Escritora maranhense apresenta obra sobre Maria Firmina na Flip 2022
A escritora Andréa Oliveira apresenta em Paraty, durante a Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, o livro Maria Firmina, a menina abolicionista, biografia para crianças e jovens da primeira romancista do Brasil, que sai agora pela editora Vento Leste. A autora participa da mesa Conversa à Beira Mar ao lado da escritora Simone Mota, na programação oficial da Flipinha, etapa infanto-juvenil do evento, que volta ao presencial neste ano homenageando Maria Firmina dos Reis, primeira autora negra homenageada pela FLIP. O encontro será nesta sexta, 25, às 9h, na Praça da Matriz.
A obra inaugura a Coleção Meninas do Maranhão, série de biografias infanto-juvenis sobre grandes mulheres maranhenses. Com ilustrações da artista visual Mônica Barbosa, o livro é fruto de dois anos de pesquisa a respeito da personagem e também da escravidão, um dos capítulos mais cruéis da história do mundo e principalmente do Brasil, o último país das Américas a abolir essa prática.
“É uma grande alegria fazer parte dessa festa da literatura brasileira e suas conexões com o mundo, especialmente nesta edição tão especial em homenagem a Maria Firmina dos Reis. Estou muito feliz com a acolhida da Vento Leste Editora, que em tempo recorde produziu uma nova tiragem do livro e está comigo na Flip”, diz a autora.
Aspas Vento Leste
A vida de Maria Firmina dos Reis é tão rica de acontecimentos impressionantes que parece até inventada: uma menina afrodescendente no Maranhão do século 19, criada numa vila do interior sem a figura paterna e distante do mundo dos privilégios vir a se tornar a primeira professora concursada do estado, a primeira mestra-régia, a romancista publicada nos jornais da capital.
“Quando eu tive a ideia de construir a coleção de biografias de mulheres maranhenses, o nome de Maria Firmina foi o primeiro da lista. Ela é a nossa grande pioneira nas principais lutas que ainda estão na pauta do tempo presente, pela liberdade para todos, contra o racismo e toda forma de opressão contra as mulheres”, afirma Andréa.
TRECHO
Ela também foi quem criou a primeira escola em que meninas e meninos estudavam as mesmas lições, a escritora que deu voz às pessoas escravizadas, fossem africanas e seus descendentes, fossem indígenas; e questionou o lugar das mulheres. Maria Firmina dos Reis atuou também como poeta e compositora dos festejos populares, autora de toadas que até hoje encantam mestras e mestres do bumba meu boi do Maranhão.
Andréa Oliveira, que estreou no gênero biográfico com a história do compositor João do Vale, em João do Vale – mais coragem do que homem (EDUFMA, 1998) e João, o menino cantador (Pitomba!, 2017), inicia, com este novo título, uma ciranda de mulheres em todas as etapas da produção literária. Além da companhia de Mônica Barbosa, nas ilustrações, o livro tem projeto gráfico de Tay Oliveira, revisão de texto de Eulália Oliveira e a impressão foi feita na gráfica Gênesis, comandada por Eva Mendonça.
O projeto Maria Firmina, a menina abolicionista foi contemplado pela Lei Aldir Blanc (SECMA).
“Conhecer Maria Firmina dos Reis e honrar o seu legado é dever de todas as pessoas nascidas no Brasil, principalmente nós, maranhenses. Por isso escrevo para crianças e, como costumo dizer, para crianças de todas as idades, para que cresçam com referências reais sem perder de vista a fantasia que uma história como a dela pode despertar, inspirar, emprestar poder. E se estamos falando dela hoje – e é uma das autoras brasileiras mais estudadas – é porque sua obra tem poder”, diz Andréa.
SERVIÇO
O quê: Mesa Conversa à Beira Mar
Quando: 25 de novembro, às 9h
Onde: Tenda da Flipinha – Praça da Matriz (Paraty – RJ)