CATANZARO, ITÁLIA — Um médico antivacina foi preso nesta segunda-feira na comuna de Catanzaro, na Itália. Roberto Petrella, de 75 anos, é acusado de homicídio culposo pela morte de um paciente. A vítima foi atendida apenas por telefone e tratada com métodos não científicos, como misturas à base de cogumelos.
Petrella é ginecologista e atua na cidade de Téramo. No entanto, ele atendeu pacientes de diferentes regiões da Itália por telefone e também usou suas redes sociais para divulgar “tratamentos alternativos”, sem fundamentação científica, para os pacientes.
O suspeito foi colocado em prisão domiciliar após uma investigação do Ministério Público de Catanzaro. Os investigadores realizaram interceptações telefônicas e registraram conversas nas quais o médico não teria diagnosticado corretamente um doente com patologias graves anteriores.
Em nota, o deputado Yglésio Moyses (PROS) diz que o blog distorceu o que ele escreveu no twitter sobre a eficácia das vacinas contra a variante Ômicron.
Sem a necessidade de tréplica, o blog reproduz print da página pessoal do deputado e a íntegra da nota. Com a palavra, o leitor.
Médico-cirurgião, com especialidade no aparelho digestivo, o deputado Yglésio Moyses (PROS) ainda não se manifestou sobre a nota técnica do Ministério da Saúde confirmando a sua teoria da falta de efetividade e segurança das vacinas aplicadas no Brasil contra a Covid.
O MS rejeitou diretrizes para o tratamento da Covid-019 elaboradas por especialistas de entidades médicas e científicas e aprovadas pela Comitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) e indicou a hidroxicloroquina como parte do protocolo. (Leia mais AQUI).
Em 15 de janeiro, uma semana antes, Yglésio Moyses já havia apontado a ineficácia das vacinas. Não precisou mais do que uma sequência de 3 post publicados no twitter para passar por cima de tudo que vem sendo dito à respeito da nova e célere variante Ômicron.
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, que assina a nota técnica do MS, cairia duro!
Na condição de médico que ostenta e o faz pensar que é autoridade em todos os ramos da medicina, Yglésio não se deu sequer ao trabalho de argumentar alguma tese contrapondo estudos de universidades e de institutos de pesquisas no Brasil e em outros países do mundo.
Com o objetivo de atingir projeto de lei que institui o passaporte da vacina no Maranhão, simplesmente monta um arquétipo lógico fantasiado de premissas e conclusão. E no espaço limitado do Twitter.
A sequência de post é uma mistura de profecia e diagnóstico médico por convicção. Reduz o estudo científico a uma previsibilidade tediosa e amplia e outorga ao médico o papel de juiz e carrasco; sem que arque com suas consequências.
As vacinas protegem apenas 30%, deputado? Então, o senhor está querendo dizer que elas são inúteis e que é perda de tempo ir se vacinar?
Não tem o perdão da palavra, deputado. O Sr. não só estabelece esse percentual, como faz questão de uma comparação, no mínimo de mal gosto, no sentido de ressaltar a inutilidade da vacina em relação a essa nova variante da Covid.
“O passaporte vacinal pra Ômicron é completamente inútil com as atuais vacinas que chegam ao Brasil, que protegem apenas 30%. Se alguém deixar uma janela ou porta de casa 70% aberta, quem duvida que não vai haver um roubo?”.
Dr. Yglésio, no caso da Covid, deixar de tomar vacina, o risco não é de roubo, é de morte.
Deputado, deputado…
Nove dias antes do deputado Yglésio Moyses ocupar o twitter e atacar a eficácia da vacina na proteção à variante Ômicron, estudo da Universidade de Washington estimava que o Brasil tenha 2,3 milhões de casos de covid diariamente até 3 de fevereiro.
Sem o avanço na vacinação, a pesquisa projeta 30 mil óbitos pela covid até o dia 1o de maio.
A epidemiologista Fátima Marinho, que integra a rede de pesquisadores que envia dados brasileiros à universidade americana, ressaltou que os estados com menor cobertura vacinal vão experimentar maior severidade de casos e maior mortalidade.
“A vacina está protegendo contra a morte”, alerta.
Levantamento realizado pelo blog aponta que no Maranhão entre 1o e 22 de janeiro foram registrados 7.417 novos casos e 66 óbitos.
Para que o deputado Yglésio possa ter uma ideia, somente na última semana, entre o dia 15, data de seus tuites antivacinas, e este sábado, 22, foram 3.807 casos e 30 óbitos.
Estudo publicado pelos pesquisadores do centro Bruegel de análise e pesquisa e do Conselho Francês de Análise Econômica concluiu que os países europeus que adotaram o passaporte da vacina aumentaram a adesão à vacinação e melhoraram o desempenho da saúde pública e da economia.
Matéria do Financial ressalta que os certificados contribuíram para evitar milhares de internações e mortes em hospitais, reduziram a taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva na França e ajudaram a evitar novos lockdowns.
Os pesquisadores também concluíram que, sem essas intervenções de política pública, “no fim de 2021 o Produto Interno Bruto (PIB) da França, Alemanha e Itália teria sido 6 bilhões de euros, 1,4 bilhão de euros e 2,1 bilhões de euros inferior, respectivamente”, diz a reportagem, assinada por Donato Paolo Mancini.
De acordo com especialistas ouvidos por vários veículos e plataformas de comunicação (Globo, Folha, UOL, Revista Fórum, Nexo etc.), o passaporte é uma forma indireta de incentivar a vacinação, e por isso mesmo passou a ser adotado em vários estados brasileiros e no mínimo em 16 capitais, segundo levantamento do jornal O Globo.
Embora sem nenhum estudo conclusivo sobre a eficácia ou não das vacinas aplicadas no Brasil em relação à Ômicron, a comunidade científica e governos de outros países são categóricos em afirmar que “os imunizantes minimizam os índices de hospitalizações e casos graves, evitando mortes e sobrecarga no sistema público”(O Globo).
A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, em coletiva dia 11 de janeiro, ressaltou que mesmo quem recebeu as três doses da vacina pode ser contaminado, mas tem “17 vezes menos risco de hospitalização e 20 vezes menos risco de morte em comparação com um não vacinado”(Nexo).
Além de proteger a saúde dos maranhenses e evitar o colapso do sistema de saúde, o deputado Othelino Neto (PCdoB) diz que o projeto do Passaporte também busca proteger a atividade econômica, já tão fragilizada depois de dois anos de pandemia.
Estudo publicado pelos pesquisadores do centro Bruegel de análise e pesquisa e do Conselho Francês de Análise Econômica concluiu que os países europeus que adotaram o passaporte da Covid aumentaram a adesão à vacinação e melhoraram consideravelmente o desempenho da saúde pública e da economia.
Desde que publicou suas convicções científicas, Yglésio nunca mais tocou no assunto…
A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar.