A importância de Pinheiro e Açailândia na consolidação da aliança do PC do B com o PDT
O lançamento da pré-candidatura neste sábado do médico Leonardo Sá em Pinheiro pelo PC do B estabelece um marco nas relações igualitárias de forças entre os partidos da coalizão que elegeu o governador Flávio Dino, e permitirá a partir das eleições municipais de outubro próximo a consolidação de um projeto de transformação e combate à pobreza no Maranhão.
A eleição de um candidato do partido do governador em Pinheiro com o apoio do PDT, PSB, PEN, DEM, PR, PSC e PTC refletirá em todo Litoral Ocidental e nos municípios da baixada maranhense que possuem identidade e organização produtiva com a Princesa banhada pelo Rio Pericumã, como São Bento, Santa Helena e outros que não desembocam no Atlântico.
Já os municípios de Vitória do Mearim, Arari e Anajatuba, que fazem parte da baixada maranhense, uma das seis microrregiões que compõem a região Norte na divisão geográfica definida pelo IBGE, formam no mapeamento político um outro conjunto com Miranda do Norte e vizinhos cortados pela BR 316, integrantes da microrregião de Itapecuru Mirim.
Em outubro passado o PC do B filiou e lançou a pré-candidatura de Junior Amorim com o apoio do PT, PTC, PSB e PP, em conferência que teve a participação do secretário de esportes Márcio Jardim. que tem sua base política em Arari, onde cresceu comendo curimatá sob as bençãos do padre Brandt.
A região Norte, uma das cinco mesorregiões do Maranhão, é formada por 60 municípios distribuídos ainda nas microrregiões dos Lencóis Maranhenses, Rosário e Aglomeração Urbana de São Luís, onde idênticos a Arari, alguns estão nas áreas de influências que não obedecem a divisão territorial decidida pelo IBGE.
É, por exemplo, o caso de Tutóia, que é parte dos Lençois geograficamente localizado na mesorregião Norte, mas possui sua concordância com o Leste Maranhense, na órbita do Baixo Parnaíba.
Esse traçado político/geográfico é que orienta o PC do B na composição de suas alianças nos casos onde abre mão de candidaturas próprias em municípios com maior densidade eleitoral, como São Luís, Timon, Caxias e provavelmente Imperatriz, para apoiar indicados de outros partidos.
Em troca espera-se a mesma abnegação dessas legendas para apoiar os postulantes comunistas às prefeituras de municípios com representatividade regional, estabelecendo um certo equilíbrio na divisão do exercício do poder.
Pelo menos, assim entendo.
Por isso a importância de vencer a eleição em Pinheiro, cidade pólo da baixada, contra o atual prefeito Filuca Mendes, fiel representante familiar e do modelo político da oligarquia Sarney, que condenou o Maranhão à miséria; e ao mesmo tempo equilibrar com a ampla influência da região na capital, o apoio que dá ao PDT em São Luís e Imperatriz, as duas maiores cidades do estado com quase 30% dos 6,9 milhões dos seus habitantes.
Sem a conquista da baixada, a vitória dos dois outros candidatos do PC do B na grande Ilha, Domingos Dutra em Paço do Lumiar, e Talita Laci na Raposa, não dá a devida compensação eleitoral ao apoio à reeleição do prefeito Edivaldo Holanda, do PDT.
A mesma medida também alcança a eleição do candidato comunista, Juscelino Oliveira, em Açailândia, para equacionar o possível apoio a Rosângela Curado, candidata do PDT à prefeitura de Imperatriz.
Por mais que o PDT seja um dos mais confiáveis aliados do governador Flávio Dino e a eleição de seus candidatos dê um sentido de vitória ao grupo, sempre será a eleição de um candidato do PDT.
Daí a relevância de apostar nas candidaturas próprias em municípios chaves, promovendo a devida equidade entre todos os aliados, e com a certeza de que o triunfo político não significa a garantia de privilégios das ações governamentais, seja de que partido for.
E sim, compromisso, trabalho, e responsabilidade pelo que suas eleições representam na construção de um Maranhão verdadeiramente republicano.