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  • Delação firmada com o MPF não cita Cutrim e revela as mentiras do soldado Paiva contra Jefferson Portela

    O soldado Paiva em audiência na Justiça Federal: mentiras e recuo                                           suspeito

    O que teria levado o soldado a optar pelo risco da cadeia depois de firmar                   delação premiada com o MPF que lhe daria perdão judicial?

    Sem nenhum valor legal, delação expõe com detalhes como funcionava a               organização criminosa que possuía até conexão com o Paraguai

    Se fosse homologada, delação iria complicar a vida de muita gente, como a             ex-vice-prefeito de São Mateus, Rogério Garcia, e a do major Rangel

    Blog publica a delação arrependida para desmascarar as mentiras do soldado                  proferidas em audiência na Justiça Federal

    A retirada do segredo de Justiça dos autos dos processos em desfavor dos acusados de integrar uma quadrilha de contrabandistas de armas, cigarros e bebidas no Maranhão, desmascara as mentiras proferidas pelo soldado Fernando Paiva Moraes Júnior, durante audiência na Justiça Federal, dia 16 de abril, contra o secretário de Segurança Pública Jefferson Portela e membros do Ministério Público Federal para justificar sua desistência em persistir com a delação premiada firmada com o MPF em depoimento assinado no dia 7 de abril.

    Acompanhado dos advogados Paulo Ferreira e Leonardo Quirino, que reassumiram a defesa depois de serem desconstituídos quando foi celebrado o acordo de colaboração, o soldado Paiva disse que foi coagido pelo secretário Portela a fazer a delação e incriminar o deputado Raimundo Cutrim (PCdoB); e que foi conduzido, sem antes falar com seus advogados, à sede da Procuradoria da República sob a falsa tese de que estaria sofrendo ameaça de morte.

    Embora não tenha sido homologada pela Justiça e não possua nenhum valor legal, o depoimento do soldado está anexado aos autos e só serve como prova do seu próprio embuste, e de possível suspeita sobre os reais motivos que os teria levado a retroceder.

    Sem a proteção do sigilo, a farsa e a estratégia da defesa em conturbar as investigações e politizar o caso, se revelam. 

    Ora, se o soldado alegou ao juiz da 1º Vara Federal Criminal, Luiz Regis Bonfim Filho, que não oficializaria sua delação por ter sido coagido pelo secretário a incriminar o deputado, como é que o nome de Cutrim não consta entre os denunciados por Paiva?

    Qual o interesse em acusar Jefferson Portela de coerção se não há referências ao deputado na delação firmada com o MPF?

    Seria porque já se pretendia vazar o vídeo da audiência, que deveria ser sigilosa, para transformar os acusados em vítimas de perseguição política?

                                                                                                                                                                 Trama midiática

    Ainda no mesmo pacote midiático, um dos advogados reforçou a trama com a malsinação de um conluio entre a Polícia Militar e o MPF, na execução de uma tortura psicológica privando o seu cliente de sono na noite véspera da condução à sede da Procuradoria, com o objetivo de destruir sua resistência e ser facilmente manipulado a aceitar a proposta de delação.

    Segundo o soldado, ele foi tratado como um lixo depois que inventaram uma ameaça de morte para coloca-lo em uma outra cela, onde era obrigado a fazer suas necessidades em um balde.

    Para completar a façanha, o PM disse que foi obrigado pelos procuradores – e aí com a cumplicidade da Defensoria Pública da União, que acompanhou todo o depoimento, a escrever em um papel que temia por sua vida caso continuasse no quartel da PM.

    Uma hipótese absurda, seja por imputar crime ao defensor Gioliano Antunes Damasceno, seja pelo termo de delação, onde narra a conversa com o soldado Agenor sobre a possibilidade de celebrar um acordo de colaboração premiada, e a sua preocupação ao tomar conhecimento durante o banho de sol na quadra do quartel, onde cumpria prisão preventiva, de que a informação de que alguém iria fazer uma delação teria vazado, e se falava que “X9 não fica aqui”.

    Mas é em uma outra mentira contra Jefferson, que talvez esteja a verdade do soldado Paiva,  que poderia explicar a sua intempestiva recusa dos benefícios, anteriormente aceitos, propostos pelos procuradores da República em troca de sua delação, que incluem o perdão judicial e a garantia de que não seriam mais ofertadas novas denúncias nas áreas Cível e Criminal.

                                                                                                                                                               Seguro de vida

    Ao declarar que também fora induzido pelo secretário a inserir em seu depoimento todos os investigados, ele estaria assinando uma carta de seguro de vida diante da exibição que fez dos detalhes da atividade criminosa do grupo, embora o MPF afirme possuir provas suficientes na denúncia aceita pela Justiça, e que o objetivo da proposta de colaboração premiada era descobrir os receptores da mercadoria contrabandeada.

    Neste sentido, disse apenas que ouvira que era preciso fazer uma pavimentação da via de acesso ao sítio onde funciona um dos depósitos da organização criminosa para que o caminhão do Mateus pudesse chegar ao local, mas que nunca viu um veículo da Rede de supermercados durante o seu horário de trabalho como segurança. 

    A homologação pela Justiça do seu termo delação firmado com o Ministério Público, iria mesmo era complicar a vida de seus companheiros de farda e de outros acusados de participar do esquema, especialmente as do major Rangel e do ex-vice-prefeito de São Mateus, Rogério Sousa Garcia.

    O major aparece como o responsável pela segurança da organização e o homem que promovia campanhas de alistamento de policiais militares para a empreitada criminosa, recebendo, segundo acredita, uma alta quantia mensal pelo serviço prestado.

    E no topo da cadeia alimentar aparece Rogério, como se refere o soldado ao ex-vice prefeito de São Mateus, Rogério Sousa Garcia, etiquetado de gerente das operações no Maranhão, respondendo pelo desembarque, transporte até os galpões, venda, contratação de mão de obra de carregadores e pagamentos às pessoas envolvidas, inclusive policiais.

    Todo o milionário esquema acontecia através de desembarques noturnos da mercadoria contrabandeada de outros países, entres eles o Suriname e o Paraguai. O ex-vice, segundo o que soltou a língua de Paiva, participou de uma reunião paraguaia com um dos chefões da máfia internacional do contrabando.

    No alto escalão da Polícia Militar, a delação atingiria o coronel Reinaldo Elias Francalanci, que de acordo com as contas do soldado, o esquema funcionava há 4, 5 anos no Maranhão com a  atuação do coronel e do tenente João Padilha Martins e do cabo, Rodrigo Santana Mendes.

    Já o ex-superintendente estadual de Investigações Criminais (Seic), o delegado Thiago Bardal, não teve determinado na delação qual o seu papel na organização criminosa por ser uma pessoa muito reservada, que sempre tratava diretamente com o gerente do bando, Rogério Sousa Garcia.

                                                                                            Delação cita policiais não denunciados pelo MPF

    No entanto, caso houvesse algum valor jurídico, o depoimento de Paiva jogaria por água abaixo as versões de Bardal de que estaria vindo de uma festa e procurando um sítio para comprar, ao ser abordado por policiais, na mesma noite da operação, nos arredores de um sítio no porto do Arraial, que era utilizado pela quadrilha para o desembarque das mercadorias contrabandeadas.

    Paiva disse com todas as letras que viu o delegado em um veículo Cruze branco ao menos quatro vezes parado ou fazendo ronda, próximo ao Arraial, nos dias de descarregamento, que aconteciam em média cinco vezes por mês.

    O recuo do soldado em manter o acordo firmado com o Ministério Público também salvou os soldados Patrick Sérgio Moraes Martins, Gleydson da Silva Alves, o sargento Jonilson Amorim e o policial civil, Franklin Loura Nogueira, que apesar de cumprirem prisão preventiva, não foram denunciados à Justiça pelo MPF por insuficiência de provas.

    A delação arrependida registra que os três militares faziam a escolta dos caminhões de transporte e que no dia na prisão em flagrante eles estavam no porto, mas conseguiram escapar do cerco policial; enquanto o policial civil atuava como o braço direito do gerente do crime e que “estava sempre próximo das cargas, conferindo se não havia avarias”.

     

       

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