Anita lança biografia de Olga em Berlim e critica apatia do brasileiro diante do avanço do fascismo no país
Sobrevivente do nazismo, Anita Prestes, 86 anos, lançou na última segunda-feira, 8, em Berlim a edição alemã da biografia sobre a mãe, a revolucionária comunista Olga Benário, assassinada pelos nazistas em 1942.
Recebida com entusiasmo e reverência em evento promovido pela Fundação Rosa Luxemburgo, ligada ao partido alemão A Esquerda , Anita falou de detalhes cruéis dos castigos aplicados contra Olga e alertou desmobilização da esquerda diante do avanço da extrema direita.
Lançado no Brasil em 2017, Olga Benário Prestes: uma comunista nos arquivos da Gestapo traz relatos documentais encontrados nos arquivos inéditos da polícia secreta alemã, disponibilizadas digitalmente em 2015., sobre os ultimo anos de ‘ vida’ de Olga sob o tridente nazista.
Das maldades reveladas a que mais dimensiona maldade humana não é nenhum pau de arara. Foi a tortura de esconder de Olga o destino dado a filha, Anita, que nasceu na prisão feminina da Barninstrasse em Berlim, e devolvida a família Prestes no Brasil dois anos depois.
Crianças que nasciam de pais comunistas ou judeus eram entregues à orfanatos nazistas, na melhor das hipóteses.
Olga e Luís Carlos Prestes, ícones da luta antifascista no Brasil foram entregues de mão-beijada aos nazistas, pelo então presidente Getúlio Vargas.
A matéria publicada no site do serviço em português do canal alemão DW ressaltou a preocupação de Anita com ascensão da extrema direita ao redor do mundo, o desalento e a herança escravista no Brasil.
O lançamento do livro em Berlim coincidiu com o Dia da Libertação, data em que a Europa celebra a capitulação da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Leia a matéria completa publicada na página da DW Aqui
“Essa breve narrativa biográfica contém não apenas preciosidades históricas e raridades documentais – que, por si sós, já valeriam a leitura -, ela oferece a perfeita dimensão da luta diária de Olga Benario Prestes por seus ideais, mesmo nas condições mais adversas. A resistência da jovem revolucionária diante da gigantesca e cruel máquina do Terceiro Reich, que a considerava uma ‘comunista perigosa’, parece ainda pulsar nestas páginas, como se seu coração, calado há 75 anos, ainda batesse. Um coração destemido, que, encarcerado, soube conjugar a luta política, o amor pelo grande companheiro e a preocupação com a educação da filha, de quem fora afastada prematuramente (trecho do prefácio da edição em português)