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    Filha de Queiroz interrompeu repasses logo após suposto vazamento de investigação

    Flávio e Queiroz: mãos ao alto!

    Folha – A personal trainer Nathália Queiroz interrompeu os repasses mensais que fazia ao pai, o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, logo após o suposto vazamento de informações ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sobre investigações que envolviam seu então gabinete na Assembleia Legislativa do Rio.

    À época do suposto vazamento pela Polícia Federal, Queiroz atuava como uma espécie de chefe de gabinete de Flávio na Assembleia, enquanto Nathália recebia salários do então deputado federal Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

    Extratos bancários indicam que Nathália devolvia parte de seu salário para abastecer o suposto esquema de “rachadinha” operado pelo pai.

    A última transferência feita por Nathália a Queiroz ocorreu em 21 de setembro de 2018, de acordo com dados da quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça. Após essa data, ela recebeu vencimentos da Câmara dos Deputados em outubro e novembro, mas não os repassou ao pai como fazia havia 12 anos.

    O fim das transferências da filha para o pai ocorreu justamente após a data do suposto vazamento de informações da Polícia Federal sobre investigações em torno do então gabinete de Flávio na Assembleia.

    Segundo a Promotoria, Queiroz, amigo de Jair Bolsonaro já 30 anos, atuava no gabinete de Flávio como operador de um esquema de “rachadinha”, prática que consiste no repasse de salário de assessores ao parlamentar.

    Em recente entrevista à Folha, o empresário Paulo Marinho disse que, segundo ouviu do próprio filho do presidente, um delegado da PF antecipou a Flávio em outubro de 2018 que a Operação Furna da Onça, então sigilosa, seria realizada. Marinho é ex-aliado e suplente de Flávio no Senado.

    Os desdobramentos de uma investigação que corria em paralelo no MP-RJ indicaram um esquema de “rachadinha” na Assembleia do Rio e atingiram Queiroz, que, segundo relatório federal incluído na investigação, movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta bancária de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. ​

    Além do volume, chamava a atenção os depósitos em dinheiro e saques sucessivos, sempre próximos às datas de pagamento de salários na Assembleia do Rio.

    O relatório federal também mencionava as transferências bancárias feitas por Nathália ao pai, fato sobre o qual, segundo Paulo Marinho, o senador também foi alertado. Segundo o empresário, o PM aposentado e sua filha foram demitidos em 15 de outubro de 2018 dos gabinetes de Jair e Flávio, respectivamente, em razão desse vazamento.

    Após essa data, Nathalia ainda recebeu vencimentos da Câmara nos dias 22 de outubro (R$ 4.329,92) e 21 de novembro (R$ 26.529,90, referente à rescisão do vínculo empregatício). Não houve, porém, nenhum repasse para o pai até o dia 17 de dezembro de 2018, último dia da quebra de sigilo bancário autorizado pela Justiça.

     

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