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    Fenae: Dieese revela que mortes de bancários da Caixa mais que triplicam durante pandemia

    Sede da Caixa na Praça João Lisboa: trabalho intenso

    Levantamento produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese) por solicitação da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) mostra que percentual de crescimento de óbitos de empregados do banco público chega a 254% quando comparados os primeiros quadrimestres de 2020 e 2021. Aumento é mais que 70% superior a índice geral de mortes no universo bancário. ​ De janeiro​ do ano passado a abril deste ano, um total de 108 empregados da Caixa perderam a vida. Quando considerados os demais bancos, este quantitativo chega a 531.

    Embora o estudo não atribua todos os óbitos à contaminação por coronavírus, a quantidade de mortes de trabalhadores da estatal cresceu exponencialmente durante a pandemia: foram 46 falecimentos nos primeiros quatro meses deste ano contra 13 no mesmo período de 2020.

    Sérgio Takemoto:“Estes dados comprovam que têm custado vidas o afrouxamento das normas sanitárias por parte da direção do banco, a ocorrência de filas e aglomerações em agências por conta da falta de planejamento do governo e do pagamento centralizado do auxílio emergencial na Caixa e, especialmente, o descaso do Executivo federal pelos reiterados pedidos de vacinação dos bancários”

    “Não se pode fechar os olhos para mais de 100 bancários da Caixa mortos em pouco mais de um ano. Só nos quatro primeiros meses de 2021, perdemos 46 colegas”, lamenta o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “São 46 famílias que ficaram sem seus parentes: trabalhadores que se dedicaram a servir ao país e faleceram nesta terrível realidade enfrentada pelos empregados da Caixa e pelos brasileiros”, acrescenta.

    O estudo do Dieese mostra também que o maior pico de mortes de bancários da Caixa ocorreu no último mês de abril: 16 óbitos.

    Takemoto observa que desde o início da pandemia, os empregados da Caixa permaneceram empenhados no pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios sociais para mais da metade da população, mesmo expostos a altos riscos de contágio.

    “Estes dados comprovam que têm custado vidas o afrouxamento das normas sanitárias por parte da direção do banco, a ocorrência de filas e aglomerações em agências por conta da falta de planejamento do governo e do pagamento centralizado do auxílio emergencial na Caixa e, especialmente, o descaso do Executivo federal pelos reiterados pedidos de vacinação dos bancários”, protesta o presidente da Fenae.

    Vacinação

    Em abril do ano passado, o Decreto 10.329 incluiu os serviços bancários entre as atividades essenciais no país. Desde então, os empregados da Caixa pedem ao governo para entrar no grupo de vacinação prioritária pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS).

    Na última semana, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 1011/2020, incluindo os trabalhadores da Caixa Econômica e de outros bancos no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19 pelo SUS. A decisão dos deputados atendeu a reiterados pedidos feitos ao governo federal e à direção da Caixa, desde o início da pandemia, tanto pela Fenae quanto por outras entidades representativas da categoria. O PL seguiu à votação no Senado.

    De acordo com o levantamento, cerca de 70% dos empregados do banco público ouvidos na pesquisa “Covid-19 como uma doença relacionada ao trabalho” atuam em agências e outras unidades da empresa onde faltam ventilação, janelas ou abertura para o ambiente externo. Os bancários também informam que há contato próximo com colegas e clientes, em menos de dois metros de distância. Há, ainda, registros de falta de máscaras em número suficiente para trocas periódicas. 

    ​O dossiê é produzido por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Federal do Pará (UFPA) por meio de acordo de cooperação entre a Fenae e a Associação de Saúde Ambiental e Sustentabilidade (Asas). Na Caixa, 628 trabalhadores já foram entrevistados pela pesquisa nacional, cujo objetivo é dar visibilidade à relação entre a atividade profissional e o adoecimento por contaminação pela covid-19.​

    Lira também será alvo da nova manifestação contra Bolsonaro marcada para 24 de julho

    Manifestantes saem às ruas de São Luís

    Será no dia 24 de julho, também em um sábado, a nova manifestação de rua contra a gestão do presidente Bolsonaro. A decisão saiu de uma reunião entre os líderes das entidades e organizações populares nesta terça-feira em São Paulo.

    Além do fora Bolsonaro, mais vacina e do auxilio emergencial de 600 reais, os manifestantes pretendem pressionar o presidente da Câmara Arthur Lira a desengavetar os pedidos de impeachment protocolados contra o presidente.

    Lira disse ao jornal O Globo, que o número de mortos, mais de 500 mil brasileiros, por si só, não é motivo suficiente para pautar qualquer um dos 121 pedidos acumulados desde a gestão Rodrigo Maia.

    Entre a aglomeração e outras situações contrárias aos protocolos sanitários, o risco maior é Seu Jair continuar sabotando as medidas preventivas contra a Covid-19.

    Em São Luís, a previsão é que aumente ainda mais o número pessoas diante da boa repercussão do protesto do último sábado. Em terra de Bumba Boi, gado não se cria.

    Ciro Gomes estrangula Estado Laico e acena para o fundamentalismo. Por Marcelo Hailer

    Em novo vídeo, pré-candidato do PDT à presidência apresenta discurso confuso e diz que valores cristãos podem ajudar a “reconstruir o Brasil”
    Ciro Gomes, em vídeo publicado nas redes sociais Foto: Reprodução/Twitter Ciro Gomes

    Por Marcelo HeilerRevista Fórum

    Em novo vídeo publicado nas redes nesta segunda-feira (21), o pré-candidato à presidência da República do PDT, Ciro Gomes, reconhece a existência do Estado laico no Brasil, mas diz que isso não pode nos levar “à negação de uma realidade histórica: o Brasil se formou no berço do cristianismo”.

    Com uma música melodramática de fundo, Gomes esquece que é justamente este discurso, de que o “Brasil é um país cristão”, utilizado pela extrema direita fundamentalista para justificar a perseguição às religiões de matriz africana, não permitir que o discurso do aborto avance e também promover o discurso de ódio às LGBT.

    Além disso, ao trazer para a discussão a ideia cristã de superação, Ciro Gomes chega a afirmar que “cada um de nós, criado à imagem e semelhança de Deus, carrega dentro de si a centelha de uma vida maior”, dessa maneira, Gomes coloca todo mundo no mesmo balaio moral e religioso e se esquece da diversidade religiosa e espiritual presente no Brasil.

    Entre o slogan de Bolsonaro na campanha de 2018 – “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” – e o discurso de religioso de Gomes, há apenas uma eleição de distância.

    Em outra profunda generalização, o representante do PDT afirma que há um vínculo invisível – Deus? Cristo? a Igreja? – que conecta o povo brasileiro.

    O discurso apresentado por Ciro Gomes, além de confuso, só alimenta os grupos fundamentalistas que dão sustentação ao governo de Bolsonaro e que acreditam, de fato, que só com religião, cristo e longe do comunismo é possível “reconstruir o Brasil”. Será que é esse o caminho que Ciro Gomes acredita?

    Bolsonaro ouviu gritos de ‘genocida’ antes de entrar em hospital e surtar contra jornalistas

    Bolsonaro durante entrevista onde mais uma vez agride as famílias dos mais de 500 mil mortos pela Covid no País

    Com informações da revista Fórum e do jornal O Vale

    Antes de surtar e agredir a jornalista Laurene Santos da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, o presidente Jair Bolsonaro foi chamado de ‘genocida’ por moradores de Guaratinguetá , que protestavam contra as 500 mil mortes provocadas pela Covid no País.

    Reportagem do Jornal O Vale traça toda a trajetória de Bolsonaro na cidade, onde desembarcou na base da Força Aérea Brasileira, por volta das 10h.

    “ Sem máscara, o que é proibido no estado de São Paulo, Bolsonaro provocou aglomeração ao cumprimentar e tirar fotos com simpatizantes”, relata o jornal.

    Depois de participar da solenidade militar de formatura de sargentos da aeronáutica, ele, por volta das 12h30, foi visitar o Hospital de campanha da cidade, que será transformado em uma Unidade de Pronto Atendimento – UPA.

    Na chegada ele foi recebido aos gritos de ‘genocida’ e de ‘fora Bolsonaro’ de moradores da cidade, que acabaram hostilizados por apoiadores raiz do tresloucado presidente da República.

    Após uma visita de 20 minutos, Bolsonaro não suportou os questionamentos da imprensa sobre ter usado máscara na chegada à cidade, lembrando-lhe da multa aplicada pelo governo de São Paulo.

    “Bota agora, estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Está feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa, vocês são uma porcaria de imprensa…”, gritou Bolsonaro, quando a repórter tenta falar.

    “Cala a boca. Vocês são canalhas. Um jornalismo canalha vocês fazem. Que não ajuda em nada. Vocês destroem a família brasileira, vocês destroem a religião. A Rede Globo não presta. É uma péssima fonte de informação. […] Você tinha que ter vergonha na cara de prestar um serviço porco desse que você faz na Rede Globo”, gritou, abandonando a entrevista.

    Com aumento do número de óbitos, Carlos Lula alerta em entrevista à CNN da necessidade de vacinar rapidamente a população brasileira

    Carlos Lula, presidente diz que é preciso vacinar e manter as medidas de contenção

    Em entrevista à CNN Brasil, nesta segunda(21), o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e titular da Saúde no Maranhão, Carlos Lula, disse que a meta do Ministério da Saúde em vacinar todos os adultos com mais de 18 anos até o fim de 2021, é ousada, mas acredita que ela possa vir a ser alcançada com o esforço conjunto de todos os entes federados.

    “É uma meta ousada, mas desejada por todos nós. A gente tem feito esforços junto com o Ministério da Saúde para conseguir atingir [a meta] até o final do ano”.

    Carlos Lula espera que o ritmo de vacinação acelere daqui pra frente.

    ”Desde meados de fevereiro nós tínhamos uma estimativa que de fato a vacinação no país acelerasse a partir de julho porque era quando acreditávamos que as maiores nações já teriam vacinado sua população e, portanto, teria no mercado mais vacinas para o mundo inteiro”, lembra.

    O presidente do Conass ressaltou que não se trata apenas de cumprir uma meta, mas de salvar vidas.

    “O número de casos e óbitos está aumentando. Isso implica na necessidade de vacinar rapidamente e continuar mantendo as medidas de contenção”. 

    Os ludovicenses saíram às ruas na manhã de sábado em protesto contra o descaso do presidente Bolsonaro com a saúde pública

    Mais de 500 mil óbitos

    No sábado, 19, quando milhares de brasileiros saíram às ruas em protesto contra a gestão genocida de Jair Bolsonaro, o Brasil atingiu a marca de mais de 500 mil vítimas fatais da Covid-19, sendo mais de 300 mil somente nos últimos cinco meses.

    Em nota, o Conass disse que “É urgente ainda que a gestão federal do SUS fortaleça o pacto federativo e volte a assumir o importante papel de coordenador do sistema. Além disso, discussões sobre a modernização do sistema de saúde, quando necessárias, devem ser amplas, envolvendo governos federal, estaduais e municipais e representantes da sociedade”.

    Deu no D.O.

    Dentre aquisições milionárias de combustível, contratos vultuosos de consultorias e outras glórias, sobressai-se na coluna Deu no D.O., desta semana, a encomenda de R$ 298,5 mil em caixões feita por Palmeirândia, município com população estimada em 19,7 mil pessoas. As prefeituras de Maranhãozinho, Dom Pedro, Rosário, São José de Ribamar, Santa Inês, Loreto e Pedro do Rosário também não deixam a desejar. Confira.

    Pinguço I – A frota de Maranhãozinho só pode ser boa de bico. A prefeitura adquiriu R$ 1.681.701,87 em gasolina (comum e aditivada), óleo diesel (comum e S-10) e lubrificantes para encher os tanques das secretarias de Educação; Saúde; Administração e Assistência Social.

    Pinguço II – Foram oito contratos, dos quais quatro, somados em R$ 1.044.951,87, abasteceram a conta da I.G.A. Melo & Cia. A outra metade foi dividida entre a Elisete de S. Barros, que levou R$ 326.250,00 e a B. S. Comércio, Distribuição e Representação de Derivados de Petróleo, R$ 310.500,00; cada uma com dois contratos.

    Pinguço III – A frota de Dom Pedro também não fica pra trás, quando o negócio é beber. Por lá, a compra foi de R$ 1.645.500,00, dividida em quatro contratos com o mesmo posto Karolina (A.M. Vasconcelos – DEMAIS).  

    Flanelinha – Não é à toa que a prefeitura de Rosário optou por assinar cinco contratos com a Prime Consultoria e Assessoria Empresarial. Totalizados em R$ 2.687.430,00, a Prime faz o gerenciamento de frota das secretarias de Saúde (R$ 425.630,00); Educação (R$ 1.200.000,00); Administração (R$ 256.000,00); Assistência Social (R$ 39.000,00) e Infraestrutura (R$ 766.800,00).

    Rolamento – Enquanto isso, a prefeitura de Pedro do Rosário mete a graxa em R$ 1.326.000,00 para que seja feita a manutenção preventiva e corretiva, com fornecimentos de peças, de sua frota. Foram seis contratos. A Center Car Eireli faturou R$ 975.000,00 em três e a Almeida Auto Peças e Serviços LTDA ficou com o troco de R$ 351.000,00, referente a soma dos outros três.  

    Piçarra – Já em Loreto, o negócio é recuperar estrada vicinal. A Leonardo Oliveira Pinheiro Costa – ME tem dois milhões de pedregulhos para reparar os trechos de acesso ao povoado Pretinho e ao município de Sambaíba (R$ 1.290.388,76); e ao de Batateiras (R$ 733.369,35).

    Santo Forte – Na terra do santo padroeiro, não se sabe se a Meso Engenharia LTDA fez alguma promessa, mas a empresa está prestando serviços continuados de manutenção em prédios e logradouros públicos de São José de Ribamar. A graça de R$ 4.177.957,23 foi alcançada em contrato assinado pela prefeitura do município.

    Terra de cemitério I – Mas quem vai precisar de muita reza mesmo é o palmeirandense, se levarmos em conta que a prefeitura encomendou R$ 298.500,00 em caixões da F.R.B. de Sousa. Palmeirândia tem população estimada de 19.781 pessoas, segundo o IBGE.

    Terra de cemitério II – Com uma população quatro vezes maior, 89.489 pessoas, Santa Inês também contratou serviços funerários. A Pax Santa Inês Serviços Eirele vai encaminhar os santa-inesenses dessa para melhor por R$ 238.300,00 e com direito a roupa fúnebre!

    MP denuncia Júnior Lourenço e ‘Negão’ por desvio de R$ 22 milhões em Miranda do Norte

    O deputado federal Júnior Lourenço e o ex-prefeito de Miranda do Norte Eduardo Belfort

    O Ministério Público do Maranhão ofereceu, na última sexta-feira, 18, denúncia contra o deputado federal José Lourenço Bomfim Júnior, conhecido como Júnior Lourenço, um dos alvos da Operação Laços de Família, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) no dia 15 de abril. Na ocasião, foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão em São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar, Miranda do Norte e Bom Jardim.

    Com base nos elementos e provas coletados, o Ministério Público do Maranhão requer que seja autuada a denúncia e proferida sentença condenatória pelos crimes de fraude em procedimento licitatório, peculato e organização criminosa, com perda de cargo ou mandado eletivo dos denunciados, além de pagamento do valor de R$ 22.061.477,53 como forma de reparação dos danos ao erário.

    Além de Júnior Lourenço, também foram denunciados Carlos Eduardo Fonseca Belfort, conhecido como Negão, ex-prefeito de Miranda do Norte; os empresários Tiago Val Quintan Pinto Frazão, Bruno Val Quintan de Menezes, Paulo Ricardo Nogueira Ayres Val Quintan e mais 20 pessoas, inclusive pessoas que ocupavam cargos na prefeitura até o período atual e que foram afastadas do exercício de suas funções por deferimento de medida cautelar.  

    Segundo as investigações, iniciadas a partir de denúncia do Tribunal de Contas da União (TCU), foram identificados desvios de recursos na Prefeitura de Miranda do Norte, no período de 2017 a 2020, durante a gestão do ex-prefeito Carlos Eduardo Fonseca Belfort. O mesmo esquema teria sido usado pelo também ex-prefeito e atual deputado federal Júnior Lourenço, que esteve à frente da gestão do município no período de 2009 a 2016, apontando para a existência de uma organização criminosa.

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    A denúncia foi assinada pelos promotores de justiça Luís Samarone Batalha Carvalho, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Itapecuru-Mirim; Ana Carolina Cordeiro de Mendonça Leite e Fernando Antonio Berniz Aragão, integrantes do Gaeco; e Marco Aurélio Ramos Fonseca, que responde atualmente pelas 1ª e 2ª Promotorias Criminais do Termo Judiciário de São Luís.

    De acordo com o documento, encaminhado ao titular da 1ª Vara Criminal do Termo Judiciário de São Luís, as investigações apontam a existência de três núcleos de agentes classificados com base na atuação de cada um: político, composto pelos ex-gestores Carlos Eduardo Fonseca Belfort e Júnior Lourenço; empresarial, comandado por Tiago Val Quintan Pinto Frazão, que está presente no município de Miranda do Norte desde a gestão de Júnior Lourenço; e administrativo, formado pelos secretários municipais Antônio da Conceição Sanches, Alysson Rogério Mesquita de Oliveira – atualmente vice-prefeito do município – e Adson Mendonça Mendes, além de outros servidores da prefeitura de Miranda do Norte, inclusive membros da Comissão Permanente de Licitação (CPL).

    Ainda segundo a denúncia, desde 2009, primeiro ano do mandato do ex-prefeito Júnior Lourenço, foi constituída, de modo permanente e ordenado, uma organização criminosa com ramificações dentro do município de Miranda do Norte com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas por meio das práticas de crimes licitatórios e crimes contra a Administração Pública.

    Casal de trabalhadores rurais é assassinado na tarde desta sexta-feira em Lago do Junco no MA

    Maria da Luz e Reginaldo Alves, vítimas do conflito agrário na região de Lago do Junco (MA)

    Do Brasil de Fato

    Um casal de trabalhadores rurais foi encontrado morto na tarde desta sexta-feira (18) na Gleba Campina, também conhecida como comunidade Vilela, no município de Junco do Maranhão (MA).

    Esse é o quarto assassinato de trabalhadores rurais registrado na comunidade, que vive sob intenso conflito agrário há mais de dez anos, envolvendo família originária do Rio Grande do Sul. 

    De acordo com informações do advogado Diogo Cabral, da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema), os corpos do casal Reginaldo Alves Barros e Maria da Luz Benício de Sousa foram encontrados por familiares, por volta de 13h.

    Maria da Luz Benício era ativa em movimentos sociais em defesa do direito à terra e era suplente da direção do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) da região. Ao ver a vítima, a filha, de 3 anos de idade, permaneceu sobre o corpo da mãe durante horas. 

    Leia também: Violência contra mulheres e meninas no campo sangram territórios tradicionais

    Cabral explica que, a exemplo dos outros assassinatos registrados, as vítimas foram baleadas e nenhum pertence foi roubado.

    “Esses trabalhadores são pessoas relativamente idosas e estavam chegando em uma área que tinham criação de animais, eles foram atacados e mortos”.

    “Não roubaram nada, eles foram baleados e depois de algum tempo, um parente sentiu falta e foi até o local e encontrou os corpos, por volta de 13h de hoje. Já é o quarto assassinato na região, com essas mesmas circunstâncias”, explica. 

    Em resposta ao advogado, em rede social, o Secretário de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Francisco Gonçalves, informa que a Polícia Civil já se deslocou ao local para apurar o caso. 

    Há cerca de 17 anos, mais de 66 famílias ocupam a área de 2.250 hectares de terra na Gleba Campina, onde desenvolvem atividades da agricultura familiar, especialmente plantio de milho, feijão, mandioca, arroz, criação de animais.

    Atualmente, fazem venda direta de parte da produção para o Município de Junco do Maranhão, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

    Em 2010, organizados por meio de associação, as famílias pleitearam  junto ao Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma) a regularização fundiária da área e, a partir da solicitação, denunciam perseguição por parte de um fazendeiro originário do sul do país.

    Relatório protocolado pela Fetaema em agosto de 2020 já denunciava uma sucessão de crimes cometidos contra as famílias, apontando inclusive registro e detalhamento de cinco boletins de ocorrências policiais envolvendo trabalhadores rurais, vítimas de incêndios recorrentes de suas casas e plantações. 

    Em 19 de agosto de 2020, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou o assassinato do trabalhador Raimundo Nonato Batista Costa, de 56 anos, encontrado numa cova rasa, com marcas de tiro.

    Ele permaneceu desaparecido durante 4 dias e seu corpo foi encontrado por outros trabalhadores rurais no interior da Gleba Campina. 

    Ao final do relatório, a entidade aponta para a necessidade de ações imediatas do Iterma, sob o risco de mais assassinatos na região. 

    “O clima é de extrema tensão na localidade, havendo severo risco de recrudescimento da violência. Preocupa-nos o histórico de violência contra as famílias, bem como a impunidade reinante no que se refere ao conflito, visto que, apesar de dezenas de registros de ocorrências policiais nas cidades, as providências tomadas para o fim do conflito têm sido insuficientes e ineficazes para debelar o conflito”, conclui relatório de agosto de 2020. 

  • Deu no D.O

    • A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar. 
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