IDAC: Áudio revela temor dos funcionários com o “negócio” e que Aragão ficou com todo o dinheiro
A gravação telefônica autorizada pela Justiça entre Valterleno Silva Reis, que realizava saques em espécie na conta do Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania e figura de ter movimentado entre 14/01/14 e 28/06/16 a quantia de 11.854.723,23, e uma funcionária da IDAC, identificada como Iraci, demonstra o pleno conhecimento, por parte do instituto, do ardil criminoso montado para desviar recursos públicos destinados à gestão da rede hospitalar.
Em um trecho do diálogo gravado pela Polícia Federal, Iraci diz não querer mais se meter “nesse negócio”, e que quanto menos souber e menos falar, melhor. Segundo a PF, tal afirmação revela que Iraci já havia percebido que os gestores do IDAC estão envolvidos na prática de ilícitos, mas, por sua condição de empregada e, provavelmente, por depender financeiramente de tal emprego, prefere não se envolver, não perguntar e nem comentar o que acontecia.
“A ignorância sobre os fatos seria uma forma de não se envolver nos ilícitos que estariam ocorrendo”, constata no inquérito Wedson Cajé Lopes, delegado federal responsável pelo caso.
Ainda na conversa telefônica, Valterleno afirma que Aragão levou todo o dinheiro”, o que contribui para a suspeita de tratar-se de um testa de ferro do presidente da entidade, Antônio Aragão, o principal beneficiário do esquema, de acordo com as investigações da Federal.
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