Mídia e lideranças ligadas a Bolsonaro pregam ódio para provocar a ruptura democrática no País

Jair Bolsonaro durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG) quando acabou sofrendo um atentado a faca na última quinta-feira
O atentado contra a democracia não foi apenas a facada proferida por Adálio Bispo de Oliveira contra um candidato à presidência do País, mas também a reação de setores da mídia e de lideranças políticas ligadas a Jair Bolsonaro.
Ambos, de acordo com suas peculiaridades, aproveitaram a situação para fomentar o ódio contra os partidos de esquerda, independente da declaração do suspeito à Polícia Federal de que o ataque foi a mando de Deus.
Em ações coincidentemente articuladas, os veículos de comunicação politizam o caso destacando como notícia a filiação de Adálio Bispo ao PSOL, embora ela tenha ocorrido entre 2007 e 2014, e os líderes da extrema direita compartilharam em suas redes sociais foto montada associando-o a Lula e culpam o Partido dos Trabalhadores pelo episódio.
O candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, general Antonio Hamilton Mourão, o pastor Silas Malafaia, o senador Magno Malta (PR-ES) e o presidente nacional do PSL, Gustavo Bebbiano, comandaram a estupidez.
Enquanto o dirigente do PSL diz que “agora é guerra” e o general depois de reproduzir as convicções do regime militar (“Eu não acho, eu tenho certeza”) ao afirmar sem qualquer respaldo nas investigações iniciadas pela PF que o autor do atentado é o PT, manda bala (“se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós”), o pastor e o senador constroem nas redes sociais a narrativa para fundamentar a “certeza” do militar e provocar a fúria dos bolsominions.

O general da reserva, candidato a vice- presidente na chapa de Bolsonaro, Hamilton Mourão”Eu não acho, eu tenho certeza: o autor do atentado é do PT”, afirmou. “Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós”, disse ainda em entrevista ao site Crusoé
Malafaia espalha que “o criminoso que tentou matar Bolsonaro, é militante do PT e assessora a campanha de Dilma ao senado em Minas”; e Malta compartilha uma foto adulterada, com a imagem de Adélio Bispo no lugar de um apoiador de Lula durante uma manifestação em maio de 2017, quando o ex-presidente foi prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro em Curitiba.
Bem diferente da reação do próprio Bolsonaro e de outros líderes da direita quando dos atentados contra Lula e sua caravana no Paraná, que parabenizaram os gaúchos e sugeriram que o ataque foi montado pelos próprios petistas, todos os candidatos e principais lideranças e partidos de esquerda solidarizaram-se com o candidato do PSL, repudiaram o atentado e cobraram uma rigorosa, efetiva e rápida apuração do caso pela Polícia.
Sabem no que deriva do clima de violência e ódio provocado pela politização de um atentado. Em 1954, com o mesmo apoio da mídia contrária aos interesses da maioria da população e que hoje teme o resultado das urnas, o atentado da Rua Toneleros derrubou e levou Getúlio Vargas ao suicídio.
Meia volta, volver!
Veja a foto original e a foto adulterada publicada pelo senador Magno Malta (depois retirada) em suas redes sociais