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  • Política

    Haddad, Flávio Dino e Boulos pedem afastamento de Moro

    O documento também é subscrito pelo ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, o ex-senador Roberto Requião e a ex-candidata à vice-presidência da República Sônia Guajajara. 

    A nota se baseia em atos e falas de representantes do governo federal decorrentes da publicação de mensagens, pelo site The Intercept Brasil, trocadas entre o Moro e procuradores da Lava Jato. 

    Na sexta (26), o ministro da Justiça publicou uma portaria que estabelece um rito sumário de deportação de estrangeiros considerados “perigosos” ou que tenham praticado ato “contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal”. 

    No sábado (27), o presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista que Greenwald “talvez pegue uma cana aqui no Brasil”

    O manifesto também se diz solidário à ex-deputada Manuela D’Ávila, “que não praticou nenhum ato ilegal”. Walter Delgatti Neto, suspeito de ter hackeado celulares de autoridades, disse à Polícia Federal que conseguiu o contato de Greenwald por intermédio de D’Ávila. Ela confirma.

    A autoridades, Moro chegou a dizer que as mensagens apreendidas com os hackers detidos pela PF serão destruídas

    “Em qualquer outro país democrático do mundo isso [o afastamento de Moro do cargo] já teria ocorrido, pois está evidente que Moro não se comporta de acordo com a legalidade, insistindo em espantosos abusos de poder”, afirma o texto assinado por líderes da esquerda.

    Leia a íntegra do documento abaixo:

    “Nota em defesa da liberdade de imprensa e pelo afastamento de Moro e Dallagnol

    Em face dos graves acontecimentos que marcaram os últimos dias no Brasil, vimos a público para: 

    1. Manifestar a nossa defesa firme e enfática das liberdades de imprensa e de expressão, das quais é consectário o direito ao sigilo da fonte, conforme dispõe a nossa Constituição Federal. Assim sendo, são absurdas as ameaças contra o jornalista Glenn Greenwald, seja por palavras do presidente da República ou por atos ilegais, a exemplo da Portaria 666, do Ministério da Justiça. Do mesmo modo, estamos solidários à jornalista Manuela D’Avila, que não praticou nenhum ato ilegal, tanto é que colocou seu telefone à disposição para perícia, pois nada tem a esconder. 

    2. Registrar que apoiamos todas as investigações contra atos de invasão à privacidade. Contudo, desejamos que todo esse estranho episódio seja elucidado tecnicamente e nos termos da lei, sem interferências indevidas, como a praticada pelo ministro Sérgio Moro. Este agente público insiste em acumular funções que não lhe pertencem. Em Curitiba, comandava acusações que ele próprio julgaria em seguida. Agora, no ministério, embora seja parte diretamente interessada e suspeita, demonstra ter o comando das investigações, inclusive revelando atos sigilosos em telefonemas a autoridades da República. 

    3. Postular que haja o imediato afastamento do ministro Sérgio Moro, pelos motivos já indicados. Em qualquer outro país democrático do mundo isso já teria ocorrido, pois está evidente que Moro não se comporta de acordo com a legalidade, insistindo em espantosos abusos de poder. Do mesmo modo, a Lava Jato em Curitiba não pode prosseguir com a atuação do procurador Deltan Dallagnol, à vista do escandaloso acervo de atos ilícitos, a exemplo do comércio de palestras secretas e do conluio ilegal com o então juiz Moro.

    4. Sustentar que é descabida qualquer “queima de arquivo” neste momento. Estamos diante de fatos gravíssimos, que merecem apuração até mesmo junto ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, neste último caso por intermédio de Comissão Parlamentar de Inquérito. A República exige transparência e igualdade de todos perante a lei. Altas autoridades que estão defendendo a “queima de arquivo” parecem ter algo a temer. Por isso mesmo, nada podem opinar ou decidir sobre isso. A lei tem que ser para todos, de verdade.

    5. Sublinhar que somos a favor da continuidade de todos os processos contra atos de corrupção ou contra atuação de hackers, e que todos os culpados sejam punidos. Mas que tudo seja feito em estrita obediência à Constituição e às leis. Neste sentido, reiteramos a defesa da liberdade imediata do ex-presidente Lula, que não teve direito a um julgamento justo, sendo vítima de um processo nulo. A nulidade decorre da parcialidade do então juiz Moro, já que os diálogos revelados pela imprensa mostram que ele comandava a acusação e hostilizava os advogados de defesa, o que se configura uma grave ilegalidade. 

    6. Por fim, lembramos que quando os governantes dão mostras de autoritarismo, esse exemplo contamina toda a sociedade e estimula violências, como a praticada contra os indígenas wajãpis, no Amapá, com o assassinato de uma liderança após a invasão do seu território. Cobramos do Governo Federal, especialmente do Ministério da Justiça, providências imediatas para garantia da terra dos wajãpis e punição dos assassinos. 

    Chega de “vale-tudo”, ilegalidades e abusos. Não queremos mais justiça seletiva e parcial. Queremos justiça para todos.”

    Da coluna de Monica Bergamo

    Presidente da OAB-MA também repudia manifestação de Bolsonaro

    Em nota pública, o presidente da OAB-MA, Thiago Diaz, repudiou as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre Fernando Santa Cruz, vítima da Ditadura Militar desaparecido em 1974. Diz se solidarizou ao presidente da OAb, Felipe Santa Cruz, pai do militante da Ação Popular, considerada por Bolsonaro a mais sanguinária das organizações que lutaram contra o regime militar.

    “Presto, em meu nome e da Advocacia maranhense, solidariedade ao Presidente da OAB @felipe.santa.cruz e as famílias dos desaparecidos políticos, pelo ataque absurdo e sectário que receberam do Presidente da República.”, manifestou-se Diaz nas redes sociais.

    Segundo o presidente da OAB-MA, “as palavras do Presidente da República não atingem somente Felipe Santa Cruz, mas, também, a memória de todos os desaparecidos políticos e o respeito e dignidade das famílias que nunca puderam enterrar seus mortos”.

    Em nota OAB repudia declarações de Bolsonaro sobre pai do presidente da entidade

    O presidente Jair Bolsonaro

    A declaração do Presidente Bolsonaro, de que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, não vai querer saber “a verdade” sobre o pai, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, que desapareceu no período na ditadura militar (1964-1985), provocou indignação da classe e no interior da entidade.

    Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira,pai de Felipe, desapareceu no período na ditadura militar (1964-1985). Fernando  militou no movimento estudantil e participou da Juventude Universitária Católica (JUC), movimento da Igreja reconhecido pela hierarquia eclesiástica, e depois integrou a Ação Popular (AP), organização de esquerda contrária ao regime.

    Bolsonaro fez o comentário se referindo ao posicionamento da entidade em relação a Arthur Bispo, o homem que desferiu a ‘suposta’ facada no então candidato, catapultando Bolsonaro ao primeiro lugar da corrida presidencial. “Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar às conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio a desaparecer no Rio de Janeiro”, complementou o presidente.

    Todas as 27 seccionais, inclusive a OAB-MA, são signatárias da nota.

    Nota de repúdio da OAB

    A Ordem dos Advogados do Brasil, através da sua Diretoria, do seu Conselho Pleno e do Colégio de Presidentes de Seccionais, tendo em vista manifestação do Senhor Presidente da República, na data de hoje, 29 de julho de 2019, vem a público, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 44, da Lei nº 8.906/1994, dirigir-se à advocacia e à sociedade brasileira para afirmar o que segue:

    1.    Todas as autoridades do País, inclusive o Senhor Presidente da República, devem obediência à Constituição Federal, que instituiu nosso país como Estado Democrático de Direito e tem entre seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, na qual se inclui o direito ao respeito da memória dos mortos.

    2.    O cargo de mandatário da Chefia do Poder Executivo exige que seja exercido com equilíbrio e respeito aos valores constitucionais, sendo-lhe vedado atentar contra os direitos humanos, entre os quais os direitos políticos, individuais e sociais, bem assim contra o cumprimento das leis.

    3.    Apresentamos nossa solidariedade a todas as famílias daqueles que foram mortos, torturados ou desaparecidos, ao longo de nossa história, especialmente durante o Golpe Militar de 1964, inclusive a família de Fernando Santa Cruz, pai de Felipe Santa Cruz, atingidos por manifestações excessivas e de frivolidade extrema do Senhor Presidente da República.

    4.    A Ordem dos Advogados do Brasil, órgão máximo da advocacia brasileira, vai se manter firme no compromisso supremo de defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, e os direitos humanos, bem assim a defesa da advocacia, especialmente, de seus direitos e prerrogativas, violados por autoridades que não conhecem as regras que garantem a existência de advogados e advogadas livres e independentes.

    5.    A diretoria, o Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB e o Colégio de Presidentes das 27 Seccionais da OAB repudiam as declarações do Senhor Presidente da República e permanecerão se posicionando contra qualquer tipo de retrocesso, na luta pela construção de uma sociedade livre, justa e solidária, e contra a violação das prerrogativas profissionais.

    Brasília, 29 de julho de 2019

    Diretoria do Conselho Federal da OAB

    Colégio de Presidentes da OAB

    Conselho Pleno da OAB Nacional

    Quinta do Reggae faz homenagem a Gerson da Conceição

    O dijei e diretor do Museu do Reggae, Ademar Danilo

    O instrumentista, compositor, cantor e produtor musical Gerson da Conceição será homenageado na edição especial da Quinta do Reggae, programa desenvolvida pelo Museu do Reggae na Praia Grande, aberta ao público.  Quando morreu em abril deste ano aos 52 anos de idade de infarto, Gerson estava radicado em São Paulo. Seus laços com São Luís, porém, perduravam de maneira profícua.

    Sempre que vinha à ilha aproveitava para produzir algum trabalho com os parceiros com quem compartilhou talentos durante sua existência.

    São pessoas como Alê Muniz, Fauzy Beydoun, Célia Sampaio, Santa Cruz, todos estes com fortes vínculos com o movimento reggae na ilha, e outros tantos como Preto Nando, Zé Lopes. Eles serão os convidados da banda Manu Banto, criada por Gerson da Conceição com quem embarcou para fazer carreira em São Paulo.

    Segundo o radialista, dijei e coordenador do projeto Quinta do Reggae, Ademar Danilo, a ideia do show partiu de Aziz Júnior, que estará entre os convidados. “Não, vai ser nessa data por possibilidade de ser. Não fizemos antes porque não havia orçamento possível. Com a idéia deles, eu encaixei o Tributo na programação da Quinta do Reggae”, explica Ademar Danilo, diretor do Museu do Reggae, uma das casas de cultura mais visitadas do Maranhão.

    Para chacoalhar a noite do Quinta do Reggae, na praça do Reggae, terá mais a presença dos dijeis da Radiola Reggae / Rádio Zion, Marcos Vinícius e Joaquim Zion, e mais Neto Myller e Andrezinho Vibration.

    Moro achava fraca delação de Palocci que divulgou às vésperas de eleição, sugerem mensagens

    O ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz, Sérgio Moro

    SÃO PAULO e BRASÍLIA

    ​​Considerações políticas influenciaram a decisão do então juiz Sergio Moro de divulgar parte da delação do ex-ministro Antonio Palocci a seis dias do primeiro turno da eleição presidencial do ano passado, sugerem mensagens trocadas na época por procuradores da Operação Lava Jato.

    Os diálogos, obtidos pelo The Intercept Brasil e analisados pela Folha junto com o site, indicam que Moro tinha dúvidas sobre as provas apresentadas por Palocci, mas achava sua colaboração relevante mesmo assim por representar uma quebra dos vínculos que uniam os petistas desde o início das investigações.

    “Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista”, disse o procurador Paulo Roberto Galvão a seus colegas num grupo de mensagens do aplicativo Telegram em 25 de setembro, tratando Moro pelo apelido que eles usavam e associando os petistas à Omertà, o código de honra dos mafiosos italianos.

    Nesse dia, Moro acabara de receber as provas entregues pelo delator e se preparava para divulgar um dos depoimentos que o ex-ministro prestara sobre a corrupção nos governos do PT. O comentário reproduzido por Galvão sugere que o juiz deixou de lado sua insegurança sobre as provas ao tornar a delação pública.

    Palocci fechou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em março do ano passado. Ele recorreu à PF após ver frustrados seus esforços para conseguir um acordo com a Procuradoria-Geral da República e a força-tarefa à frente da Lava Jato em Curitiba, que negociaram com o ex-ministro durante quase oito meses. 

    As mensagens examinadas pela Folha e pelo Intercept mostram que os procuradores encerraram as negociações ao concluir que a delação de Palocci acrescentava pouco ao que os investigadores já sabiam e não incluía provas capazes de sustentar os depoimentos que traziam novidades.

    Os diálogos revelam que os procuradores cogitaram pedir a anulação do acordo de Palocci com a PF e continuaram manifestando dúvidas sobre o valor de sua colaboração após a divulgação de seus termos por Moro, embora tenham evitado críticas em público depois do movimento do juiz.

    Moro divulgou a delação de Palocci no dia 1º de outubro, uma semana após o comentário reproduzido por Paulo Roberto Galvão no Telegram e uma semana antes do primeiro turno das eleições presidenciais.

    O então juiz anexou os documentos aos autos de um processo que trata do apoio da Odebrecht ao Instituto Lula, em que o ex-presidente e seu ex-ministro são réus.

    Em seu despacho, Moro justificou a medida argumentando que, como seria responsável por avaliar os benefícios oferecidos a Palocci mais tarde, na sentença do processo, era necessário anexar aos autos os termos da colaboração de Palocci, a decisão judicial que homologou o acordo e o depoimento que fosse “pertinente a estes autos”.

    Moro afirmou também que isso era necessário para garantir ampla defesa aos demais acusados na ação, embora tenha feito a ressalva de que só iria considerar em sua sentença o depoimento prestado por Palocci à Justiça em 2017, quando o juiz, o Ministério Público e os advogados dos outros réus puderam questioná-lo.

    acordo de Palocci com a PF foi homologado em junho de 2018 pelo juiz João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O Ministério Público se manifestou contra, por não reconhecer a legitimidade da polícia para negociar benefícios penais com colaboradores.

    O depoimento divulgado por Moro com os termos da delação de Palocci foi tomado pela polícia em abril de 2018. Nele, o ex-ministro disse que Lula autorizou o loteamento da Petrobras pelos partidos que apoiavam seu governo e sabia que eles recolhiam propina das empreiteiras que faziam negócios na estatal, como a Odebrecht. 

    Além disso, Palocci disse à PF que as campanhas da ex-presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 receberam dinheiro de caixa dois e custaram muito mais caro do que os registros oficiais indicam. Somadas as duas campanhas, ele estimou que elas haviam custado R$ 1,4 bilhão, o triplo do que foi declarado.

    Embora Palocci não tivesse apresentado provas das alegações sobre Dilma e sua narrativa fosse essencialmente uma repetição do que dissera antes ao depor à Justiça, o depoimento divulgado por Moro alcançou grande repercussão na reta final da campanha presidencial.

    No dia 1º, o assunto ocupou quase nove minutos do Jornal Nacional, da TV Globo. A reportagem citou duas vezes a ligação do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli com a campanha do então candidato presidencial do PT, Fernando Haddad, que aparecia em segundo lugar na corrida eleitoral, bem atrás do favorito, Jair Bolsonaro (PSL).  

    Nos dias seguintes, a delação de Palocci foi noticiada com destaque pela Folha e por outros jornais e ganhou visibilidade na propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

    Os dois últimos programas da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) mencionaram as acusações do ex-ministro, dizendo que ele havia mostrado por que era preciso impedir a volta do PT ao poder. ​

    Duas semanas depois, ao se defender contra uma reclamação apresentada contra ele no Conselho Nacional de Justiça, Moro apresentou novos argumentos para justificar o despacho que tornou pública a delação de Palocci e negou que sua intenção tivesse sido influenciar as eleições presidenciais.

    “Não deve o juiz atuar como guardião de segredos sombrios de agentes políticos suspeitos de corrupção”, escreveu Moro. “Retardar a publicidade do depoimento para depois das eleições poderia ser considerado tão inapropriado como a sua divulgação.”

    O juiz afirmou que a delação de Palocci incluía “outros depoimentos, alguns mais contundentes” e acrescentou que aguardara a apresentação das provas de Palocci à polícia para evitar que a “divulgação prematura” da delação prejudicasse as investigações.

    Um mês depois de apresentar essas explicações, Moro abandonou a magistratura para ser ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Duas semanas depois, o TRF-4 soltou Palocci, que estava preso em Curitiba havia dois anos, e determinou seu recolhimento em prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica.

    Embora fosse visto com desconfiança pelos procuradores, Palocci despertava interesse por causa da proximidade que manteve com Lula até ser preso pela Lava Jato e romper com os petistas. Mas as mensagens sugerem que nunca houve entusiasmo com sua proposta.

    Em setembro de 2017, Antônio Carlos Welter, que era o principal interlocutor da força-tarefa de Curitiba com os advogados do ex-ministro, informou à Procuradoria-Geral da República que havia interesse em sua cooperação, mas indicou que estava insatisfeito com os documentos apresentados por Palocci. 

    “Os anexos ainda precisam ser melhorados, seja no que diz respeito a conteúdo, seja aos elementos de corroboração, que em alguns casos são poucos”, disse o procurador a seu colega José Alfredo de Paula e Silva, do gabinete da recém-empossada procuradora-geral, Raquel Dodge.

    Quatro meses depois dessa conversa, eles pareciam estar no mesmo lugar e José Alfredo cobrou uma definição de Curitiba. “Como os anexos estão sem elementos de corroboração suficientes, decidimos romper as negociações”, comunicou Welter. “Ótimo”, respondeu Alfredo. “Página virada.”

    O material obtido pelo Intercept inclui cinco versões dos anexos apresentados por Palocci ao Ministério Público durante as negociações, com resumos dos relatos que ele pretendia fazer aos investigadores e indicações de evidências que poderiam corroborá-los. 

    Em 18 dos 53 anexos, não há nenhuma referência a provas. Em pelo menos outros 9 casos, Palocci apontou processos em andamento na Justiça e depoimentos de outros delatores, como Marcelo Odebrecht e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, como garantias de que estava falando a verdade.

    Em vários casos, as provas pareciam insuficientes para comprovar os relatos de Palocci. O ex-ministro diz que foi até o banco Safra recolher dinheiro em espécie para Lula em cinco ocasiões, mas só apresentou como prova registros de seus deslocamentos pela cidade nos dias em que afirmou ter feito as entregas.

    A PF fechou o acordo com Palocci em três meses. Um dia antes de sua homologação por Gebran, o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu a legitimidade da polícia para celebrar acordos de colaboração, esvaziando o principal argumento usado pelo Ministério Público contra a PF. 

    O chefe da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, chegou a sugerir que os procuradores que atuavam no TRF-4 tomassem medidas para tentar anular o acordo. Mesmo que não houvesse chance de sucesso, ele achava que a ação poderia criar insegurança e frear outras negociações em curso com a PF.

    “Ainda que as decisões sejam desfavoráveis, a simples incerteza criada pelos nossos recursos, nesta e nas próximas oportunidades, é um instrumento a favor de consolidar a posição do MPF como a mais vantajosa com que se negociar mesmo depois da decisão do STF”, escreveu Deltan aos colegas num grupo do Telegram.

    A iniciativa não prosperou, porque os procuradores da segunda instância achavam que ela só serviria para criar animosidade com o Supremo e os juízes do TRF-4. Mesmo assim, a força-tarefa foi a público criticar o acordo de Palocci, que o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima chamou de “acordo do fim da picada” numa entrevista à Folha.

    Depois que Moro divulgou a delação, Deltan defendeu o juiz e sugeriu aos colegas que esperassem antes de descartar o material. “Feito o acordo, creio que temos que tentar extrair o melhor dele”, escreveu. “Não me parece em uma primeira reflexão boa a estratégia de negar valor sem diligências.”

    Os críticos silenciaram em público, mas continuaram a tratar com desprezo a colaboração do ex-ministro no Telegram. O próprio Deltan parecia concordar com os colegas ao final da discussão sobre as provas apresentadas por Palocci. “Deve ter mta notícia do goolge lá rs”, teclou numa mensagem.

    MINISTÉRIO E FORÇA-TAREFA DEFENDEM DELAÇÃO, MAS EVITAM COMENTAR CRÍTICAS

    O Ministério da Justiça e a força-tarefa à frente da Operação Lava Jato em Curitiba defenderam a validade da delação do ex-ministro Antonio Palocci, mas não quiseram comentar críticas feitas por procuradores e atribuídas ao então juiz Sergio Moro quando seus termos se tornaram públicos.

    Informados sobre o conteúdo das mensagens examinadas pela Folha e pelo The Intercept Brasil, o ministério e a força-tarefa enviaram notas semelhantes, em que põem em dúvida a autenticidade do material e observam que o acordo de Palocci com a Polícia Federal foi homologado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

    O ministério afirmou apenas que a aceitação do acordo pelo tribunal ocorreu “antes das supostas mensagens”. A força-tarefa acrescentou: “Muito antes das supostas mensagens, o acordo já era reconhecido como válido por instância superior do Poder Judiciário, perante a qual não atua a força-tarefa”.

    Os diálogos analisados pela Folha e pelo Intercept não põem em questão a legalidade do acordo de Palocci, mas a qualidade das provas que ele apresentou à PF para corroborar seus depoimentos, e sugerem que elas pareciam frágeis para Moro e os integrantes da força-tarefa.

    “O Ministério da Justiça e Segurança Pública não comenta supostas mensagens de terceiros, obtidas por meios criminosos, nas quais, em tese, haveria referência à suposta afirmação efetuada pelo então juiz”, afirmou a assessoria de Moro.

    A força-tarefa disse que “não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes nas últimas semanas” e que “o material é oriundo de crime cibernético e não pode ter seu contexto e veracidade confirmados”. Segundo a nota, os procuradores “pautam sua conduta pela lei e pela ética”.

    O advogado Tracy Reinaldet, que representa Palocci, afirmou que a efetividade de sua colaboração foi reconhecida em diferentes instâncias do Judiciário e evitou fazer comentários sobre o conteúdo da delação porque ele é sigiloso, e para não prejudicar investigações em andamento.

    “O conteúdo das supostas mensagens não invalida ou modifica a colaboração de Antonio Palocci, o qual continuará cooperando com a Justiça e apresentando suas provas de corroboração”, afirmou. 

    “É de se dizer que, atualmente, a efetividade da colaboração de Antonio Palocci já foi reconhecida tanto por diferentes órgãos da PF e do Ministério Público Federal, quanto por diferentes instâncias do Poder Judiciário”, acrescentou.

    Questionada sobre o acordo fechado com o ex-ministro e os inquéritos abertos para investigar as informações que ele forneceu, a Polícia Federal afirmou que “não se manifesta sobre supostas investigações em andamento”.

    A Procuradoria-Geral da República não quis se pronunciar sobre as negociações conduzidas com Palocci, das quais participou ao lado da força-tarefa de Curitiba. O banco Safra, citado pelo ex-ministro em seus depoimentos, não quis se manifestar.

    Leia as mensagens dos procuradores da Lava Jato sobre a delação de Antonio Palocci

    Preso em Curitiba desde 2016, o ex-ministro Antonio Palocci começou a negociar um acordo de delação premiada com os procuradores da Lava Jato em maio de 2017. Era tratado com desconfiança, mas despertava interesse por causa da proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT.

    16.mai.2017

    Sérgio Bruno Cabral Fernandes

    17:42:31 Pessoal, eu e Fernando atendemos aqui hoje os advogados Bretas, Tracy, Joseph e Reinaldet.

    Eles vieram aqui tratar de um assunto na ACrim e pediram pra serem atendidos. Não estava marcado. Vieram comunicar que foram contratados pelo Paloffi e que pretendem apresentar anexos em breve. Destacaram alguns anexos que serão apresentados, os quais pareceram promissores.

    Paulo Roberto Galvão

    17:42:52 destacaram p vcs alguma coisa com foro?

    Sérgio Bruno

    17:44:53 Disseram que virá pelo menos um Senador, um Deputado e um governador. Mas não disserem os nomes. O governador acho que é o Pimentel.

    Paulo

    17:45:14 buenas

    Anônimo

    17:47:24 Creio que precisamos trabalhar a extração de anexos com muito cuidado, pois a crença geral é que o Palocci sabe muita coisa. Assim, o melhor é fazermos um filtro criterioso para não sermos usados por ele. Ele já mostou que é perigoso.

    CITAÇÕES

    Bretas, Tracy, Joseph e Reinaldet Adriano Bretas e Tracy Joseph Reinaldet, advogados de Palocci

    ACrim Divisão interna da Procuradoria-Geral da República

    Paloffi Antonio Palocci

    Pimentel o então governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT)

    Anônimo procurador não identificado no material obtido pelo Intercept

    De acordo com as mensagens obtidas pelo Intercept, os procuradores se reuniram com os advogados de Palocci pelo menos 14 vezes, em Brasília e Curitiba, entre maio de 2017 e janeiro de 2018. Depois de quatro meses de negociações, havia insatisfação com as provas apresentadas por Palocci.

    22.set.2017

    Antônio Carlos Welter

    12:06:00 Meus caros, Estamos conversando com o Palocci e seus advogados há alguns meses já. Tivemos um início um pouco penoso, até que a coisa parece ter engrenado. A colaboração dele pode ser muito útil, sobretudo porque ele esteve ou no governo ou muito próximo por cerca de 14 anos. Traz aspectos interessantes, como anexos relativos a fundos de pensões, CARF e outros conselhos, além de BACEN, instituições financeiras e outros órgãos em relação aos quais temos (em Curitiba) pouca ou nenhuma informação. Os anexos ainda precisam ser melhorados, seja no que diz respeito a conteúdo, seja aos elementos de corroboração, que em alguns casos são poucos. Diria que o diálogo já avançou muito e ele tem trazido aspectos muito interessantes. Tem ainda potencial para esclarecer a parte patrimonial de vários dos investigados, especialmente aqueles ligados ao PT. Nossa avaliação é que podemos ter um bom resultado, desde que trabalhemos em conjunto e com calma e tempo, já que o candidato a colaborador é uma pessoa extremamente inteligente.

    CITAÇÕES

    Carf Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, do Ministério da Economia

    Bacen Banco Central

    Sem avanços significativos após oito meses de conversas, a Procuradoria-Geral da República cobrou uma definição da força-tarefa de Curitiba no início de 2018. Os procuradores voltaram a conversar com os advogados de Palocci e concluíram que não havia mais motivo para insistir nas negociações.

    18.jan.2018

    Welter

    11:16:09 Alfredo e demais colegas, Os advogados do Paloci tem reunião com vocês hoje à tarde. Ontem estiveram aqui e deixaram uma nova versão dos anexos, com alguns acréscimos, que seguem abaixo. Já sabemos das conclusões do grupo da PGR sobre o acordo, mas encaminho os anexos para análise, de qualquer modo. Na próxima semana teremos nossa reunião aqui, quando definiremos nossa posição também. Abc e boa reunião

    11:16:48 680141.docx

    José Alfredo de Paula Silva

    11:30:43 Welter, nesse caso Palocci, a avaliação de vcs é prejudicial. Se vcs tiverem interesse no acordo, analiso esses anexos. Se não tiverem, podem já encerrar. Me avisem, portanto. Direi isso aos advogados hoje.

    Welter

    11:40:06 ainda não temos convicção sobre o assunto. Mas estamos caminhando para

    uma decisão negativa, já que os anexos estão demorando muito a melhorar. Pensamos numa entrevista com o candidato, colocando de modo claro que ou ele melhora, ou vai cumprir pena

    José Alfredo

    14:47:55 Advogados avisados. Se vc disser não, acabou. Se disser sim, ou faremos juntos (PGR e Curitiba) ou só Curitiba após despacho de cisão.

    Welter

    15:39:28 Beleza

    CITAÇÕES

    PGR Procuradoria-Geral da República

    25.jan.2018

    Welter

    17:30:57 Alfredo Fizemos uma reunião aqui – CFJanuário, Laura e eu – e definimos que como os anexos estão sem elementos de corroboração suficientes, decidimos romper as negociações. Avisamos os advogados que vão comunicar o cliente deles

    José Alfredo

    18:13:06 Ótimo. Página virada.

    CITAÇÕES

    CF o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima

    Januário o procurador Januário Paludo

    Laura a procuradora Laura Tessler

    Palocci fechou então acordo com a Polícia Federal, e ele foi homologado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Nos grupos do Telegram, os procuradores continuavam críticos à delação. Segundo um deles, o então juiz Sergio Moro também tinha dúvidas sobre as provas entregues por Palocci.

    25.set.2018

    Paulo

    19:21:19 Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista

    Laura Tessler

    19:24:06 Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele… padrão Delcidio

    Welter

    19:31:18 o melhor é que fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja. Não que talvez naõ fosse.

    CITAÇÕES

    Russo Apelido usado pelos procuradores para se referir a Moro

    Omertà O código de honra dos mafiosos italianos

    Delcidio O ex-senador petista Delcídio do Amaral, que fez acordo de delação premiada em fevereiro de 2016

    Em 1º de outubro de 2018, a seis dias da eleição presidencial, Moro tornou públicos os termos da delação de Palocci e um dos seus depoimentos, anexando os documentos aos autos de uma ação da Lava Jato. Houve desconforto entre os procuradores, que voltaram a criticar o acordo no Telegram.

    3.out.2018

    Jerusa Viecili

    10:51:55 Dúvida: vamos fazer uso da delação do palocci? Isso foi discutido?

    Januário Paludo

    10:52:44 O que palocci trouxe parece que está no Google.

    Jerusa

    10:52:59 Fazer uso Significa Aceitar o acordo da PF

    […]

    Deltan Dallagnol

    11:01:38 Explica melhor Je? Vc cogitaria não usar? Feito o acordo, creio que temos que tentar extrair o melhor dele e lutar para ele não receber benefícios diante da improbabilidade de que haja resultados úteis. Contudo, não me parece em uma primeira reflexão boa a estratégia de negar valor sem diligências. Essa foi a estratégia da PF na discussão pública sobre o acordo da Odebrecht, que me pareceu indevida (ressalvadas as distinções óbvias com o acordo da Ode)

    […]

    Jerusa

    11:02:41 perguntei pq foi comentado, antes, que nao usariamos. foi ao menos isso que me falaram com relacao aos termos de belo monte. ou seja, a ideia nao é minha.

    11:03:15 sem falar que os relatos dele sao muito ruins

    […]

    11:03:36 e que ficou de fazer diligencias para corroborar os fatos foi a PF. Isso foi feito?

    11:03:53 salvo engano, welter e laura, que estavam cuidando do caso.

    […]

    Deltan

    11:05:19 encerrou o prazo agora, mas creio que era prazo pro Palocci trazer provas de corroboração. Deve ter mta notícia do goolge lá rs

    […]

    Laura

    21:09:42 Muitas mensagens… li rapidamente algumas…questão do acordo do Palocci: nossa ideia era não usar por enquanto, para não dar força para o acordo. O acordo é um lixo, não fala nada de bom (pior que anexos Google). Gebran pediu para nos manifestarmos e vamos dar uma retomada nos anexos e nas supostas corroborações

    […]

    21:13:03 Se o acordo ganhar força, vão querer aplica-lo para reduzir a pena do Palocci na apelação do caso no qual já foi condenado (bizarro e absurdo)

    Isabel Grobba

    21:15:10 Laura, não tivemos prazo adicional. Então depois mando para você e Welter mensagem específica a respeito amanhã.

    Deltan

    21:15:59 Entendo, mas a mim parece que se ganhar força com fatos relevantes é melhor, ainda que ele seja beneficiado contra nosso parecer (o que vai acontecer provavelmente de qq modo)…

    21:16:14 Valeu Laurinha pelas demais infos tb

    CITAÇÕES

    Odebrecht acordo fechado em 2016 e criticado pela PF

    Belo Monte a hidrelétrica de Belo Monte, um dos assuntos da delação de Palocci

    Gebran o juiz federal João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que homologou a delação

    Mensagens sobre outros assuntos discutidos em 3.out.2018 foram suprimidas em benefício do entendimento dos diálogos sobre Palocci

    A transcrição das mensagens manteve a grafia original dos arquivos obtidos pelo The Intercept Brasil

    Da Folha de S. Paulo

    Sesc-MA traz música dos povos indígenas para São Luís

    O Grupo Teko Guarani do Povo Guarani Mbya, do Rio Grande do Sul

    Até o dia 31 de julho a musicalidade indígena estará em cartaz em São Luís na 22ª edição do projeto nacional Sonora Brasil que tem como tema “A música dos povos originários do Brasil”. Serão onze apresentações de grupos indígenas de diferentes regiões do país, além de debates e exibição de filmes. Toda a programação é gratuita e acontecerá no Centro de Criatividade Odylo Costa Filho, no Anfiteatro Beto Bittencourt, Sesc Turismo e Sesc Centro.

    A música é um dos elementos mais ricos da cultura e arte indígena e uma porta de entrada privilegiada a um universo tão diversificado, mas ainda desconhecido. Com  cantos, danças e instrumentos de cordas, sopro e percussão, quatro circuitos fazem parte dessa programação que é gratuita e tem classificação livre.

    Integram a programação os grupos tradicionais: Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani (RS) e Nóg gã, Kaingang (RS); Dzubucuá, do povo Kariri-Xocó (AL) e Memória Fulni-ô, Fulni-ô (PE); Opok Pyhokop, do povo Karitianas (RO) e Wagôh Pakob, do Paiter Surui (RO); e pelo grupo Wiyaé que reúne os trabalhos da artista indígena Djuena Tikuna (AM), da cantora e pesquisadora Magda Pucci (SP) e acordeonista Gabriel Levy (SP) do grupo Mawaca e da pesquisadora Diego Janatã (MA).

    O Grupo Wagôh Pakob vive na Aldeia Paiter da linha 9, em Rondônia. Além das canções tradicionais relacionadas a rituais, que relatam narrativas míticas e relembram momentos da história dos Paiter ou que retratam tarefas do cotidiano, os Paiter têm canções atribuídas à criação individual e cantadas somente por seus criadores.

    A música tradicional do povo Karitiana, um dos muitos grupos indígenas do estado de Rondônia, é fortemente relacionada ao sagrado. Os anciãos são enfáticos nas orientações sobre a execução dos cânticos de proteção e de aplicação de remédios pelo pajé, que, por exemplo, devem ser cantados sempre da mesma forma e sem os instrumentos de sopro.

    Já o circuito Wiyaé apresentará um repertório de arranjos elaborados com utilização de instrumentos musicais não indígenas e o trabalho composicional e artístico de uma indígena da atualidade, mostrando as novas perspectivas sobre identidade cultural desses povos.

    Sonora Brasil
    Há 22 anos, o Sonora Brasil desperta o interesse do público para expressões musicais identificadas com a história da música brasileira, apresentando grupos que estão fora dos grandes centros culturais. 

    Programação

    Data: 28 de julho/2019 (domingo)
    17h30 – Sonora Brasil – A Música dos Povos Originários da Região Nordeste
    Grupo Dzubucuá do Povo Kariri-Xocó (AL) 
    Grupo Memória Fulni-ô do Povo Funi-ô (PE)
    Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA

    18h30 – Debate após apresentação com Grupo Dzubucuá do Povo Kariri-Xocó (AL) e Grupo Memória Fulni-ô do Povo Funi-ô (PE)
    Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA

    Data: 29 de julho/2019 (segunda-feira)
    18h – Sonora Brasil – A Música dos Povos Originários da Região Norte
    Grupo Wagôh Pakoh do Povo Paiter Surui (RO)
    Grupo Byiyyti Osop do Povo Karitianas (RO)
    Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA

    19h – Debate após apresentação com Grupo Wagôh Pakoh do Povo Paiter Surui (RO) e Grupo Byiyyti Osop do Povo Karitianas (RO)
    Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA

    Data: 30 de julho/2019 (terça-feira)
    15h – Animação: A História de Zahy (Dir. Otoniel Oliveira)
    8 min, 16 anos
    17h – Debate
    Mediador: Fábio Azevedo 
    Local: Sala de Vídeo Sesc Turismo, São Luís – MA

    15h30 – Cine Sesc: Terra Vermelha de Marco Bechis
    105 min,10 anos
    Mediador: Fábio Azevedo
    Local: Sala de Vídeo do Sesc Turismo, São Luís – MA
    18h – Sonora Brasil – A Música dos Povos Originários do Rio Grande do Sul

    Grupo Teko Guarani do Povo Guarani Mbya (RS)
    Grupo Nog GÃ do Povo Kaingang (RS)
    Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA
    19h – Debate após apresentação com Trajeto Percorrido pelo Grupo Nog GÃ do Povo Kaingang e Trajeto Percorrido pelo povo Grupo Teko Guarani do Povo Guarani Mbya
    Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA

    Data: 31 de julho/2019 (quarta-feira)
    14h – Oficina de Cantos da Floresta “uma aproximação com o universo sonoro indígena brasileiro”
    Ministrante: Magda Pucci
    Local: Sesc Deodoro Prédio Rosa Castro – Sala de Saxofone (Antigo Almoxarifado) – Centro de São Luís/MA

    18h – Sonora Brasil – Apresentação Musical Wiyaé (AM/SP/MA)
    Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA
    19h – Debate após apresentação com o Grupo Wiyaé (AM/SP)
    Local: Anfiteatro Beto Bittencourt – São Luís/MA

    Flávio Dino se projeta como “pior dos paraíbas” e amplia espectro político para 2020

    Bolsonaro e Onyx Lorenzoni: “o pior dos paraíbas”

    Depois de insultado pelo presidente Jair Bolsonaro, o governador do Maranhão ganhou notoriedade popular. A coluna Esplanada – Nos bastidores de Brasília, editada por Leandro Mazzini, publicada em periódicos de todo país, registra que durante passeio em um shopping center em Brasília o governador foi abordado por pessoas que jocosamente perguntaram se ele utiliza colete à prova de balas. “Meu colete é Deus”, respondeu o governador Flávio Dino.

    Na semana subsequente a ser chamado de “o pior” dos “paraíbas”, Flávio Dino aproveitou para ampliar seu espectro político. Manteve encontro com dirigentes do PSB, entre eles o presidente da sigla, João Carlos Siqueira, e o ex-governador de São Paulo, Márcio França. PCdoB e PSB estão juntos na oposição ao governo Bolsonaro. Juntos votaram em peso contra a reforma da Previdência de Bolsonaro aprovada em primeiro turno na Câmara. O projeto retorna à pauta do debate político esta semana.

    Bolsonaro será bem tratado no Maranhão, garante Flávio Dino

    Chamado de o “pior dos paraíbas” pelo presidente Jair Bolsonaro, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), acredita que o chefe do Executivo tem dado declarações polêmicas como essa apenas para ocupar a agenda pública com conflitos e, assim, esconder a falta de resultados do governo federal. Mesmo assim, disse estar pronto para o diálogo e para receber Bolsonaro no Maranhão.

    “Se ele resolver visitar o Maranhão, se depender de mim, vai ser bem tratado e bem recebido”, garantiu Flávio Dino, dizendo que, ao contrário do governador da Bahia, Rui Costa (PT), também não hesitaria em cumprir uma agenda ao lado de Bolsonaro. “Se ele desejar e se houver condições de diálogo, eu vou. Não é porque ele não gosta de mim que vou deixar de cumprir o juramento que fiz de defender meu estado”, acrescentou.

    O governador do Maranhão falou sobre a relação com o governo Bolsonaro durante passagem por Brasília, exatamente uma semana depois de o presidente dizer ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que “esses governadores de ‘paraíba”, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”. Na ocasião, porém, garantiu que a viagem não foi motivada por essa declaração e revelou que ficou surpreso com a opinião de Bolsonaro sobre ele porque nunca nem sequer conversou com o presidente. “Nunca nos falamos pessoalmente a não ser em reuniões de governadores. A sós nunca. Os assuntos que temos para tratar são tratados nos ministérios e em reuniões gerais de governadores. Mas, se ele chamar uma reunião na próxima semana, eu estarei presente”, afirmou Dino.

    Ao Congresso em Foco, Dino disse ainda que, a não ser sua filiação partidária e sua origem nordestina, não enxergava razões para o atrito com o presidente. Por isso, associou a fala de Bolsonaro à prática do governo de “criar conflitos” e “criar inimigos”. “Como o governo é muito fraco, tem poucos resultados a mostrar e não tem uma agenda própria de trabalho, acaba ocupando a agenda pública com esse tipo de conflito, perseguição e discriminação”, declarou Flávio Dino, afirmando que essa é uma atuação clássica das correntes de direita. “Procurar um inimigo é funcional para a manutenção do grupo social que apoia o governo. Como o judeu está para o nazismo e os imigrantes estão para Trump, os paraíbas estão para Bolsonaro”, atacou Dino, ressaltando, por sua vez, que os nordestinos não foram os únicos inimigos escolhidos por Bolsonaro.

    ASSISTA  E LEI MAIS SOBRE A ENTREVISTA DO GOVERNADOR FLÁVIO DINO AQUI:

  • Deu no D.O

    • A coluna Deu no D.O. está no ar com os generosos contratos dos nossos divinos gestores públicos. Dos caixões (R$ 214 mil) de Itapecuru-Mirim ao material de limpeza de Coroatá (R$ 2 milhões), ainda figuram Viana, Matões, Porto Rico e São José de Ribamar. 
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