O presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Othelino Neto (PCdoB), recebeu, nesta quarta-feira (23), o deputado César Pires (PV) e representantes do setor produtivo maranhense (comércio, hospedagem e alimentação), que apresentaram sugestões ao Projeto de Lei 001/22, que trata da exigência do Passaporte Vacinal no acesso a estabelecimentos e eventos em geral, no Maranhão.
Durante a reunião, Othelino Neto, que é autor do PL, explicou que a obrigatoriedade de apresentação do comprovante de imunização visa dar segurança aos usuários e garantir que as atividades continuem funcionando com menos risco à saúde das pessoas. “O objetivo do projeto é proteger as pessoas e, também, a economia”, defendeu o presidente da Alema.
O deputado César Pires avaliou positivamente a boa receptividade do presidente, que se colocou à disposição para analisar as ponderações apresentadas pelos representantes do setor empresarial.
“O setor produtivo entendeu que precisam ser corrigidas algumas situações e o presidente aceitou as propostas apresentadas, garantindo que analisará o que pode ser reparado no projeto, entre garantir a saúde da população e atender a classe empresarial”, disse.
Além do deputado César Pires, estiveram presentes na reunião, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Gustavo Araújo; o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira do Maranhão (ABIH-MA), Armando Ferreira; o presidente e o superintendente do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação do Maranhão (Sehama), Raimundo Luz, e Alisson Soares; o superintende e o economista da Federação do Comércio (Fecomércio), Max Medeiros e Wilson França.
“Fizemos algumas ponderações para tornar o PL mais flexível e, consequentemente, não onerar o empresário, que se vê obrigado a colocar um profissional a mais em seus estabelecimentos somente para realizar a verificação do passaporte”, explicou Gustavo Araújo.
Ao final da reunião, o chefe do Legislativo informou que aguardará as sugestões serem enviadas formalmente pelos representantes dos setores produtivos. “Depois de recebê-las, irei comunicá-los sobre o que poderemos acatar para chegarmos a um texto final e levarmos a matéria ao Plenário”, assegurou Othelino, ao final da reunião.
Acusado pelo Ministério Público de participar em companhia da desembargadora Nelma Sarney e outras mais 14 pessoas de um esquema montado para desviar recursos do cartório de 1o Ofício de Caxias, a partir da designação da interinidade de Delfina do Carmo Teixeira de Abreu, o advogado Frederico de Abreu Silva Campos, o Fred Campos, é o que se pode chamar de homem-bomba.
Aliado do deputado-genro-de-desembargadora, Edilázio Jr., e candidato derrotado nas últimas eleições à Prefeitura de Paço do Lumiar, Fred Campos aparece em todas as situações que envolvem Nelma Sarney nas supostas falcatruas apresentadas à Justiça pelo MP, com riqueza de detalhes.
A leitura complementar dos documentos anexados tanto na presente Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa 08098828-38.2020.8.10.0029, quanto no Inquérito Civil 3982-254/2017, somando mais de 1.500 páginas, acentua sobremaneira a suspeita de um conluio premeditado entre o causídico Campos e a desembargadora Sarney. O objetivo é substituir Tânia Alba Fiúza por Delfina de Abreu no comando do primeiro ofício caxiense.
A narrativa pormenorizada realizada pelos promotores Francisco Fernando de Moraes Menezes Filho, Helder Ferreira Bezerra e Gustavo Pereira Silva sobre a trajetória que levou ao domínio e ao saque da referida serventia, revela conexões perigosas.
Coincidências Jurídicas
O afastamento de Alba Tânia Fiúza da interinidade do Cartório do 1º Ofício de Caxias promovido por Nelma Sarney no mesmo dia, 04 de julho de 2014, da designação de Delfina de Abreu, é resultado de uma articulação combinada, conforme faz supor a conexão dos fatos expostos pelo MP.
Um mês antes de sua designação, dia 5 de junho, Delfina de Abreu, após 23 anos à frente do Cartório do 3º Ofício de Caxias (assumiu com a morte do seu pai em 1991) resolve ingressar com pedido de reconhecimento de sua estabilidade na 1ª Vara da Comarca de Caxias.
O juiz Sidarta Gautama Maranhão em questão de segundos, apesar da complexidade da questão, decide favoravelmente a Delfina em ação advogada por Fred Campos.
A celeridade das sentenças e sua publicação do sistema Themis (software elaborado pelo TJ/MA de registro da movimentação processual), antes dos autos estarem conclusos para decisão, foi considerado como um “robusto indício” de conluio entre o advogado e o juiz Gautama.
“Ora, tais circunstâncias emergem como robustos indícios de que o douto magistrado, além de ter interesse direto na ação, recebera tanto o pedido de liminar como a sentença já lavrados da própria parte demandante, limitando-se a inseri-las no sistema. Afinal, outra conclusão não se pode chegar a partir de decisões complexas que foram lançadas no THEMIS em 43s e em 10s respectivamente”, diz o MP.
EM RESUMO : O juiz Sidarta Gautama Maranhão concedeu uma liminar em 43 segundos e emitiu uma sentença em 10 segundos, ambas com datas retroativas ao dia em que os pedidos de Delfina de Abreu, representada por Fred Campos, foram apresentados.
Fumaça do mau direito
Outra dessas raras ‘coincidências jurídicas’, foi a Reclamação Disciplinar protocolada por Delfina Abreu no Conselho Nacional de Justiça contra Tânia Fiúza, pouco meses antes de sua designação para o 1o Ofício, no dia 4 de julho.
A petição, assinada pelo sobrinho-advogado-Fred Campos, alegava fraude no balancete no que “tange a folha de pagamento, ao contrato de prestação de serviços advocatícios e outras irregularidades”.
Como de praxe, O CNJ instou a Corregedoria do TJ/MA a realizar inspeção no referido cartório caxiense, no sentido de apurar denúncia protocolada por Delfina.
A correição constatou que diversos atos da interina Tânia Fiúza não estavam pautados nos princípios constitucionais da administração pública, a exemplo de contratação de advogado por R$ 2.700,00, sem que haja registro de sua atuação na Comarca.
Nelma Sarney não perdeu tempo, e , por aqui mesmo, resolveu a questão: afastou a acusada, beneficiando quem acusava.
A suspeita de uma ação premeditada para substituir Tânia Fiúza por Delfina de Abreu no comando do 1o Ofício tem lá sua razão de ser.
À frente do 3o Ofício de Caxias desde a morte do pai, titular do cartório, em 1991, como se exercesse um direito de herança, Delfina saltou de um faturamento mensal (junho/14) de R$ 22.960,60 (3o Ofício) para R$ 94.732,40 (1o Ofício).
Para melhor compreensão da altura do salto, a arrecadação do 3o Ofício em 2021 foi de R$ 80.205,41 e a do 1o, R$ 302.456,22.
Não foi à toa que assim que assumiu suas funções à frente da Serventia, Delfina tratou de efetuar diversas contratações, como de advogado, de empresas prestadoras de serviços de informática, limpeza , segurança desarmada, etc.
Segundo o MP, entre 2014 e 2015, o esquema extraviou R$, 1,7 milhão.
O grandioso aumento de caixa deu vazão às falcatruas asseveradas pelo MP. Tão logo assumiu a milionária serventia caxiense, Delfina de Abreu danou-se a contratar diversas empresas prestadoras de serviços, inclusive os préstimos do advogado que assinou a Reclamação Disciplinar, Frederico de Abreu Silva Campos, o Fred Campos.
Contratado por “ser seu sobrinho”, segundo depoimento da própria Delfina de Abreu ao Ministério Público, Campos desponta nas investigações como o advogado que intermediou com a corregedora Nelma Sarney as aprovações dos contratos considerados ilegais pelo Ministério Público.
Leia o fabuloso contrato de Fred Campos
Dois pesos, duas medidas
Depois de denunciar Alba Fiúza por fraude em contrato de prestação de serviços advocatícios no valor de R$2.700 (dois mil e setecentos reais) mensais; Delfina fez pior. Contratou, assim que colocou os pés no 1o Ofício, o sobrinho Fred por R$7.500,00 mensais; dobrando o salário no ano seguinte (2015) para R$ 15.000,00.
O interessante é que na falta de qualquer justificativa no requerimento enviado à Corregedoria, quanto à majoração do valor do contrato de 7.500 para 15 mil reais, é a própria Nelma Sarney que fundamenta para a contratação, a suposta necessidade de acompanhamento da Reclamação Disciplinar contra Tânia Fiúza .
Delfina requer autorização para contratar o sobrinho Fred Campos a peso de ouro
Nelma defere e fundamenta necessidade de vultoso contrato advocatício
A corregedora ainda sustenta que seria necessário tal vultoso contrato advocatício também para à defesa de supostas impugnações administrativas em relação à designação de Delfina como interina.
Para completar, o contrato firmado com a autorização da Corregedoria Geral da Justiça teria vigência de 36 meses (apesar da natureza precária da interinidade da Sra. Delfina do Carmo), além de multa contratual de nada menos que R$100.000,00 (cem mil reais) para a hipótese de rescisão antecipada.
Não por mera coincidência, além da aliança política, Campos patrocinou causa pessoal da desembargadora e sua família (Edlázio e filha) contra a Air Canada, por danos provocados em suas malas de viagem.
Os laços familiar e político seriam meras conjecturas, se a narrativa dos promotores da 3a Promotoria da Comarca Criminal de Timon, responsáveis pela denúncia, não dimensionasse as afinidades, atribuindo valor aos atos autorizativos pelo peso das irregularidades.
Nelma Sarney não iria correr o risco de ignorar a criteriosa avaliação das contratações requeridas à Corregedoria, conforme exige a excepcionalidade permitida pela resolução (80) do Conselho Nacional de Justiça proibindo novos dispêndios por parte dos interinos, se Fred Campos não fizesse por merecer.
A pesquisa Escutec divulgada nesta terça pela TV Mirante confirma crescimento de Brandão e congelamento com tendência de queda de Weverton.
É o que mostra a comparação com a pesquisa – do mesmo instituto – divulgada pela Mirante em 30 de dezembro de 2021.
No levantamento realizado de 27 a 29 de dezembro, com 23% da preferência do eleitorado Weverton Rocha (PDT) aparece com nove pontos percentuais à frente dos 14% registrados em Carlos Brandão (de mudança do PSDB para o PSB).
Menos de dois meses depois, pesquisa aplicada de 17 a 22 de fevereiro, Weverton cai para 22% e Brandão sobe para 19%; cinco pontos percentuais!
Com margem de erro de dois para mais ou para menos, o resultado foi considerado empate técnico pelo próprio Sistema Mirante, contratante da pesquisa.
Ressaltar a igualdade técnica na preferência do eleitorado é exato e justo. Não somente pelos números da recente pesquisa, mas pelo crescimento contínuo da candidatura Brandão.
Nessa altura do campeonato destacar que Weverton continua na liderança é o mesmo que dizer que ele cresce igual a rabo de cavalo: pra baixo.
A pesquisa Escutec está registrada sob o número MA 03951/2022. O Instituto ouviu 2 mil eleitores nos dias 17 a 22 fevereiro.
Matéria publica pelo jornal O Globo informa que após uma reunião de duas horas com o ex-presidente Lula na tarde desta terça-feira, o ex-governador Márcio França disse acreditar que PT e PSB estarão juntos na eleição para o governo de São Paulo.
Os petistas pretendem lançar o ex-prefeito Fernando Haddad para o governo do estado, cargo também pretendido por França.
— O presidente (Lula) compreendeu os meus argumentos. Naturalmente, o PSB tem uma tendência já consolidada de caminharmos juntos (com o PT) no Brasil, e em São Paulo, ele (Lula) vai conversar com Haddad e a Gleisi, e acho que vamos estar juntos — afirmou França.
Apesar de não alimentar grandes expectativas de ver o PSB em uma federação com o PT, Lula quer que a eleição de São Paulo reproduza a aliança feita no plano nacional.
O livro O Massacre dos Libertos, de Matheus Gato, lançado em 2020 e um dos finalistas do Prêmio Jabuti no ano passado na categoria ciências sociais, é de fato um trabalho brilhante.
Num texto objetivo e fluido, o autor promove o encontro frutífero entre ciência social, historiografia e literatura, para descortinar um episódio marcante, mas encoberto nas brumas das disputas de memória (que são disputas de poder), ocorrido no coração da cidade de São Luís, nas cercanias do Largo do Carmo, apenas dois dias após o golpe que instaurou a república no Brasil. O massacre de 17 de novembro, conflito envolvendo libertos e outros negros, “cidadãos do treze de maio”, em investida contra o jornal republicano O Globo, dirigido pelo republicano histórico Paula Duarte, alvejados pelos soldados chamados para “resguardar a ordem”, é colocado como episódio emblemático dos conflitos raciais que marcaram a conjuntura da instauração da República, prontamente descaracterizados pelos discursos oficiais.
Província com grande contingente de população negra, o Maranhão, em especial sua capital, São Luís, viveu momentos de tensão e indefinição no alvorecer da República, quando o medo da reescravização foi utilizado para atacar o novo regime, em meio a boatos desencontrados e uma paralisia da administração provincial. A teia dos acontecimentos dos dias 16 e 17 é tecida no cruzamento das versões expressas em depoimentos, artigos de jornal, relatos memorialísticos e textos literários. Ao sair do casulo da “área de conhecimento”, que assola a grande maioria dos trabalhos acadêmicos, Matheus consegue um texto vibrante, com tensão crescente, provocando quase um efeito cinematográfico, pois o massacre de que trata vai nos chegando aos poucos, até explodir no capítulo final, no (des)encontro das visões defendidas por historiadores, memorialistas e literatos.
O quadro geral é o processo de racialização que levou a uma cidadania fraturada, que marcaria toda a história republicana e cujos efeitos continuam expostos cotidianamente na vida pública brasileira. Matheus nos leva diretamente aos sentimentos de indefinição que perpassavam a população de recém libertos, vivenciando a experiência da subordinação racial agora através da clivagem de direitos apresentados como universais e das disputas em torno da legitimidade da violência física contra os que se “recusavam” ao trabalho. A própria ideia de “massacre” para descrever os acontecimentos do dia 17 de novembro seria descaracterizada pela historiografia tradicional, mas foi resguardada pela memória dos libertos e outros registros, pois além das mortes, houve feridos, alguns tornados mutilados. A República nascia, assim, sob o signo da violência e do racismo.
A Abolição, da forma como foi efetuada, criou o “liberto” como um problema social, sendo acompanhada do processo de racialização, que manteve firme a hierarquia social, levando à configuração de cidadãos de “segunda categoria”, cujos direitos são incertos, geralmente determinados ao bel prazer das autoridades policiais. O Maranhão, província periférica, viveu ao final do Império um processo agudo de crise da grande lavoura de exportação e uma crise política de renovação interna da oligarquia. Em O Massacre dos Libertos, esse cenário é resgatado com sensibilidade numa conjuntura crucial, entre o decreto da Abolição e a Proclamação da República, atento à construção dos silêncios que acompanham a memória oficial.
No fundo, havia a percepção, por parte dos negros e da arraia-miúda da cidade, de que aquela república garantia a “liberdade dos brancos”, o que se tentou atenuar com o simbolismo das cores na bandeira do Maranhão, representativas das “três raças” formadoras da nacionalidade. Com ironia cortante, Matheus não deixa de assinalar que são quatro listras horizontais brancas, três vermelhas e duas pretas. O passado de hierarquização e sujeição continuaria muito vivo e o Maranhão, estado de expressiva população negra, aprofundaria a negação de seu povo, através do recrudescimento da imagem da capital como a Atenas Brasileira e, vale acrescentar, da construção do mito da fundação francesa de São Luís. Simbologias que se tornaram o sustentáculo da identidade da cidade até fins do século passado. A incorporação posterior dos símbolos da cultura popular, do tambor de crioula e do bumba meu boi, seria feita de maneira controlada e espetacularizada, sem maiores rupturas, preservando aquelas fantasmagorias.
Fica aqui uma saudação ao Matheus pelo texto instigante, fruto de uma pesquisa enxuta, que consegue através de um acontecimento, analisado nos termos de Marshall Sahlins como evento, mostrar os aspectos estruturais da dinâmica social. Escrito com objetividade, mas sem perder a indignação, é um livro de crítica contundente e de luta engajada, coisas que raramente andam juntas por estas bandas.
Jus sperniandi é uma expressão de uso comum no meio jurídico para se referir de maneira jocosa ao direito do perdedor de espernear. Uma criança fazendo beiço diante do irreversível.
Na próxima terça-feira a Tv Mirante divulga pesquisa de intenções de votos realizada pelo Instituto Escutec entre os dias 17 e 22 de fevereiro. E deve confirmar tendência de crescimento da candidatura do vice-governador Carlos Brandão. É o que se espera de acordo com os dois últimos levantamentos do instituto divulgados dias 1o e 30 de dezembro passados.
No cenário com nove candidatos, incluindo o nome da ex-governadora Roseana Sarney, Brandão salta de 7 para 13 %. Um crescimento de 6 pontos percentuais. Enquanto Weverton Rocha subiu dois degraus, de 17 para 19%. Os outros cenários sem o nome Sarney, não se repetem nas duas pesquisas, o que não nos permite compará-los.
Em todos os casos, no entanto, o nome do vice-governador mantém taxa de crescimento. Embora visíveis, os números não apareciam aos olhos do torcedor.
Foi preciso o choque de realidade provocado pela pesquisa Data Ilha/BAND, divulgada dia 15 de fevereiro, apontando empate técnico entre WR e CB, para perceber o que ocorria por debaixo das barbas do profeta.
Não se trata de um olhar particular do levantamento que foi ao ar pela emissora da Madre Deus, sob a égide de um instituto acusado de favorecer o ‘candidato dos Leões’. Mas dos resultados das pesquisas Exata realizadas de julho de 21 a esse fevereiro sem carnaval.
Desta vez, apesar de o Imparcial, jornal contratante da Exata, ressaltar que o senador Weverton é “líder isolado” na preferência do eleitorado maranhense, Inês já estava morta.
Para o matutino por trás do shopping, só sobrou o ridículo.
Mesmo sem levar em conta a margem de erro de 3,32%, o cenário estimulado com todas oito pré-candidaturas não indica a condição apregoada. Os 7 pontos percentuais que separam WR e CB (24×17) não são suficientes para caracterizar um isolamento. Ainda mais quando o segundo pelotão está praticamente coeso.
A “liderança isolada”, neste caso, muito mais revela do que oculta o indesejado. O eletrochoque injetado pelo Data Ilha induziu para o futuro, despertou para o presente, descortinando o passado.
De julho a dezembro de 21, de acordo com as pesquisas Exata, o nome de Carlos Brandão cresceu a cada mês de pré-campanha, enquanto que o de Weverton se manteve variando na mesma faixa.
Neste sentido, o vice-governador saiu de 6 pontos em julho para 17% em fevereiro deste ano. 11 pontos percentuais de crescimento!
OS NÚMEROS DA EXATA
O avanço da candidatura de Carlos Brandão só era esperado para o primeiro mês após a posse no comando do governo do estado. O temor, não sem razão, é que o vice-governador ultrapasse o senador WR antes mesmo da desincompatibilização do governador Flávio Dino, marcada para 31 de março.
Seria tolo pensar que o senador Weverton Rocha (PDT) deixou de ser macaco velho e estaria apostando seu futuro político em uma vitória ao governo agora em 22 contra o candidato natural à sucessão, depois de dois mandatos como vice-governador.
Com mais quatro anos de Senado, a candidatura WR ao governo é parte de uma jornada com vistas às eleições de 26, quando realmente o seu estará na reta. A conquista dos Leões em outubro próximo seria uma bem-aventurada recompensa. Acima do propósito traçado.
Sem nada e ao mesmo tempo com tudo a perder, Weverton não quis confiar seu destino aos humores do Palácio, caso não tomasse sua própria vereda. O rompimento é estratégico para o fortalecimento de seu partido, o PDT, e de outras legendas agregadas a sua presente candidatura ao governo.
Aposta-se na eleição de uma grande bancada estadual e federal, catapultando o senador à condição de grande líder.
A intensidade da pré-campanha e a beligerância paralela dos escribas de rede social criaram um simulacro de liderança popular necessário à credibilidade de um projeto futuro e pessoal do político WR.
O acúmulo de falsas impressões e a narrativa empregada na mídia é parte uma política de redução de danos. O objetivo é garantir o desmanche controlado da candidatura em contraponto ao crescimento previsível de um candidato que assume um governo para disputar uma reeleição.
Ao assumir o governo no mês de abril, Brandão poderá mostrar serviço e ganhar ainda mais a confiança do eleitor. A posse nos Leões é um fato novo. Enquanto CB ganha uma outra dimensão política como governador, Weverton continuará prometendo mundos e fundos.
Se não tiver gordura pra queimar até outubro, vai virar picolé e pode começar a ir dando adeus aos sonhos de 26. E assim, como o Asa de Avião, o Foguete não passará de mais um objeto voador não identificado na memória política do estado.
Um Ícaro moderno planalto abaixo…
*A pesquisa Exata foi realizada por encomenda do jornal O Imparcial. Foram ouvidas 1.413 pessoas em todo o estado, com uma margem de erro de 3,32 para mais ou para menos e confiabilidade de 95%, e registro no TSE 02686/22.
* A pesquisa Data Ilha foi feita feita entre 8 e 11 de fevereiro de 2022, com 2 mil entrevistados. O Registro no TSE é MA-00422/2022. Margem de erro e nível de confiança: +/- 2,2% com um nível de confiança de 95%. O contratante foi a TV Band.
O Ministério Público de Milão encaminhou à Justiça brasileira o pedido de extradição e mandado de prisão internacional do jogador Robinho, condenado definitivamente, juntamente com um amigo, a nove anos de prisão por violência sexual em grupo contra uma jovem de 23 anos, conforme noticiado pelo jornal italiano La Repubblica.
Os dois condenados, que se encontram no Brasil, não devem ser entregues porque a Constituição brasileira não permite a extradição de seus cidadãos. Porém, de acordo com o jornal, caso o ex-craque do Milan decida deixar o país, ele pode ser detido em qualquer aeroporto fora do Brasil. Robinho sempre reiterou sua inocência.
Segundo as investigações, Robinho teria feito a garota beber a ponto de deixá-la inconsciente e, então, ele e outros amigos teriam a estuprado em uma boate em Milão, onde a jovem albanesa tinha ido comemorar seu aniversário. Outros quatro brasileiros também são acusados de participação no crime, mas deixaram a Itália no decorrer das investigações e respondem um processo à parte, atualmente parado.
Depois do anúncio da condenação criminal do jogador pelo Poder Judiciário da Itália, duas interpretações se apresentaram sobre a possibilidade da execução da pena privativa de liberdade da sentença estrangeira em território nacional.
O deputado Neto Evangelista postou uma foto nas redes sociais fazendo pose com o livro Manual de Persuasão do FBI, escrito pelo ex-agente da Federal Bureau of Investigation Jack Schafer.
O livro ensina obter sucesso nas relações interpessoais aplicando as técnicas para entrevistar terroristas e descobrir quem está mentindo.
A editora Universo dos Livros diz que o manual é perfeito para quem quer pensar e reagir como os investigadores de TV do Criminal Minds ou CSI.
Evangelista ressaltou que “foi influenciado digitalmente por @cirogomes”.
Não seria mais interessante deixar esse negócio de influenciar, atrair e conquistar para a turma do marketing, e lê um livro sobre a importância da Política no enfrentamento dos problemas que atingem a sociedade brasileira e condenem os mais pobres à indignidade?
Lançado em 2015 com ampla campanha promocional, o livro é vendido como uma ferramenta importante na compreensão do comportamento humano e suas peculiaridades. Os resenhistas de plantão garantem que o trabalho de Jack Schafer é essencial na construção de novas amizades e na revitalização das velhas relações pessoais e amorosas.
O livro, no entanto, é um manual de canalhices e besteirol. O ex-agente fala de sua experiência, mostra o tanto que aprendeu com elas e, vejam só, dá dicas como enganar, usar e fazer os outros de bestas.
O sujeito se refere a pessoa a quem se quer conquistar, como alvo. A leitura simplista dos gestos e do comportamento humano chega a ser hilária, se não fosse triste.
Schafer dá dicas verbais e não verbais para ganhar a confiança e “influenciar determinada pessoa alvo”. Ele apresenta uma Regra de Ouro da Amizade que se aplica a todas as situações. Mas que na verdade revela o seu próprio mau-caratismo.
A fórmula infalível da amizade exclui sinceridade, fidelidade e o mínimo de senso ético. A Regra de Ouro é amizade = proximidade + frequência + duração + intensidade.
“Para influenciar outrem e fazer amizades é necessário explorar as quatro variáveis da fórmula”, diz o ex-agente. A intenção é fazer com que as pessoas se sintam bem em relação a você, para que você tenha o caminho aberto para seus objetivos.
Alguma dicas do Manual de Persuasão do FBI
Schafer imprime obviedades do começo ao fim de sua obra, que as resenhas promocionais traduzem de linguagem “leve e descontraída”.
A amizade nas palavras do ex-agente é a maneira com que consegue confissões ou traições. O manual cita operações onde são aplicadas a tal Regra de Ouro.
Uma delas foi a Operação Gaivota, que era o codinome de um diplomata estrangeiro de alto escalão. O FBI o considerava um recurso valioso, caso se tornasse espião para os Estados Unidos.
A amizade serviu de engodo para seduzir o diplomata. O problema é aplicar nas relações pessoais a mesma tática utilizada nas operações do serviço velado.
“Charles (o agente do FBI) precisaria dar passos específicos que, no fim das contas, tiveram sucesso. Os passos que Charles precisou seguir para ganhar a confiança do Gaivota são os mesmos que você deve tomar para desenvolver amizades de curto ou longo prazo”, diz o guru da dupla Ciro & Neto.
Schafer dá dicas de como se aproximar, como encarar, como enviar sinais amistosos e até mesmo como sorrir.
“Quando sorrimos para outras pessoas, é muito difícil que elas não sorriam de volta. Esse sorriso retribuído faz o alvo do seu sorriso sentir-se bem consigo mesmo […] se você fizer as pessoas se sentirem bem com elas mesmas, elas gostarão de você”, diz o manual.
Segundo Schafer, o único problema com o sorriso é que existem o sorriso real ou genuíno e falso ou forçado. O ex-agente ensina como ser falso e parecer genuíno.
Aplicar as táticas de um agente do FBI nas relações pessoais e, no caso da dupla Ciro & Neto, na política, é enganar o eleitor como a polícia engana o bandido.
A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar.