Aliado 01 de Weverton, Maranhãozinho responde na Justiça por roubo de madeira em terra indígena
Notabilizado pelas boas-vindas que deu ao agronegócio, o candidato ao governo do Maranhão Weverton Rocha (PDT) tem como companheiro de jornada o deputado Josimar Maranhãozinho (PL), acusado de comandar esquema de roubo de madeira em reserva indígena.
Apesar da fama nacional conquistada com dinheiro na caixa de sapato, operações da Polícia Federal e fortes suspeitas de articular esquema de compra & vendas de emendas parlamentares, a acusação que tramita no Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1, é a única que ele responde na Justiça.
Instaurada em 2014, a ação 0047751-82.2014.4.01.3700 por ‘Furto Qualificado’ pode ser a chave do negócio. A raiz da multiplicação da riqueza de um político que iniciou carreira em 2004 sem nenhum bem a declarar, e dezoito anos depois, declara R$ 25 milhões patrimônio.
Resultado de investigação da Polícia Federal entre 2005 e 2012, a acusação do MPF abrange os dois primeiros mandatos políticos de Josimar da Costa Rodrigues à frente de Maranhãozinho, nome do município distante 236 quilômetros de São Luís, que posteriormente adotaria como sobrenome de guerra.
Em 2008, quatro anos depois de botar os pés na prefeitura, Josimar já tinha R$ 436 mil, segundo declarou ao disputar a reeleição. Ao fim da temporada municipal, se elegeu deputado estadual em 2014 com patrimônio de R$ 6,56 milhões.
No inquérito, Josimar é acusado de comandar uma organização criminosa, que controlava, por meio de pedágios, a extração de madeira em Alto Turiaçu.
O então prefeito colocou correntes nas estradas de acesso à reserva e estabeleceu um sistema de tíquetes adquiridos na sede do município por R$ 150,00, o que equivale R$ 270,00 nos dias de hoje.
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De acordo com o delegado Humberto Evangelista, que presidiu o inquérito, Josimar fez ‘pequena’ fortuna – se levarmos em conta os R$ 25 milhões de hoje – durante os oito anos que esteve à frente da prefeitura.
“:Sabendo-se que os caminhões trafegam naquela região quase 24 horas por dia, poderemos ter e 30 a 40 caminhões. Agora, basta apenas multiplicar o valor pago por cada cartão pelo número de tíquetes encontrados. Veja-se agora o período de oito anos de administração do então prefeito ‘JOSIMA’, aplique-se “a pequena fórmula proposta e teremos uma dimensão de seu ganho ilícito e do dano e prejuízo que proporcionou ao meio ambiente durante todos os dias de sua gestão”, diz trecho da denúncia.
O crescimento em progressão geométrica de seu patrimônio, no entanto, continua.
Ao se eleger deputado federal em 2018, a soma de seus bens saltou de R$ 6,56 milhões para R$ 14,59 milhões, um aumento de 122,32% .
Em depoimento prestado dia 10 de janeiro de 2013 na Superintendência Regional da Polícia Federal em São Luís, Josimar disse que é sócio-proprietário juntamente com o irmão Aldir Cunha Rodrigues da empresa Construtora Madry Ltda.
“Sediada no município de Maranhãozinho, tem como principais fontes diversas empresas e municípios e valores fracionários que informam a movimentação entre suas contas, que chegou ao impressionante valor de quase 34 milhões de reais, em cerca de 1.359 operações no período de 2008 e 2009”, atesta análise pericial da PF nos autos de uma outra investigação.
Em maior volume, segundo o laudo, a Madry recebeu recursos não identificados em espécie que chegaram a cerca de 26 milhões de reais.
Resta saber a pontuação do sapato…