8 de janeiro comemorado em evento no Senado. Foto: Agência Senado
O aniversário do primeiro ano do 8 de Janeiro seria uma forma de marcar a data como Dia da Democracia.
Se a finalidade das datas cívicas é registrar e oficialmente serem comemoradas a cada ano, tudo bem.
Embora realizada na corte, o povo assistiu tudo pelo Youtube, ao vivo e em cores; não a cores como se diz nas ruas.
Pouco se lixou, se entre os poderes da República, ali reunidos como símbolos das instituições garantidoras do estado democrático de direito, não havia representação do poder popular.
Caso não passe de um número na folhinha com asterisco e nota de rodapé, e vire feriado nacional, o 8 de Janeiro terá a mesma importância de um 7 de Setembro, da Independência, ou de um 15 de Novembro, da Proclamação da República.
Será comemorado especialmente se for um feriadão.
Afinal, essa história de governo do povo, pelo povo, para o povo, é coisa que menino aprende na escola e depois esquece.
Site da revista Veja destaca requerimentos do deputado Duarte Júnior (PSB-MA), pedindo à CPI do 8 de janeiro, que investiga os atos golpistas na Esplanada dos Ministérios, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Daniel Barbosa Cid e do general Mauro Cesar Lourena Cid , respectivamente irmão e pai do ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
“Precisamos verificar a origem e o destino do dinheiro que circulou pelas contas da família do coronel Mauro Cid, pois talvez estejamos diante de recursos públicos financiando atos antidemocráticos”, disse Duarte Júnior à Veja.
Dois documentos, o comunicado da Polícia Federal e o posterior ofício0 encaminhado ao governador do DF, Ibanês Rocha, ambos de 7 de janeiro, alertando sobre os riscos de violência e ataques aos prédios do Ministério, Congresso, ST, desmontam o sensacionalismo ‘fakcioso’ da Folha de São Paulo contra o ministro da Justiça Flávio Dino.
De posse de ‘alertas’ enviados ainda no dia 6 de janeiro via What’sApp pela Agencia Brasileira de Inteligência (Abin) ao Ministério da Justiça, GSL , Polícia Federal, sobre a possibilidade de ações violentas e invasões de prédios públicos, o jornal tenta de todas as maneiras comprometer o governo Lula com o atos de 8 de Janeiro, às vésperas da instalação de uma CPMI, inventada pelos bolsonaristas, com o mesmo propósito.
A Folha publica os alertas emitidos a partir do dia 6 de janeiro, como se quisera dar a entender que o Ministério da Justiça sabia de tudo e não agiu como devia. Sequer procura confirmar se as mensagens chegaram aos destinatários. Limita-se à velha tática de ouvir o outro lado.
Porém no mesmo dia 6 de janeiro, conforme documento (veja abaixo) publicado pelo O Globo, indica que era responsabilidade da Polícia Militar do Distrito Federal “impedir que os manifestantes utilizem objetos, materiais ou substâncias capazes de produzir lesão ou causar dano” e “não permitir o acesso de pessoas e veículos à Praça dos Três Poderes”.
O documento indica que impedir o acesso aos prédios públicos já era uma preocupação das autoridades.
No dia 7 de janeiro Flávio Dino recebe ofício da Polícia Federal relatando tudo que a Folha escandaliza, sem qualquer puder de estar à serviço do bolsofascismo.
“Pelas informações coletadas até o momento, o grupo pretende promover ações hostis e danos contra os prédios dos Ministérios, do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal…”, diz o alerta da PF.
No mesmo dia o ministro encaminhou ofício ao governador do Distrito Federal, Ibanês Rocha, relatando os riscos detectados pelo setor de inteligência da Polícia Federa.
Importante ressaltar que a segurança da esplanada dos ministérios é de responsabilidade constitucional do governo do DF.
Apesar de ter sido questionado por várias vezes, se o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes havia ou não lhe enfiado o dedo na cara na noite dos ataques de 8 de janeiro, em meio às discussões sobre o destino dos acampados em frente ao QG, Flávio Dino sempre manteve a narrativa do resultado, que foi a prisão de todos na manhã seguinte.
Mesmo com a publicação de matéria pelo jornal Washington Post dando conta do dedão no seu rosto e a a posterior demissão do general do comando do Exército, Dino manteve a mesma postura, enquanto os veículos enfatizavam a agressão do militar desempregado.
O chefe da Casa Civil, ministro Rui Costa
Nesta terça, a história mudou de figura.
Autor da coletânea de cinco livros que retrata os bastidores da ditadura militar, com base do cervo pessoal do general Ernesto Geisel e Goubery do Couto e Silva e outras informações que teve acesso, o experiente jornalista Elio Gaspari ressaltou em sua coluna nos jornais O Globo e Folha que o sangue frio dos ministros da Justiça Flávio Dino, e Rui Costa, chefe da Casa Civil, “livrou o país de uma crise inédita, pela qualidade de suas atitudes”.
“Seu sangue frio (Flávio Dino)evitou que a crise fosse contaminada pelas tintas apocalípticas que Jair Bolsonaro injetou nas relações políticas nacionais. No dia seguinte, foi feita a paz”, escreve Gaspari. .
O jornalista lembra que desde o dia 7 de abril de 1831, quando o brigadeiro Francisco de Lima e Silva mostrou a d. Pedro 1º que seu reinado se acabara, nunca aconteceu coisa parecida.
E Flávio Dino continua com a mesma postura e narrativa de o que importa é que todos foram presos pela manhã.
A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar.