Documento da PM/DF anexado a Relatório Cappelli ignora intervenção e ataques de 8/01
Documento produzido dia 16 de janeiro pela Coordenação de Eventos e Atividades Especiais da PM/DF e anexado ao Relatório Cappelli encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, ignora a intervenção federal, dá méritos a atuação da Polícia Militar do DF, defende a ‘liberdade de expressão’ e mantém narrativa de livre manifestação ao fazer referência aos ataques de 8 janeiro.
O Relatório de Assessoramento Técnico, como é chamado, é assinado pela subsecretária de operações integradas, CEL Cintia Queiroz.
Segundo a subsecretária, o objetivo é subsidiar o secretário executivo de segurança pública do Distrito Federal com informações sobre “as manifestações dos dias 06,07 e 08 de janeiro, “com vistas a melhor decisão a cerca da temática”.
O curioso, o que nos leva a crer que o material tem outra finalidade, é o espaço dedicado às leis, as competências dos órgãos de estado, jurisprudências, o Art. 5º da Constituição e outras rasas e batidas informações desnecessárias no assessoramento técnico de um secretário de estado.
Chega a ser infantil, por exemplo, ressaltar que a vocação da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes não é destinada apenas a hospedar o conjunto arquitetônico dos três poderes da República, “mas também a pluralidade do povo brasileiro que trabalha ou ocupa seu espaço para fins manifestatórios”.
LEIA RELATÓRIO DA PM/DF
No entanto, muda de figura, quando a CEL Cintia Queiroz usa um documento oficial, com a chancela do Governo do Distrito Federal e da Secretaria de Estado de Segurança Pública para negar os fatos ocorridos, em completo desrespeito aos colegas de farda feridos e ao resgate da tropa também atingida pelo vergonhoso papel dos militares colaboracionista do terror.
Sem dar o mínimo valor ou ter a menor preocupação com um possível achincalhe do próprio nome ao desvirtuar ou puramente negar fatos notoriamente públicos, ela traça uma espécie de linha do tempo com as ocorrências que considera mais relevantes, entre os dias 6 e 8 de fevereiro.
Observe na reprodução abaixo e veja se encontra entre os fatos relevantes a intervenção federal. E o mais interessante, ela escreve que após o reestabelecimento da ordem pública pela”PMDF, as forças de segurança se dirigiram para o acampamento dos manifestantes no SMU, onde foi cogitada a desmobilização e retirada do acampamento, entretanto, a ação foi inviabilizada pelo EB, por entendimento divergente”.
Não houve dedo da cara de ministro, general metido a brabo, não houve nada.
Na verdade e a bem da verdade, são águas passadas.
O que há e é preciso tomar providências, é uma militar perigosa, com coragem suficiente para desafiar seus superiores e usar o nome da briosa Polícia Militar para dar crédito a um relatório mentiroso, e assim, possa ser ele usado a serviço do caos, do fascismo e até mesmo do diabo que um dia ainda há de leva-los.