* "A gente não quer só comida,
a gente quer comida, diversão e arte"
*Fernando Abreu
Alguma dúvida de que os jornalões locais iam torcer o nariz de cera com ar de enfado comercial? Alguma dúvida que as hordas de blogueiros venais iam entrar em cólicas? Alguma dúvida de que a canalha bolsonarista ia apelar para as costumeiras agressões, mentiras e distorções para defender o que acha ser um direito sagrado de qualquer endinheirado desse país?
Até aí, nenhuma surpresa, só o mesmo e velho asco de sempre a nos revirar as tripas, das quais fazemos coração e seguimos em frente, sem a menor certeza de vitória, mas com a leveza das consciências que não se vendem. Nem caro, muito menos tão barato assim.
Falamos sim, de estética, de identidade cultural, de símbolos. Entendemos que tais conceitos são indissociáveis das conquistas civilizatórias, conquistas que queremos ver estendidas a quem constrói a riqueza desse país, expropriada por uma das elites mais cruéis do mundo em um dos países mais desiguais do mundo.
Negar essa possibilidade é justificar o embrutecimento secular, achar que só interessa prover ao trabalhador o suficiente para que não morra de fome e assim possa continuar perpetuando a servidão a que foi submetido ao longo de toda a formação deste país belo e infame. Não sejamos tolos, sabemos muito bem que o discurso do “emprego e renda” foi e é sempre utilizado pela elite justamente para negar, na prática, a “humanidade” das massas espoliadas.
Emprego e renda podem muito bem ser sinônimos da mais vil exploração capitalista, via retirada de direitos, precarização do trabalho, uberização, assédio moral e político. Ou seja, exatamente o processo que estamos vivendo desde 2016, convertido em plena guerra aos pobres com a chegada ao poder do psicopata Jair Bolsonaro, entregando o comando da economia do país ao chicagoboy Paulo Guedes, ventríloquo do ultra-liberalismo apocalíptico.
Defender ”emprego e renda” a qualquer custo, como um dogma religioso, é fazer o jogo moralista da elite, moralismo de fachada, aliás, muito bem percebido pela lucidez de um Jessé Souza, quando, em livros como “A Elite do Atraso” e em especial “A Classe Média no Espelho”, não poupa críticas à esquerda, e especificamente ao Partido dos Trabalhadores que, segundo ele, “numa espécie de haraquiri, enfia a faca envenenada do moralismo de fachada na própria barriga”.
Em 23 de julho de 1991 morria Maria Aragão, militante comunista maranhense, médica de profissão, revolucionária por determinação de um compromisso férreo com a libertação dos oprimidos da exploração capitalista. Depois de integrar o PCB desde 1945, acompanha Luiz Carlos Prestes na crítica à orientação oportunista de direita do seu Comitê Central. Hoje é objeto de pesquisa, tema de livro, nome de escola e nome de uma praça central projetada por Oscar Niemeyer.
Sua grande referência política sempre foi Luiz Carlos Prestes, que aparece na imagem em conferência no Colégio Marista organizada por ela em 1983, em São Luís. Mas sua grande homenagem é estar até hoje na memória política e no coração do povo pobre e da esquerda maranhense.
Sempre foi combatida pelos reacionários, de ontem e de hoje. A imagem maior é de um painel colado pela artista plástica Telma Lopes, sua amiga, num muro na rua Godofredo Viana. No dia seguinte ele foi arrancado “por alguém que não gosta da esquerda”. A homenagem foi repetida como grafite e o novo painel de Telma e Lekti está no muro até hoje.
Depois da medalha de prata com Kelvin Hoelfle, o skate brasileiro pode novamente subir ao pódio na madrugada desta segunda-feira, 25, com a maranhense Raissa Leal, a ‘Fadinha do Skate’. A competição de Skate Street feminino inicia às 20h30.
Estrela do skate mundial, Leal tem apenas 13 anos e é campeã brasileira, vice-campeã mundial e a mais jovem vencedora de uma etapa da Street League Skateboarding, uma das mais importantes competições da categoria.
Natural de Imperatriz, onde divide seu tempo entre os estudos e os estudos e os treinos, a Fadinha, apelido que recebeu na escola após desfilar no 7 de Setembro fantasiada de fada, é tratada como ‘fora da curva’ pela lenda americana do skate Tony Hawk.
Neste sábado, ela postou várias em suas redes sociais várias fotos ao lado de Hawk, que acompanhou os treinos da Fadinha. Veja na produção do OUL.
O Skatista Kelvin Hoefler conquistou a primeira medalha brasileira em Tóquio. Ele faturou a prata na categoria street, com 36.15 pontos na soma de suas quatro melhores notas na final. O japonês Yuto Horigome levou o ouro e o americano Jagger Eaton ficou com o bronze.
Kelvin, 28 anos, nasceu em Itanhaném, cresceu no Guarujá e atualmente mora na Califórnia. Ele é um dos nomes do skate mundial, modalidade que só virou esporte Olímpico, nesses jogos que acontecem no Japão. Filho de um policial e de uma dona de casa, ganhou o seu primeiro skate e uma rampa improvisada na garagem de casa aos 9 anos.
Sua carreira internacional ganhou impulso em competição que ocorreu na África do Sul em 2014, quando faturou um prêmio de US$ 100 mil. A grana permitiu que Kevin mudasse para os EUA.
Luiza Erundina, ex-prefeita de São Paulo e responsável pela liberação da prática do skate em São Paulo na década de 80, comemorou nas redes sociais a prata do brasileiro.
Rede de Frios do município de São Luís: estoque de vacinas expostos à queda de energia
A vistoria realizada nesta quinta-feira, 22, pelo Ministério Público constatou não só a falta de um sistema de emergência (gerador), para o caso de falha na rede elétrica na nova sede da rede de frios do município de São Luís, onde estão armazenadas as vacinas contra Covid-19. Mas a absurda indiferença com os riscos à saúde da população.
A coordenadora de Imunização da capital Charlene Luso, explicou à equipe de fiscalização, coordenada pela promotora Maria da Glória Mafra, que a mudança de endereço da rede de frios foi realizada há aproximadamente três semanas e que o gerador não pode ser instalado devido a uma obra no prédio que ainda não foi concluída.
Isso mesmo, a prefeitura mudou a rede de frios para um prédio onde teria que esperar a conclusão das obras, para só aí então instalar um gerador para evitar que possíveis quedas de energia, mesmo por curtos períodos, ocasionem à degradação da fórmula da vacina e sua eficácia na proteção pretendida contra à Covid-19.
Maria Glória Mafra, promotora de justiça
O Plano Nacional de Imunização (Manual da Rede de Frios, pág. 59) recomenda, no que se refere à segurança dos equipamentos, para preservação das condições de armazenamento, o uso de “geradores de energia elétrica, nobreak, ou ainda câmaras refrigeradas com autonomia de 72 horas ou em conformidade com o plano de contingência local”.
Embora tenha dito, que as irregularidades precisam ser corrigidas urgentemente, e que “compreende (?!?!) que a mudança é recente, porque o local anterior não era adequado”, a promotora Maria da Glória Mafra tem o dever de averiguar junto à Equatorial (Cemar) o relatório de funcionamento da rede elétrica nas últimas três semanas na região da Fonte do Bispo, endereço da nova sede da rede de frios do município de São Luís.
Sem a manutenção de uma temperatura baixa constante, as vacinas perdem sua eficácia e devem descartadas. A aplicação de um imunizante dessa natureza cria uma falsa sensação de segurança, expondo o falso vacinado aos riscos de contaminar e ser contaminado pelo coronavírus.
As alterações bruscas e a falta de energia não são novidades em São Luís, especialmente na área central da cidade. Inclusive, no último dia 8 de janeiro, a queda de um cabo isolante durante os serviços realizados nas linhas de transmissão da Eletronorte deixou toda a ilha às escuras das 8h26 às 12h26 da manhã.
Ao mudar a Rede de Frios para um local desprovido de gerador, o prefeito Eduardo Braide apostou alto com a saúde dos ludovicenses !
A natureza fez sua parte: ventos fortes derrubam Estátua da Liberdade no RS – Foto Reprodução
“Alguém consegue imaginar uma Estátua da Liberdade em Olinda, Ouro Preto ou Diamantina? Não dá. A exemplo de São Luís, são cidades tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Em qualquer um desses sítios urbanos, instituições como o Iphan reagiriam com rigor”, diz trecho de manifesto, que circula nas redes sociais recolhendo assinaturas contra a instalação de uma réplica do monumento norte-americano, prevista com a inauguração de uma loja da rede Havan na capital.
Mas o que poderia se transformar em uma discussão sobre o plano diretor, a importância da paisagem urbana na percepção da vida e nas relações humanas, se transformou em um debate estéril e idiota sobre emprego, comunismo e falta do que fazer.
Embora a trajetória nada recomendável do empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, e a apropriação da marca símbolo da propaganda norte-americana, sejam motivos suficientes para qualquer repúdio, o grupo responsável pelo manifesto em momento algum se coloca contra a inauguração de uma filial da rede varejista na capital. Tampouco faz objeção à abertura de novas vagas de emprego, muito menos ao livre mercado.
Ressaltam tão somente a imperiosa necessidade de respeitar os direitos sociais e trabalhistas, a liberdade de expressão, a democracia e os direitos humanos.
Alguém tem alguma dúvida, ele pode até a princípio espernear, que o ‘véio da Havan’ deixaria de ganhar dinheiro e não abrir a loja em São Luís, só porque não deixaram erguer a sua mal ajambrada estátua?
‘Véio da Havan’ não é o apelido de Luciano Hang, mas o nome da personagem que o próprio Luciano Hang criou e representa. O seu apelido é ‘Escorrega’, adquirido ainda quando era gerente de vendas da fábrica de tecelagem Renaux em Brusque, cidade catarinense colonizada por alemães, onde nasceu.
A Estátua da Liberdade foi motivo de protestos desde a sua inauguração no porto de Nova Iorque em 1886. Os grupos de direitos da Mulher consideraram um acinte um monumento com uma figura feminina representando a liberdade, enquanto as mulheres americanas não tinham a liberdade de votar. Em 1886, durante a inauguração da estátua, alugaram barcos e manifestaram sua revolta. O evento também foi criticado cado pelo The Cleveland Gazette. O jornal afro-americano disse que ela deveria ser enterrada, com tocha e tudo, até que o trabalhadores negros ganhassem o suficiente para sustentar suas famílias, sem sofrer preconceito e o risco de serem mortos. Leia mais Aqui.
Ou será que os que acusam os manifestantes de serem contra a geração de emprego e renda, o fazem exatamente porque Luciano Hang não segue as exigências para o exercício do livre mercado, expostas no manifesto?
Alegar que os signatários do manifesto estão contra a abertura de novas vagas de trabalho, não passa de conversa fiada e muito malcheirosa dos que se aproveitam da situação para fazer politicagem barata desvirtuando o foco do debate.
Ao mesmo tempo que defendem a inconteste importância da geração de emprego e renda, por tabela subliminar, defendem mesmo é a nobreza de um sujeito envolvido em sonegação, fraude e contrabando, segundo relatório da Agência Brasileira de Informação alertando o presidente Bolsonaro sobre os riscos políticos da aproximação com Luciano Hang.
O discurso do ‘Emprego’ é perigoso. É uma armadilha criada pelo poder econômico para aumentar seus lucros e impor a uberização do trabalho. É também utilizado por governantes para encobrir conchavos por trás da redenção econômica de projetos aventureiros instalados no estado.
A reforma trabalhista, que levaria à criação de milhões de empregos, completou 3 anos, extinguiu direitos, o emprego com carteira, etc., e… Nada!
A verdadeira história de Luciano Hang
Acesse todas as matérias sobre na verdadeira história do ´Véio da Havan´, organizadas pelo Diário do Centro do Mundo AQUI
No caso da Havan, os que abrem o bocão, muitos talvez não saibam, outros com certeza sabem, mas pouco importa. Em setembro de 2002, o Escorrega foi condenado pela Justiça Federal de Blumenal por fraudar o INSS . A folha de pagamento dos funcionários da Havan era dividida em duas, uma das quais com remuneração fictícia bem abaixo do valor pago, servia para calcular o INSS. Quando o funcionário se aposentava, ele recebia bem menos do que o que deveria receber!
Entre 1992 e 1999, ele desviou mais de R$ 10 milhões com o esquema revelado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina.
Já os que questionam a eficácia do manifesto, por se tratar o local da nova loja da Havan e sua réplica da estátua, de uma área não tombada pelo patrimônio histórico, a meu ver, também incorrem em uma falácia.
Até que ponto limitar o título de patrimônio mundial às áreas tombadas no centro histórico, não seria uma forma de segregação social?
Evidente que o certificado emitido pela Unesco se deve à grandiosidade do acervo arquitetônico, mas o título abrange toda a cidade. E, quanto mais essa boa parte não tombada se degrada, menor o valor da área preservada.
O diploma não é Reviver, Praia Grande, Desterro; mas, São Luís Patrimônio Histórico da Humanidade.
E no mais, independente da condição de patrimônio histórico, a paisagem urbana reflete no comportamento dos habitantes de uma cidade, como bem ressalta o arquiteto e urbanista Mayke Martins de Souza. “É o cenário que compõe e se faz presente na vida da humanidade. No viés psicológico, craveja sentimentos de identidade, memória, território e localização espacial e temporalidade.
Segundo o urbanista, a cidade e a sociedade moderna, estão estagnadas em uma vida urbana tecnológica, onde as ações humanas muitas vezes, se tornam inférteis, e o que prevalece são as ações egocêntricas da lucratividade”.
Enquanto os ignaros e os bolsonaristas de carteirinha tentam desvirtuar a importância do manifesto, a natureza já fez a sua parte. Na segunda-feira de 24 de maio, ventos fortes derrubaram a réplica da Estátua da Liberdade, que ornava a loja da Havan em Capão da Canoa, litoral norte do Rio Grande do Sul.
Vinte dias depois de ser aprovado por unanimidade pelo plenário, o presidente Osmar Filho (PDT) ainda não enviou ofício ao prefeito Eduardo Braide solicitando que o secretário municipal de saúde Joel Nunes comparecesse à Câmara para esclarecer possível desigualdade social na vacinação em São Luís.
O vereador Raimundo Penha (PDT) disse que não sabe os motivos do atraso, mas espera que a audiência aconteça ainda nesse mês de julho, diante da provável suspenção do recesso parlamentar. A Câmara depende da aprovação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO), que ainda tramita na Casa, para poder entrar em recesso; previsto pela Lei Orgânica de São Luís para acontecer entre 17 de julho e 1º de agosto.
Quando da votação de seu requerimento na sessão híbrida da Câmara do dia 30 de junho, Penha externou sua preocupação com a possibilidade de que determinadas regiões não estavam recebendo a devida cobertura vacinal, segundo notícias veiculadas, inclusive por este blog, na imprensa.
“Precisamos saber qual efetivo da nossa população foi vacinado e os que não foram. Nós sabemos quem são e de onde são? É o conjunto da população que leva ao sucesso da vacinação. Precisamos saber os dados sobre a vacinação em São Luís, até mesmo para verificarmos se ainda há algo que esta Casa possa fazer”, justificou.
O desassossego do vereador pedetista, no entanto, foi passageiro. Além de só demonstrar a sua aflição quinze dias depois da publicação de artigo no jornal Pequeno da defensora Clarice Binda, revelando que, de acordo os dados disponíveis no site do Ministério da Saúde, as taxas de vacinação nos bairros mais pobres são bem menores do que os registrados nas áreas nobres da capital, ele não se manifestou nenhuma vez cobrando do presidente Osmar Filho a realização da audiência.
Daí ter dito, por telefone, ao ser questionado pelo blog, não saber por quais razões Osmar Filho não encaminhou o requerimento à prefeitura de São Luís.
O acometimento de sintomas de indignação passageira, pelo visto, é comum e protocolar no Palácio Pedro Neiva de Santana. O próprio Osmar Filho, na oportunidade da sessão do dia 30, parabenizou a iniciativa do vereador Penha, ressaltando que discussão sobre a vacinação, vinha em boa hora para a Câmara.
Porém ou estava com a cabeça em outro lugar – ele é pré-candidato a deputado estadual – ou tentou minimizar o objeto central do requerimento, transferindo o foco da questão à importância da segunda dose.
“Este é um tema importante. Sabemos que a principal forma de combate à pandemia é por meio da vacinação da população. É preciso que as pessoas tenham consciência disso, e completem o ciclo de vacinação, tomando a primeira e a segunda dose”.
O comparecimento do secretário municipal de saúde à Câmara é fundamental para que se tenha a correta avaliação dos resultados da imunização; caso os vereadores não se comportem igual ao repórter da TV Mirante, que aceitou, sem qualquer reação, resposta de Joel Nunes negando a veracidade dos números do Ministério da Saúde, que apontavam uma desigualdade na vacinação, com o sucesso da campanha da prefeitura estampado “na face, no sorriso do ludovicense”.
Assista matéria da Mirante com entrevista de Joel Nunes
Liberdade: comunidade remanescente de quilombo ignorada pela prefeitura de São Luís
O Ministério Público do Maranhão encaminhou solicitação, nesta sexta-feira, 16, ao Município de São Luís e ao Governo do Estado, para que seja formada, em caráter de urgência, uma força-tarefa de vacinação contra a Covid-19 a fim de cumprir o Programa Nacional de Imunizações (PNI) no bairro da Liberdade e entorno, área reconhecida como comunidade remanescente de quilombo.
O documento, assinado pelo procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, esclarece que o pedido objetiva a promoção de uma cobertura vacinal adequada no quilombo da Liberdade. Além disso, tem a finalidade de chamar atenção para a necessidade de realização de busca ativa no bairro para sanar problemas relativos ao baixo acesso da população mais vulnerável à internet, para a realização de cadastros.
A Liberdade foi reconhecida como comunidade remanescente de quilombo pela Fundação Palmares por meio da Portaria nº 192, de 13 de novembro de 2019. A área abrange cinco bairros de São Luís (Liberdade, Camboa, Fé em Deus, Diamante e Sítio do Meio), onde habitam cerca de 160 mil moradores, constituindo-se num dos maiores quilombos urbanos da América Latina.
Assim como as populações indígenas, as comunidades quilombolas foram inseridas na lista de prioridades do PNI por serem consideradas de elevada vulnerabilidade social porque nelas a transmissão de vírus tende a ser intensa em razão do grau coeso de convivência.
REIVINDICAÇÃO
O pedido do Centro de Integração Sociocultural Aprendiz do Futuro, da Liberdade, por meio do seu dirigente Maikon Lopes, chegou ao promotor de justiça José Márcio Maia Alves, diretor da Secretaria para Assuntos Institucionais do MPMA, que entrou em contato com o secretário municipal de Saúde, Joel Nunes. “É preciso que a Prefeitura de São Luís faça essa correção porque o reconhecimento do bairro da Liberdade como quilombo deveria ter constado nos registros desde o início da vacinação. Esse assunto é da máxima prioridade porque a cobertura vacinal na Liberdade está deficitária e as pessoas que já deveriam ter sido contempladas desde o início no seu próprio espaço antropológico-cultural por serem quilombolas, não têm condições de se deslocar aos postos de vacinação. Os moradores já imunizados foram os grupos prioritários por idade atendidos nos poucos períodos em que foram instalados postos de vacinação no bairro. É preciso corrigir isso com urgência”, destacou.
O promotor de justiça reforça que, por ser uma comunidade remanescente de quilombo, o bairro da Liberdade deveria ter sido incluído no PNI com as demais comunidades quilombolas do estado. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde deve ter a sensibilidade e iniciativa de garantir a vacinação dessa comunidade. “É preciso que a Secretaria Municipal de Saúde esteja aberta à verificação dessas vicissitudes das comunidades com recortes étnicos que as vulnerabilizam e que, por isso, faz com que surja o direito delas de receber essa cobertura prioritária”, acrescentou o promotor.
O Bairro da Liberdade: 103 anos de fundação
O documento do MPMA encaminhado pelo procurador-geral cita um estudo do antropólogo Alfredo Wagner de Almeida. “O controle de casos e vigilância nestas comunidades impõe desafios logísticos, de forma que a própria vacinação teria um efeito protetor altamente efetivo de evitar múltiplos atendimentos por demanda. Esse é o motivo de eleger as comunidades quilombolas como grupo prioritário de vacinação, que deverá ser realizada por meio de “estratégias específicas a serem planejadas no nível municipal”.
Segundo Maikon Lopes, membro do Centro de Integração Sociocultural Aprendiz do Futuro, da Liberdade, no último dia 26 de maio, foi realizada uma reunião que contou com a participação da coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde, Charlene Alves Luso, e de integrantes do Quilombo da Liberdade, na qual foi debatida a pauta da vacinação prioritária da comunidade quilombola. Contudo, até o presente momento não houve solução para o problema.
Lopes advoga que a situação de vulnerabilidade social do bairro é constatada nas 11 mil famílias inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais). “Esse número é só das pessoas que estão inscritas, mas tem muito mais porque tem gente que não consegue se inscrever nos programas. Estamos falando de famílias de oito, dez, até vinte pessoas, que não têm como arcar com o custo de pagar quatro passagens de ônibus – de ida e volta – para tomar uma dose de vacina. Por isso, estamos clamando ao Poder público para garantir a vacinação na nossa área”, justificou.
A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar.