Por trás da repentina desistência da pré-candidatura a prefeito de São Luís, há muito mais do que o sofismo e os alegados motivos familiares do vereador Paulo Victor (PSDB) conseguem esconder.
A data do anúncio público e as consequências políticas do recuo prematuro de uma pré-candidatura, prevista pelo bom senso a resistir até maio/junho, não deixam dúvidas de que por trás dessa mata tem cachorro.
Só uma contusão no tornozelo ou no calcanhar de Aquiles justifica a retirada de campo ainda no primeiro tempo de uma pré-candidatura que só tinha a ganhar e agora só tem a perder.
Se deixasse para abdicar entre os dias das mães e o de Santo Antônio, ele não estaria jogando a toalha, mas confetes e serpentinas pelas alianças conquistadas e garantias de um confortável espaço político no futuro.
Depois de distribuir muito peixe e promover os maiores Carnaval e São João da história acumulando ou fazendo a dobradinha entre a presidência da Câmara e a Secretaria de Estado da Cultura, a pré-candidatura de Paulo Victor já não era mais um projeto pessoal, mas partidário.
“Nessa nova jornada que inicia no PSDB, minha palavra é gratidão. E hoje eu cheguei aqui para representar os menos favorecidos. Hoje, eu convoco os senhores e as senhoras a terem um sonho: lutar por uma São Luís melhor!”, bradou em meio à multidão, quase que em lágrimas.
Era uma sexta-feira, o4 de agosto de 2023.
A festa tucana tinha toda razão de existir. Sem um pré-candidato para poder chamar de seu, o nome de Paulo Victor reacendia a esperança do partido se reerguer após a desastrosa presidência do ex-senador Roberto Rocha.
Independente da candidatura ou não do novo filiado, só o fato de chegar próximo das convenções com um cabeça de chapa, a legenda poderia não só eleger um bom número de vereadores; mas se sentar à mesa feito gente grande.
Abandonado pelo “líder magnético, carismático, corajoso, que vai pra cima”, na definição de Jereissati, o PSDB volta a ser mero figurante no tabuleiro eleitoral.
Paulo Victor sabe muito bem do mal que causou. Mas pelo que nos consta não é de seu caráter pular do barco e abandonar seus companheiros no meio do caminho.
Daí o seu discurso na tribuna da Câmara. As lamúrias, autoelogios e as explicações divinas para as conquistas e atropelos de sua meteórica ascensão política, forma uma mistura que ao final só se percebe um político jovem aprendendo a rezar.
ALGUMAS PÉROLAS NO DISCURSO DE PV
“Agradeço a esse prefeito Edivaldo Holanda Júnior por ter também me garantido nesta formação de suplente parlamentar, enquanto naquele momento eu não sabia que estava sendo testado, testado por Deus para que eu pudesse saber o caminho e a fórmula correta para ter sucesso na caminhada e o nosso caminho aqui até agora, até hoje, graças ao Senhor Bom Deus foi de sucesso”.
“Ganhamos a eleição, essa que já estamos fazendo parte. Logo em seguida virei presidente da Câmara […]. Saí para ser secretário de Cultura do Estado, onde foi uma experiência vasta. Logo em seguida saí para coordenar a campanha vitoriosa e exitosa do governador Carlos Brandão, que ganhou no primeiro turno”.
Saí em seguida para coordenar a campanha do presidente Lula. Voltei a ser secretário e voltei a ser presidente. Foi uma etapa que me distanciou da família. Quase não olhei o crescimento do meu filho. Os últimos quatro anos. Ganhei alguns cabelos brancos, muita experiência, pressão alta, muita gratidão no coração, algum QI, alguns quilos, mas sobretudo, muita empatia com o povo e com a coisa pública.
“…a principal gestão que a gente tem que fazer, que eu tento primar por fazer todos os dias, é a gestão de vidas, a gestão de pessoas”
“Deus foi muito bom na minha vida, muito bom mesmo. E eu não tive tempo para agradecer e olhar o quanto Deus foi fiel na minha vida e trazer e tratar com responsabilidade cada detalhezinho que Ele colocou nessa jornada, cada degrau que o subir, cada casca de banana que eu escorreguei, cada queda que eu caí, me levantei e a gente analisando isso, cada ponto e cada anseio, a gente faz uma referência…
A gente tem que separar o que é o certo, não do que é o errado, o que é o certo, do que é primordial fazer para que a gente consiga, sobretudo, ter prudência política e saber o time de cada situação.
Eu tenho 37 anos de idade, tem um filho de sete anos, sou casado há dez anos, sou filho único, fui criado pela minha vó e pela minha mãe na resistência e na resiliência.
Desistir é uma palavra muito forte. Acredito que a etapa de Deus, ela esteja escrita, ela esteja escrita, seja agora, seja lá na frente. Mas hoje é uma decisão tomada pelo bem comum do Parlamento, pela institucionalidade deste Parlamento, por um alinhamento pessoal, familiar, em saber respeitar o processo da vida
Eu tenho 37 anos de idade. Se Deus quiser, tenhamos mais futuro do que passado e dentro desse futuro eu estarei pronto sempre para marchar onde Deus me colocou, que foi na política. Eu amo fazer o que faço. Eu me olhei no espelho hoje de manhã e olhei meus cabelos brancos, a barba branca e nos últimos 24 meses aumentou muito.
E esta Casa precisa respirar, essa Casa precisa disso, distensionar esse debate político. Porque distensionando esse debate político, a gente vai conseguir atender o povo com mais maestria, mais tranquilidade e com mais segurança
PSDB? partidinho do “em cima do Muro”?
Bom.., o ex, agora está com o Stalinasso Mula da Silva. Lá em Brasília. O Picolé de Xuxu, de Sampa. Ex PSDB. Venera atualmente o Mula.