidades.

    Mas não foi preciso esperar pela reforma da sentença, no dia 24 de fevereiro seguinte o ministro Lewandowski concedeu liminar garantindo-lhe o comando do milionário cartório, suspendendo não a recente decisão de mérito do CNJ, mas uma liminar de maio de 2016, que o afastara da bendita serventia.

                                           As suspeitas no caminho do Paraíso

    Independente da briga judicial é necessário que os órgãos de controle investiguem detalhadamente a contabilidade do cartório da 1ª Zona de Registro de Imóveis de São Luís, diante das suspeitas de manobras para burlar a Receita Federal e desviar dinheiro público.

    Na representação enviada ao CNJ, as associações fizeram questão de ressaltar que os atos do tabelião Gonçalves possuem aparência de legalidade e de formalidade, mas atentam contra os princípios que regem o interesse público com fortes “indícios de desvio de finalidade na utilização da receita da serventia, consubstanciado-se em verdadeiras manobras para acobertar delitos fiscais e contábeis”.

    É só seguir da Rua do Sol à Pedro II !

    MP investiga suspeita de lavagem de dinheiro em cartórios distribuídos por Nelma Sarney

               A desembargadora Nelma Sarney: distribuição de serventias extrajudiciais

    O Ministério Público vai investigar as suspeitas de lavagem de dinheiro, dentre outros crimes contra a Ordem Tributária e contra a Administração Pública supostamente praticados por interinos/interventores nomeados em 2014 pela então Corregedora Geral de Justiça, desembargadora Nelma Sarney, para responder pelos serviços notariais e de registros em Imperatriz, Caxias e São Luís.

    Após a análise da sua Assessoria Especial, a Procuradoria Geral de Justiça resolveu dia 17 de julho passado dar prosseguimento à representação, transformada em Notícia de Fato em 26 de junho, formulada pelas associações dos Titulares de Cartório do Maranhão -ATC/MA e dos Notários e Registradores do Maranhão – Anoreg/MA contra Ricardo da Silva Gonçalves, Delfina do Carmo Teixeira de Abreu e Evelise Crespo Gonçalves Meister.

    De acordo com as duas entidades, o trio foi beneficiado com a nomeação precária para responderem interinamente por serventias exponencialmente mais rentáveis do que as que foram nomeados como titulares, após aprovação em concurso público, sem respeito aos critérios objetivos definidos pelo CNJ. Delfina Teixeira, aliás, nunca foi titular, e herdou do pai Rodrigo Octávio Teixeira em 1991, o Cartório do 3º Ofício de Caxias, e o manteve por rápida e estranha decisão do juiz de 1º grau, da 1ª Vara de Caxias, Sidarta Gautama Farias Maranhão, que em 11/07/2014 concedeu liminar e no ano seguinte determinou a sua titularidade, pleiteada em Ação Ordinária (2243-83.2014.8.10.0029)

    Ricardo Gonçalves: passaporte para o paraíso ao ser nomeado para o milionário cartório da 1ª Zona de Registros de Imóveis de São Luís, mesmo sendo o titular do cartório de Passagem Franca a 516 Km de distância

    Surpreendentemente, o Juiz em 11/07/2014, deferiu pedido liminar em tempo recorde.  A petição na qual constava tal pedido, foi juntada aos autos na tarde do dia 10/07/2014, sendo que os autos foram conclusos às 09h:59min:15ss do dia seguinte, 11/07/2014, e, imediatamente, em questão de segundos, a extensa decisão liminar já constava do sistema e, o mais surpreendente, com a data do dia anterior, ou seja, 10/07/2014, quando o processo sequer encontrava-se concluso!   

    Semelhante notável celeridade também se repetiu na prolação da sentença, cujo os autos foram conclusos às 14h:42min:38ss do dia 28/09/2015, e exatos dez segundos depois, a sentença já estava inserida no sistema.

    Como se não bastasse tudo isso, ainda em 04/07/2014 quando sequer possuía liminar de titularidade em seu favor, Delfina foi nomeada por Nelma Sarney como interina, também do 1º Ofício de Caxias, que em 2015 teve arrecadação semestral de R$ 833.745,67, quase sete vezes maior do que o do 3º Ofício, calculado em R$ 121.953,20.

    Já em relação a Evelise Meister e Ricardo Gonçalves, a generosidade de Nelma Sarney não está no mapa. Ambos foram aprovados em concurso em 2011 para as serventias do 8º Tabelionato de Notas de São Luís e a de Passagem Franca, respectivamente, e foram designados para responder simultaneamente por cartórios com mais de 500 km de distância e rendimentos para tirar o pé da lama.

    Titular do 8º Tabelionato, com rendimento semestral de R$ 243.453,45, Evelise começou a receber ao ser nomeada interinamente para a serventia do 7º Ofício Extrajudicial de Imperatriz, com faturamento semestral em 2015 de R$ 1.340.978,49.

    Mas foi para Ricardo Gonçalves, que a desembargadora Sarney reservou o passaporte para o paraíso ao lhe conceder o milionário cartório da 1ª Zona de Registro de Imóveis de São Luís, com lucro semestral de R$ 8.088.406,09 (2015), e 516 Km e muitas milhas além de Passagem Franca, que no mesmo período faturou R$ 158.449,00.

                                                 Cartórios podem virar caso de polícia

    Na representação, primeiramente encaminhada em outubro de 2016 à Procuradoria Geral da República, e por declínio de competência do MPF, transferida para a Procuradoria Geral de Justiça do Maranhão, as Associações apontam uma infinidade de atos que, a princípio – segundo afirmam – configuram crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária, com a participação de “empresas, políticos e autoridades do Poder Judiciário”.

    Em 30 de setembro, com os mesmos documentos que fundamentaram as RDs, a ATC e a Anoreg apresentaram requerimento de abertura de inquérito policial sigiloso na Delegacia de Combate à Corrupção em desfavor do trio de notáveis.

    A PGJ enviou a Notícia de Fato à presidência do Superior Tribunal de Justiça, e os autos à Direção das Promotorias de Justiça da Capital para fins de distribuição a uma das Promotorias de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público e Probidade Administrativa, com cópias para Imperatriz e Caxias e para o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, para conhecimento e adoção das providências cabíveis.

    Durante a semana, o blog vai divulgar alguns contratos e contratações que colocam sob suspeita a existência de Papai Noel de toga, embora não faltem elfos, renas voadoras e sacos com moedas de ouro!

    Será que por essas chaminés que recebem tantos presentes, a fumaça que sai é a do bom direito?

    Sarney promove reunião para tentar fazer a cunhada, Nelma, presidente do TJ-MA

           Sarney entrou em campo para garantir a eleição da cunhada presidente do TJ

    O Jornal Pequeno deste domingo revelou que o ex-senador José Sarney promoveu uma reunião para fazer Nelma Sarney a presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão.

    O nome da desembargadora tem encontrado resistência entre seus pares diante da repercussão negativa de sua eleição e o risco de comprometer o tribunal nacionalmente como uma garantia de impunidade à família Sarney, especialmente a ex-governadora Roseana, que é ré em vários processos por desvio de dinheiro público.

    Segundo o JP, Sarney reuniu em sua casa, no Calhau, magistrados e advogados que apoiam a candidatura da desembargadora, para expor as primeiras coordenadas para eleger a sua cunhada presidente do TJ em outubro.

    O ex-presidente conferiu o escore da disputa, ligou para membros da Corte de Justiça e distribuiu tarefas aos participantes do convescote.

             Nelma Sarney recebe Ricardo Murad: mesmo lado da mesa

    Nelma Sarney tem como adversário o desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, que tem o apoio do atual presidente Cleones Cunha, e dos ex-presidentes Jorge Rachid, Jamil Gedeon e Cleonice Freire.

    Ainda de acordo com o Jornal Pequeno, o ex-presidente José Sarney interrompeu a reunião com Nelma  e correligionários para telefonar ao presidente Michel Temer e felicitá-lo na vitória da CCJ da Câmara, que rejeitou o relatório sobre a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR)

    Sarney encerrou o telefonema com o Temer com um “estamos juntos presidente”. Em seguida, repetiu a fala com aos convivas. Os magistrados e advogados que participaram do encontro saíram com uma tarefa para executar.

    É aguardar e conferir.

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    • A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar. 
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