Braide: a vacina, a parceria e a falaciloquência de quem mija nas nossas pernas e diz que está chovendo
Já que as portas da prefeitura de São Luís estão abertas para fazer parcerias “em prol do povo da nossa cidade”, vou contribuir com o prefeito eleito Eduardo Braide e alertar dos riscos de sua falaciloquência à saúde da população.
Se não estivéssemos à beira de um recrudescimento da Covid-19, sem que saibamos se haverá vacinas, agulhas e seringas e, o que é pior, expostos à uma campanha antivacina encabeçada pelo presidente Bolsonaro, até que ele poderia continuar aparentando-se de virtuoso.
Em meio a tudo isso, ao invés de ficar mandando recado ao governador Flávio Dino e divulgando um plano genérico de vacinação, ele deveria era estabelecer um canal de diálogo com o governo e se engajar na elaboração de um plano de contingência caso o governo federal não garanta a vacinação de toda a população.
Mas, não. O que se observa, na entrevista à TV Mirante e na cerimônia de diplomação, ambas no mesmo dia, é um prefeito eleito agindo como candidato, batendo com a língua nos dentes. Lábia rasa e reveladora.
Mesma laia
Deixando de lado o descosido plano de metas para os primeiros cem dias de gestão e seu secretariado, é na resposta sobre o plano de vacinação para São Luís (assista a entrevista Aqui) que o “escolhido” transmite sua cepa.
Encher a boca para exaltar o Plano Nacional de Vacinação (Leia Aqui) e garantir que o governo Bolsonaro está trabalhando na aquisição de diversos tipos de vacina, não deixa a menor dúvida, pelos sintomas que expressa, por quem usa aliança. .
Com o mesmo feitio utilizado na propaganda eleitoral, o “eleito” ainda floreia o trabalho da equipe de técnicos e especialistas montada para preparar toda a logística de vacinação, anunciando velhas novidades, como a montagem de postos de vacinação nas escolas.
As medidas antecipadas sob o olhar complacente do entrevistador, no entanto e na melhor das hipóteses, não passam de ornamentos baratos para enganar e emprenhar os tolos pelos ouvidos.
O Mistério da Saúde não estabeleceu data para o início da campanha e tampouco garantiu que haverá vacinas para toda a população, além da incluída nas quatro fases previstas.
E, se realmente tivesse lido o plano que tanto elogia e não se preocupasse apenas em levar o telespectador no beiço, teria demonstrado a importância de uma ação conjunta não só dos quatro municípios da Ilha, mas dos 217 que compõem o estado.
É necessário assegurar a distribuição do imunizante em céus de brigadeiro, sem os riscos e a lentidão de quem trafega pelas esburacadas BRs.
Segundo o PNV, o transporte das vacinas disponibilizadas para o Maranhão será por via terrestre a partir do desembarque no aeroporto de Fortaleza, distante 1000 Km da capital São Luís.
Parceria de araque
Dando prosseguimento a cantilena do dia, o “preferido” protagoniza mais um ato de sua pantomina, desta vez durante a solenidade de diplomação dos eleitos promovida pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Sem qualquer cerimônia, aproveita a ocasião para pedir ao vice-governador Carlos Brandão que leve um recado ao governador Flávio Dino, avisando-lhe que o momento é de união e que o palácio La Ravardière estará sempre aberto à parcerias.
Saudado por seus cabos de guerra no sistema Mirante e nas redes sociais por seu gesto de maturidade política, tratar o vice-governador como um garoto de recado, não é atitude de quem realmente pretende fazer parcerias com o governo.
Poderia ali mesmo, caso fosse verdadeira sua intenção, iniciar um diálogo e marcar reuniões técnicas entre as equipes do Estado e do Município.
Aliás, com as férias do governador, Brandão assume os Leões neste mês de janeiro.
Mas que nada. Ele quer é tirar de onda e contribuir com a desconstrução da imagem de Flávio Dino, em sociedade com a mídia falaciosa.
Depois de convencer o eleitorado com o “nada consta”, Braide acredita agora que pode urinar nas nossas pernas e dizer que está chovendo!