Marlon Reis: é preciso separar alhos de bugalhos
Tenho criticado duramente o ex-juiz Marlon Reis pelo papel a que se presta como advogado da coligação chefiada por Eliziane Gama em entrar com ações midiáticas contra o prefeito Edivaldo Holanda apenas para criar fatos políticos – independente de sua veracidade – que possam prejudicá-lo.
Mas daí começar a atacá-lo e chegar ao ponto de vibrar com a estapafúrdia declaração do ministro do STF, Gilmar Mendes, de que a Lei da Ficha Limpa, idealizada por Reis quando ainda exercia a Magistratura, era confusa e parecia ter sido elaborada por bêbados, vai uma distância muito grande.
Primeiro que pela própria declaração não é preciso dizer mais nada sobre o ministro; segundo porque a Lei é resultado de uma iniciativa popular, com 1,6 milhão de assinaturas, que foi aprovada por unanimidade tanto na Câmara quanto no Senado, casas responsáveis por sua redação final, que foi sancionada pela presidência da República dia 4 de junho de 2010.
Concordo que a lei precisa ser aprimorada, mas não significa que ela deixou de ser uma importante arma contra a corrupção e possui um papel fundamental na reestruturação e credibilidade da política brasileira, ao estabelecer a ética como princípio de elegibilidade.
Já que políticos acusados de desviar recursos públicos e condenados por um colegiado (mais de um juiz) se sustentam em intermináveis recursos e favores escusos de setores do Judiciário para não ir parar na cadeia, a Ficha Limpa os pune com 8 anos de inelegibilidade.
Ao contrário de Gilmar Mendes, o seu colega de Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso disse nesta quinta-feira que a Lei da Ficha Limpa é boa e sóbria.
— Eu nem comento, nem critico opiniões de colegas, embora eu tenha a minha. Acho que, numa democracia, é legítimo que haja opiniões diferentes. Eu, diversamente, acho que a lei é boa, importante e sóbria. É uma lei que atende algumas demandas importantes da sociedade brasileira por valores como decência política e moralidade administrativa — avaliou.
Embora diga que Marlon Reis renega o seu passado ao se unir a políticos fichas sujas e ao que parece também deixou de lado o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, rede de abrangência nacional por ele fundada e que reúne 50 das mais importantes organizações sociais brasileiras, que vou deixar de reconhecer o seu papel moralizador da política nacional.
Nas eleições municipais de 2012, ele foi o primeiro juiz brasileiro a exigir divulgação antecipada dos nomes dos doadores de campanha eleitoral.
Já como advogado, só me resta lamentar, por mais que saiba que estes não possuem opinião e posições, possuem clientes!
Nove de cada dez juízes estaduais do Maranhão consideram o Marlon um juiz enrolão. Basta procurar a produtividade de sua atividade judicante. Você pode até dizer que ele se dedicava a uma missão mais nobre, mas aí eu te pergunto: Por que tornou-se juiz ? Não lhe passou pela cabeça que também é desonesto sonegar justiça ao povo que paga salários tão altos (Que todo mundo quer, duas férias por ano e mais o recesso natalino de 15 dias).
Separa assim: Bug-Alho.